terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Conto 11 - Parte 5

Ele me olhou e disse:

- Você não nem sabe se será um sucesso, o que acha vale o risco.

Pedi para que ele esperasse alguns minutos, fui ao quarto dos fundos onde dormia, peguei me primeiro livro, aquele que eu havia escrito a muito tempo atrás, e aquele que estava segundo eu o mais fraco, pois era o que havia menos técnica e experiência como escritor e lhe entreguei, ele sorriu e disse:

- Como garantia publicarei seu livro com um pseudônimo, assim ninguém saberá que é você e poderá me esperar aqui sem problemas algum até que seu livro se torne famoso e você possa se apresentar para as editoras como o escritor real.

Ele sorriu e saiu.

Naquele lugar eu não tinha muitas noticias do mundo, mas via muitas pessoas, encontrava muita gente durante alguns dias, alguns dias não havia ninguém, mas comecei a perceber que muitas das pessoas que passavam vinha carregando o mesmo livro, não conseguia ver qual era, só conseguia ver que era a mesma capa.

Até que um dia uma moça sentou no balcão e colocou o livro sobre a mesa, ali pude ler o nome do livro “Segredos da Lua”, era o nome do meu livro, o nome do livro que eu havia entregado aquele homem, o livro que contava a historia de um homem que havia se apaixonado pela lua, tinha que perguntar, quando fui entregar seu pedido perguntei:

- Moça que livro é esse que está lendo, tenho visto muito ele por aqui.

Ela sorriu com um pouco de dó, me olhando com um caipira afastado do mundo e respondeu:

- Esse é o livro mais vendido do ano, ele se tornou um dos livros mais procurados pelo país a ponto de não possuir mais livros para venda em lugar algum.

Agradeci e não pude acreditar, aquele era o meu livro, era o meu livro, aquele que havia sido levado por aquele homem, que estranhamente não me lembro o nome, mas foi eu olhar para a porta que lá estava ele parado com aquele sorriso macabro, como se soubesse que havia pensado nele, como se soubesse que eu havia descoberto que meu livro era um sucesso.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Conto 11 - Parte 4

Seu olhar me dava medo, mas se ali eu poderia ter uma chance de me tornar aquilo que eu sempre desejei não ia jogar tudo ao vento, ia aproveitar ao maximo aquela chance que eu estava tendo, então lhe falei:

- Diga qual o preço, o que você ganha com a ajuda que me dará.

Novamente ele sorriu, mas desta vez disse:

- Não gosto de falar em preços, custos e trocas, nesse momento eu estou aqui só para ajudá-lo, eu suponho que você já tenha um livro escrito.

Ele estava desviando o assunto, eu não poderia perder a chance, mas também não poderia entrar em um negocio no qual eu poderia acabar prior do que eu já me encontrava, olhei para ele e respondi:

- Sim, eu possuo um livro escrito, mas antes de entrarmos neste mérito eu gostaria de saber o que você ganha me ajudando.

Ele novamente com aquele sorriso antes de qualquer palavra falou:

- Não gosto de tratar de valores, acredito que pessoas ajudam umas as outras e preocupações com trocas podem acabar com a veia artística, primeiro escute minha proposta depois diga se aceita ou não, eu não irei te prejudicar pode confiar.

Não sabia o que responder, então fiquei escutando enquanto ele dizia:

- Será o seguinte, você me dará um de seus livros sem compromisso algum, eu publicarei, se houver algum retorno eu voltarei aqui e nós fecharemos um contrato, nesse contrato você só concordará que depois de alguns anos eu poderei voltar para lhe cobrar um favor, mais nada.

Aquilo era muito estranho eu tinha que perguntar:

- Mais que espécie de favor você irá me cobrar?

Como das outras vezes sorriu, e ignorando o que eu disse perguntou:

- Aceitas ou não minha proposta.

