sábado, 7 de agosto de 2010

Conto 8 - Parte Final

Tive que partir naquele dia, mas acabei voltando muitos outros, para tentar ajudar as pessoas que estavam ali, se algo de bom vinha do que eu podia fazer eu tinha que conseguir fazer o quanto mais eu pudesse, assim tiraria de minha cabeça o lado ruim de possuir este dom.

Algumas pessoas começaram a me olhar estranho, uma vez outra me viam indo ali e me olhavam de forma estranha, minhas amigas começaram a achar estranho que todos os dias eu estava seguindo para o outro lado e elas acharam que eu não estava mais querendo a amizade delas, mas não era nada disso, eu só estava tentando resolver aqueles problemas, tinha que tentar pelo menos encontrar algum deles que pudesse me ajudar, já que eu comecei a entender um pouco melhor as coisas a partir do que eu aprendi naquele lugar.

Continuei por mais algum tempo a fazer a mesma coisa, ir até o cemitério e ajudando os mortos, arrumei algumas desculpas para minha avó para que ela não ficasse nervosa comigo de estar passando as tardes fora de casa, eu havia entendido meu dom e agora iria usá-lo.

Tudo isso era o que eu acreditava, até o dia que eu me encontrei com aquele homem que havia sido uma das primeiras almas a encontrar, ele me olhou mais velha sorriu e disse bruscamente:

- O que você ainda faz aqui garota? Esse não é o seu lugar.

No mesmo tom em que ele me falou eu respondi:

- Este é o meu lugar, eu possuo um dom para ajudar aqueles que como você estão neste lugar e não sabem para onde devem ir.

Foi quando ele riu ainda mais de mim. Rapidamente ele se aproximou, tão rápido que nem pude ver seu movimento, mas pude senti-lo vindo, ele segurou minha mão e disse:

- Você acha que seu dom é para ajudar alguém como eu? Eu rejeitei o céu eu recusei o inferno aqui é o meu lugar, agora os outros, seu dom não é para ajudar os mortos, a vida é como um caminho, uma linha que se segue e o que você ainda não entendeu é que na realidade sua maior capacidade é a de ver o caminho que as pessoas irão seguir na sua vida, o seu maior dom é ver o futuro daqueles que estão presentes, e por coincidência o caminho daqueles que estão aqui é não estar aqui.

Todas aquelas palavras me espantaram muito e eu passei muito tempo para entender exatamente o que era aquilo e ainda mais poder utilizar todo o potencial que aquele senhor disse que eu possuía, mas então eu consegui entender que na verdade eu era um Oráculo.

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