Não sabia o que responder, aquela poderia ser minha única chance.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Conto 11 - Parte 3

Achei aquilo muito estranho, como eu poderia saber que eu era escritor, tudo bem que já estava ali naquele lugar a algum tempo e que nas horas livres eu ficava escrevendo, mas isso era feito nos fundos, o único que sabia que eu escrevia alguma coisa era o dono daquele lugar que passava o tempo todo na cozinha e dificilmente falava com as pessoas, fiz um olhar de espanto com aquelas palavras, então ele continuou a dizer:

- Não se assuste, eu comentei isso por que você tem cara de escritor e não de garçom e como venho muito a esse lugar eu andei reparando em você, me parece muito promissor.

Sorri um pouco atordoado com aquela abordagem, não sabia o que responder, aquilo foi muito estranho ao mesmo tempo que parecia uma cantada barata, então eu respondi:

- Depende do que você pensa que seja um escrito, pois não tenho nenhum livro publicado, mas gosto de rabiscar alguns papeis raramente sim.

Ele sorriu assustadoramente e me olhou, um olhar profundo que parecia tocar o fundo de minha alma como se um frio abatesse aquilo que sou e falou:

- Eu sou um caça talentos, ajudo as pessoas a despertar seus desejos mais íntimos, sou praticamente como um gênio da lâmpada, acabo realizando o desejos de todos aqueles que possuem a coragem de dar um passo a frente, assim tento um tato especial quando vejo alguém que possui um talento que não demonstra para todos e pude sentir isso em você.

Um caça talentos em um lugar daqueles, uma parada para vários lugares, eu pode vir de um lugar para o outro e por isso está sempre ali, mas eu estar ali e ter ficado tanto tempo aqui era algo estranho, não parava em um emprego por mais de um mês, sempre me irritava e seguia em frente, pegava a estrada, mudava de cidade, estado, cheguei até a mudar de país algumas vezes, mas ali eu já estava a quase um ano, a conhecidencia era muito grande resolvi sentar e escutar o que ele tinha para me dizer, mas antes de escutar lhe disse:

- Você disse que ajuda as pessoas, mas pelo seu carro ali fora deve ter um preço para ter a sua ajuda não estou certo?

Ele sorriu.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Conto 11 - Parte 2

Tava algum tempo trabalhando, sobrevivendo, mas sempre infeliz aquilo não era o que eu queria para minha vida e eu tinha que começar a tentar mudar, pois uma coisa eu sabia nesta vida, nada viria a minha porta sozinho, eu tinha que encontrar um caminho.

O problema era que quanto mais eu pensava menos solução eu encontrava, passei a questionar até mesmo minhas convicções, será que eu estava sendo o errado em tudo isto? Já que se eu aceitasse ser igual a todos eu poderia vender diversos livros, era só escrever o que todos querem ler, tem tantos escritores fazendo isto, eu poderia ser mais um na multidão e ganhar meu dinheiro.

Só que eu sabia em meu intimo que fazer livros baratos com estórias fracas não ia me deixar feliz, eu não ia gostar do que eu estaria fazendo assim como não gosto do que estou fazendo para sobreviver e minha situação não iria mudar, continuar na mesma eu fico onde estou que não é um trabalho muito recompensador mais a qualquer momento eu posso sair e arrumar outro do mesmo nível que esse se manchar meu nome de escritor com porcarias baratas que servem para vender.

O chato de pensar as coisas assim é que talvez eu nunca saísse desta minha situação de tristeza, mas é melhor ser triste com a esperança de um dia conseguir realizar os desejos do que ser triste matando a esperança e vivendo como um zumbi que anda pelo mundo para se alimentar, não se importando do que se alimentar, basta de alimentar para continuar a andar e seguir sempre em frente sem pensar, sem questionar, só agindo pelo instinto de sobrevivência, não que estivesse muito diferente disto, mas eu tinha a esperança.

Havia arrumado um trabalho de garçom em um restaurante meia boca na beira da estrada, perto de um motel mais meia boca ainda onde eu conseguia dormir, não precisava pagar aluguel algum e meus pertences andavam comigo em uma bolsa, assim onde parasse poderia ficar, o nome do motel era “Motel encruzilhada”, e o nome do bar era “Todos os caminhos”, tinham esse nome por que ficavam em uma encruzilhada que dava para diversas direções, um ponto estratégico para um motel e um bar, restaurante, pois muitas pessoas eram obrigadas a passar por aquele lugar e o que custa dar uma parada rápida para um lance e algumas horas de sono quando se esta viajando a muito tempo.

Foi lá que eu encontrei um homem, um pouco estranho, que andava em um carro lindo, vinha sempre ao bar, não sei o que fazia, só sei que dia sim dia não ele aparecia para tomar um café e comer alguns ovos cozidos, até o dia que ele me olhou e disse:

- Você é escritor?

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Conto 11 - Parte 1


Tudo o que eu sempre desejei em minha vida era ser reconhecido, conhecido, ganhar muito dinheiro fazendo aquilo que eu gosto, me livrando das obrigações do dia-a-dia, das preocupações com chefes e com datas, queria liberdade, mais não só ela, a liberdade, queria ganhar dinheiro com isso, já que vivemos em um mundo capitalista e sonhos não colocam comida na mesa eu gostaria de ter meu capital.

Claro que eu sei que como as coisas são, que todo mundo deseja tudo o que eu citei, mas a questão maior é a que minha área de trabalho fornece um tipo de liberdade que os outros não tem, eu sou um escritor e escrever me da a liberdade de ter o que desejo, mas o problema que para ter tudo isto é necessário ser famoso, para ter varias editoras desejando meus livros.

Foi ai que encontrei o problema a fama, não a desejava, nunca fui uma pessoa que desejasse fama, só quero uma vida tranqüila e por mais que pareça contraditório dizer que quero ser reconhecido e não quero a fama é no sentido de que prefiro ficar no anonimato, mas um ninguém não tem reconhecimento e muito menos pessoas desejando seus livros, tudo o que eu desejava era que admirassem meus livros e não a minha pessoa, por isso reconhecimento e não fama.

A problemática da fama não era o meu problema em relação a ser um escritor, tinha aquele que era o verdadeiro problema, eu não era um Empresário Cultural, não produzia cultura de massa, só que todas as editoras que eu conhecia desejavam esse tipo de coisa, comecei a mandar alguns livros para essas editoras, mas todos eram rejeitados, já havia escrito cerca de cinco livros com temas diferentes, mas nenhum era aceito, algo que desanimava a escrita e fazia com que minhas obras se tornassem inacabadas, já que nunca eram aceitas, tudo por que a Industria Cultural alegava que meus livros não eram para o grande publico.

Uma raiva me consumia cada vez que via isto acontecer, por que eu sabia o motivo de não ser aceito, meus livros não eram auto explicativos e muito menos de romance óbvios onde aparece o mocinho, a mocinha e nas duas primeiras paginas já se pode dizer o que irá acontecer no final, as pessoas não gostam de nada que as façam pensar.

Tudo isto era a minha ruína e eu tinha que me conformar que se desejasse seguir esta carreira tinha que me igualar, enquanto não aceitava tudo isto facilmente trabalhava em qualquer coisa que aparecesse, ganhando o suficiente para viver, ou melhor, sobreviver.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Conto 10 - Parte Final

Passei a noite toda planejando o que iria fazer, resolvi que o melhor jeito era juntar as medicinas com o ocultismo, com o xamanismo, com as coisas da macedônia, tudo em momentos diferentes mais no mesmo ser, sem esquecer a magia africana, montei tudo durante a noite, quando o dia nasceu bastava encontrar um corpo recém falecido ou quase, de preferência jovem, pois se funcionasse eu precisaria de uma alma forte para me auxiliar.

Durante a batalha fiquei observando cada um deles, quando outra idéia surgiu, o melhor era esperar realmente ele cair incapacitado e utilizar o corpo assim mesmo, pois não sabia o tempo que a alma permanecia no corpo depois da morte, tinha que ser semi-vivo para conseguir pegar a alma, assim fiz meu serviço, fui ao local onde os ainda vivos estavam como um urubu que espera o predador para comer os restos, depois de tanto tempo seguindo a morte eu não sei se era a minha imaginação mais eu sentia calafrios perto de pessoas que estavam prestes a falecer.

Seguindo este instinto me aproximei do mais debilitado e fui retirando seu corpo, como se já não estivesse mais vivo, coloquei algumas agulhas no caminho para minha tenda, atravessei alguns pontos e órgãos vitais para conter a energia no corpo, como se assim conseguisse manter a vida e a alma ali, não sei se é alma, energia vital ou qualquer outro nome que desejassem dar, eu sabia que depois de fazer aquilo não sentia mais calafrios, como se tivesse conseguido neutralizar a vida e afastar a morte por conseqüência, utilizei alguns símbolos do ocultismo para ajudar a manter aquele corpo vivo, preparei um boneco feito com a pele da perna daquela pessoa e o enchi de cabelo para simbolizar suas veias e órgãos internos e com uma pequena parte de carne coloquei em seu centro para simbolizar a energia daquele corpo.

Coloquei o boneco em cima do corpo como se unisse um ao outro, comecei uma espécie de operação com o boneco, fui abrindo seu corpo e retirando o pedaço da carne que estava dentro do corpo, simultaneamente uma luz com um formato esférico começou a sair do corpo, senti como se a energia da vida que havia perdido estivesse voltando para mim sendo sugada daquele corpo, engoli o pedaço de carne e a energia entrou em meu corpo.

Havia encontrado um método de viver bem, meu corpo que estava decadente tinha acabado de se tornar diferente, minhas costas que se curvavam para frente ansiava levantar, tinha adquirido a força de um corpo jovem e saudável, a mesma que aquela alma possuía, o corpo logo após a energia passar para o meu acabou se tornando cinzas, como se sua existência tivesse se anulado, agora tinha encontrado a resposta perfeita para minha busca e poderia aproveitar a nova vida que havia ganho.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Conto 10 - Parte 4

Estava chegando aos cinqüenta, ou já tinha passado, os soldados já começavam a dizer que me confundiam com os mortos de tão decadente que estava a minha imagem, isso não me importava eu só queria pegar alguns corpos e fazer alguns testes.

As primeiras coisas que ia tentar fazer era encontrar um meio de ver se existe algum tipo de transportado de alma, utilizei as artes ocultas como base para ver algo, passei alguns dias observando primeiro os combates, fazendo alguns rituais para natureza na esperança de conseguir ver alguma coisa, mas não houve nenhuma reação, nenhum ritual surgiu efeito para esse fim, mas tempo perdido, não podia desistir, pelo menos eu poderia saber que aquele tipo de coisa não funcionava não era tão em vão assim, agora era hora de fazer testes para tentar ver se existe algum caminho que a alma segue, ou ainda se existe alguma variação no corpo no momento da morte, até por que se alguém estiver certo para partir para um outro mundo é necessário abandonar o corpo em algum momento, tinha que observar não só os combates como o momento em que o corpo envia a alma para o outro mundo, seja lá qual for, mas um tempo de observação em vão, era até um milagre minha existência ainda, mas minha erva estava chegando ao fim.

Não me restava muita alternativa nem esperança, eu tinha que descobrir através dos corpos, tinha que levá-los para algum lugar onde conseguisse experimentar algo, testar algo de físico, realizar um exame, estava na hora de misturar as coisas com o oculto.

O cheiro da morte do campo de batalha disfarçava minhas experiências, comecei abrindo alguns corpos para tentar entender o mecanismo, mas eu consegui aprender apenas anatomia, abrir o corpo se tornou inútil, pelo menos em relação ao meu objetivo, já sabia muito bem onde ferir alguém que desejasse me atacar, alem de outras coisas que eu nunca imaginei entender, ajudou a entender parte das coisas que aconteciam com meu corpo, através de minhas dores e doenças, pude entender pontos até para a energia vital, depois de estudar queimava os corpos.

Estava quase desistindo tinha vivido bastante, quase vinte e cinco anos de vida buscando viver e acabei não vivendo se tivesse passado o tempo aproveitando talvez tivesse vivido menos mais melhor, tudo bem que se não fosse meus estudos e viagens nunca teria sido tranqüilo o meu caminho até a morte, conheci lugares, pessoas, muito conhecimento que nunca poderão ser tirados de minha mente, aproveitei tudo o que tinha para aproveitar mesmo obcecado por uma cura, passei a noite pensando em tudo o que fiz, já que não me restava muito tempo e a erva estava acabando, não duraria mais muito tempo e nessa altura eu estava só vivendo por conta delas, mas foi quando uma luz me veio a cabeça, estava esquecendo de uma das coisas mais importantes, a medicina chinesa, tinha que usá-la de uma forma mais eficaz.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Conto 10 - Parte 3

Deixei o império Romano de lado e fui para única cultura que eu ainda não tinha estudado a Barbara, os bárbaros nórdicos poderiam servir para alguma coisa. Lá encontrei o que eles chamavam de Xamãs que tratavam das artes ocultas, mas por causa de uma nova cultura que nascia naquelas regiões seu próprio povo estava deixando de lado, desacreditando em suas forças, o que por um lado foi a minha sorte novamente, já que sua decepção com seu povo o fez querer se distanciar e se afastar daqueles que ele julgava cego perante as capacidades de sua força e poder, e por conseqüência uma pessoa muito interessada em sua cultura e em seus ritos era o que ele mais desejava para colocar seu animo em pé e ainda transmitir seu ensinamento, foi graças a esses acontecimentos históricos que comecei a chegar próximo a minha cura, de todas as coisas que ele tinha para me ensinar o que mais me ajudou e me trouxe interesse é o conhecimento da alma.

Diferente dos gregos que acreditavam em um Deus dos Mortos, de um rio que leva ao mundo os mortos passam, levado por um barqueiro, e que para isso acontecer era necessário fazer um ritual, ele disse que existia uma idéia de que a alma iria para o paraíso, um local bom onde todas as pessoas se reuniriam, não havia entendido se aquilo era parte da sua cultura ou da cultura que ele criticava a todo momento, já que tudo o que ele dizia vinha acompanhado do rancor pelo seu abandono, veio então uma idéia, um grande idéia, até que ponto alma e corpo se dividem, até que ponto existe um transportador de almas, ou todos irão esperar um momento que a alma iria para algum outro lugar, ela poderia ser movida, eu precisava descobrir muita coisa, pois essa poderia ser a minha única salvação, minha única esperança de enganar a morte de brincar com a vida e nunca mais ser atingido por doença alguma, o único problema era que minha aparência estava péssima, por conta do sofrimento com a doença eu tinha me desgastado de mais.

E o grande problema de tudo isto é que para estudar a morte eu tinha que estar próximo de locais onde as pessoas morriam, claro que isto não era um grande problema naquela época onde qualquer disputa de território se tornava em uma pequena guerra e um conjunto de corpos mortos, ai sim vinha o problema, para entrar para qualquer legião eu precisava lutar, coisa que eu já não era muito bom quando jovem, agora com o corpo todo acabado era muito pior, mas tinha uma coisa que eu poderia fazer sem problema algum e ainda essa aparência degradante que eu estava poderia ajudar, eu seria carregador de corpos.

Depois de algumas tentativas consegui algumas coisas para fazer, eu ia cuidar dos animais e dos corpos que ficavam jogados no chão, era a melhor coisa que eu poderia fazer, poderia aplicar algumas coisa que eu estava projetando, misturando tudo o que eu tinha estudado, claro que não utilizaria uma coisa só, nem todas as coisas de uma só vez, resolvi que o melhor a ser feito era misturar tudo aos poucos criando uma só técnica para ver se conseguia algo novo e eficaz.

Só que toda sorte que eu tinha até aquele momento parecia estar acabando ou ser insuficiente para tais atos, assim como as minhas ervas, sem elas eu não conseguiria suportar a dor e os sintomas voltariam, tinham ervas de todos os lugares e regiões não teria tempo para arrumá-las antes de morrer, iria acabar sendo mais um corpo, igual aos que eu estava recolhendo, mas a sorte poderia continuar do meu lado e eu conseguiria fazer tudo antes de acabar, bastava me controlar e ser cauteloso, quando encontrei um antigo conhecido da época do comercio, ele me arrumou algumas ervas que poderiam ajudar, não resolver, mas me dariam ainda mais tempo.

Quando pensei que os problemas estavam resolvido, outro problema surgiu, como eu faria para pesquisar sem ser percebido, eu tinha que arrumar um tempo em que os guardas não conseguissem me ver e ainda que eu conseguisse levar pelo menos um corpo de cada vez, já que minha força não ajudava muito.

Eu precisava começar a testar, aos poucos fui fazendo amizade com os guardas, fui mostrando que trabalhava tranqüilo e sem querer aparecer, por isso fazia tudo durante o período noturno para evitar o sol, para evitar ser percebido, até que começaram achar normal o que estava fazendo e não notarem minha presença, era como um fantasma andando por todos lugares e ninguém notando. Ai chegou a hora de começar a testar.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Conto 10 - Parte 2

Fui conhecer as maravilhas de Atenas, eu não acreditava no Deuses, nem grego e muito menos dos outros poucos que eu já havia escutado, ainda mais nestas estórias de que eles andam pela terra e tudo o que diziam, mas as belezas construídas em nome destes Deuses são maravilhosas, mesmo as criadas depois da queda do império e para outros Deuses, o único problema da Grécia realmente era o povo, não sei se trabalhei de mais com as pessoas do Império, eu sei que naquela época eu pensava isso, não nego ser grego, mas não estava mais suportando aquelas pessoas. Passei algum tempo conhecendo tudo e parti para conhecer o oriente.

Peguei um barco e ganhei um presente, ou pelo menos foi ali que eu descobri que havia ganho um presente de grego, comecei a cuspir sangue, o que eu esperava que fosse ser uma coisa boa ia ser um desgraça, eu estava começando a viagem estando completamente doente, do que eu não sabia, mas eu estava, cheguei ao Egito a doença estava ao ponto de levar a minha vida, uma vida que estava prestes a começar a ter mais aventuras.

Realmente iam começar as minhas aventuras como eu estava esperando, mas era uma aventura em busca de cura, pois eu não podia deixar que aquilo acabasse assim, já que poderia acabar com minha vida, eu estava desesperado e segundo algumas pessoas que estava no barco comigo eu não tinha muito tempo, mas se havia algum lugar que eu conseguiria me curar era naquele, eu não ia entregar minha vida sem lutar, novas culturas, novas medicinas, novas curas, comecei a conhecer diversos curandeiros, cada um possuía um método diferente para tentar resolver os meus problemas, que começaram a piorar, manchas em minha pele, sangue saindo como vomito, alguns dias de diarréia, outros de febre intensa, tudo isso durante as passagens pelos curandeiros, alguns cobravam um alto valor, outros não me cobravam nada, nos quais eu mais confiava, só que acabavam não resolvendo nada, tanto uns como outros.

Durante todo esse tempo comecei a entender algumas ervas, de tantas que eu acabava tomando, de tantas misturas que me deram, mas estava quase chegando ao ponto de não conseguir nem mesmo andar de tanta fraqueza que estava sentindo, depois de tantas viagens cheguei a China, onde comecei a entender sobre uso de agulhas e produção de energia, controle de energia do corpo para encontrar um equilíbrio e saber que isso poderia manter o corpo mais saudável, entender o poder da mente sobre o corpo entre outras coisas.

Com a medicina chinesa, eu comecei a melhorar de alguns sintomas, mas só estava me sentindo um pouco melhor, e ainda me sentia debilitado, mesmo os médicos chineses não sabiam como cuidar do que eu estava sentindo, naquele momento percebi que se eu realmente desejasse viver teria que fazer algo com as minhas próprias mãos, ainda mais por que novos sintomas começaram a aparecer, dores alucinantes, nos membros e no peito.

Comecei estudando ervas, continuei estudando energia e controle da mesma, acabei começando a estudar as artes ocultas que havia conhecido em algumas tribos afastadas abaixo do Egito, estava com um pouco mais de quarenta anos, ainda por ajuda da medicina chinesa que havia sido a mais poderosa em cuidar de meu corpo, algumas ervas começaram a ajudar para o avanço de minha doença, as dores haviam parado, os sintomas diminuído, mas ainda não havia me curado, se não tomasse as ervas tudo voltava e sabe lá o que mais, fiz algumas misturas, oriente, ocidente, ocultismo, medicina, tudo o que eu podia fazer não estava resolvendo o problema e ninguém entendia o que era, talvez tudo o que eu tivesse tomado só havia piorado a minha situação criando outras doenças que eu ainda não sabia, pois não havia cuidado da primeira, talvez tudo fosse uma coisa só eu não sabia mais nada, quando percebi que estava na hora de experimentar algo ainda mais poderoso e mais sinistro, só não sabia o que.

Resolvi voltar para casa, mas o império grego havia sido derrubado por um povo ainda mais idiota e ignorante que os gregos, que por cima de tudo copiaram a cultura grega alegando ser a sua própria, dando novos nomes para as mesmas coisas, mas o que acontecia no mundo não me importava eu tinha que parar aquilo, tinha que resolver minha vida, já estava mesmo fora do mundo a um bom tempo que não importava o que estava acontecendo desde que não viessem para meu lado.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Conto 10 - Parte 1

O tempo não era o dos melhores, vivia em uma pequena cidade do leste europeu e naquela época só vivam os grandes guerreiros, eu não era um entre todos aqueles bárbaros, o século já não sei muito bem dizer qual era, só sei que foi antes do período cristão, quando os gregos ainda eram os maiores e o mundo conhecido ainda era o núcleo que muito tempo depois foi chamado de Europa.

Trabalhava como comerciante na minha região e viajava de cidade em cidade, mais nunca havia almejado nada de muito grande para minha vida, não tinha família, a única pessoa que eu tinha eram falecidos, pois minha mão não agüentou ao dar a luz e meu pai havia falecido também em combate, meu avô pouco presente nunca teve muito tempo para me ensinar coisa alguma, minha educação de guerreiro não foi a de maior destaque, então com a morte de meu avô me juntei a um grupo de comerciantes e aprendi o oficio, na minha terra natal eu não podia voltar de vergonha de não ter seguido os passos da minha família, assim a melhor coisa a fazer realmente era viver viajando e sem chamar muita atenção, foi assim que resolvi viver.

Estava completando vinte e cinco anos e isso naquela época já era mais do que idade adulta e as condições do comercio na região que eu seguia estava se tornando precária, até um dia que estava negociando vinho com um comerciante velho e ele me disse que estava precisando deixar sua rota de trabalho, pois já estava muito velho para caminhar por lugares tão distantes e que precisava de um local mais pacato para viver e me ofereceu uma troca, eu ficaria com a rota dele e ele ficaria com a minha, passaria só um tempo comigo me apresentando aos seus compradores e depois trocaríamos, assim como eu o apresentaria em meu lugar.

As coisas pareciam se encaixar, mesmo com os problemas na minha região, eles eram problemas para mim, que era jovem e pouco preparado financeiramente, agora um senhor que já havia conseguido muita riqueza e só precisava de um lugar tranqüilo para ocupar sua mente, ali seria um lugar perfeito, resolvi que iria aceitar, ele me passou tudo o que tinha e eu o pouco do que tinha e trocamos.

Um pouco de angustia me abateu em pensar que iria começar algo novo, mas era melhor do que acabar ali sem conseguir muito sustento com os problemas que estavam surgindo, acredito que era a melhor escolha que eu tinha para fazer naquele momento.

O começo não foi tão simples como achei, os caminhos não eram tão fáceis, as pessoas não eram tão amigáveis comigo com eram com ele, mas com o tempo foi ficando mais aceitável, aos poucos não sabia se estava ficando mais maleável, menos exigente ou eles que me aceitaram, mas as pessoas foram se acostumando, até mudar e aceitar leva um tempo, acredito que havia conseguido que a mudança se não neles em mim.

Tinha se passado dez anos depois que eu havia mudado de rota com aquele senhor e as coisas estavam desagradáveis, não estava agüentando mais tudo aquilo, agora havia entendido o por que daquele velho desejar tanto mudar de rota, o povo grego não era muito agradável, não podia reclamar das partes financeiras, pois esta rota era perfeita em relação a isto, mas fora isto era uma desgraça, quando novamente como se os caminhos de minha vida fossem guiados encontrei um comerciante estrangeiros, começou a me contar coisas fantásticas de suas viagens, Cartago, Pérsia, Egito, lugares que nunca havia escutado falar, até então, tudo o que eu conhecia eram os gregos.

Novamente resolvi dar uma reviravolta em minha vida e conhecer mais do que era conhecido por minha pessoa, mais antes iria conhecer a Grécia, a principal cidade do Império Grego, eu iria para Atenas, quem não conhece Atenas não conhece a Grécia.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Conto 9 - Parte Final

Eram sete, agora sobravam apenas três, assim como havia começado a jornada de Sato, mas sem a ajuda de Murakami, era necessário tomar muito cuidado com o que poderia acontecer, eles precisavam encontrar um caminho de fuga em que não houvessem problemas.

Todos sabiam que o melhor a fazer naquele momento era fugir para um lugar, mas Sato tinha algo maior em mente, uma preocupação que não poderia deixar para trás, Aika ia se casar se ele não fizesse algo, sozinha ela não poderia ser capaz de fugir, ele tinha que salvar o amor de sua vida.

Olhou para seus companheiros com um grande olhar de decisão e lhes disse:

- Precisamos fugir, mas preciso salvar Aika, amo meu grupo como amo ela, não posso escolher entre deixar um ou outro, mas posso escolher em salvar os dois...

Antes que Sato continuasse o que estava dizendo Ito o interrompeu dizendo:

- O seguirei, mesmo que na morte, essa é minha trajetória de honra.

Fukuda sorriu e disse:

- Não perderei a chance de entrar na casa daquele maldito por nada neste mundo.

Sato sorriu e saiu pela porta seguido por seus dois companheiros, a caminho da casa de Ono Takamura, mas a dois passos a frente estava Yoshida que no momento em que se separou de seus companheiros já havia partido em busca de sua vingança, por mais que foi ele que salvou a vida dos dois irmãos, ele havia usado os dois como brinquedos, marionetes de seus planos sujos, ali Yoshida entendeu tanto interesse de Ono em sua vida, em saber como eram as missões, as formas que eles trabalhavam, até então ele acreditava que tudo era parte de alguém que se afeiçoava a ele, mas no fundo era tudo um plano maquiavélico de Ono, tudo ia acabar e era só nisso que ele pensava, vingança pela morte de seu irmão.

Ao chegar à casa de Ono, Yoshida encontrou um numero incomum de guardas, mas a falha de Ono foi deixar uma criança curiosa solto pela sua casa durante tantos anos, Yoshida conhecia cada pedaço, cada canto daquele lugar e isso seria a sua grande vantagem para entrar desapercebido naquele lugar.

Andou sorrateiramente em todos os becos até chegar ao salão principal, até se deparar com a porta que o separava daquele que o criou e aquele que armou a sua morte, aquele que brincou de Deus com sua vida.

Entrou com todo seu ódio imaginando que Ono não estaria sozinho, como de fato não estava, os seus seis melhores guardas estavam ali ao seu lado o protegendo como se ele não pudesse a qualquer momentos apunhalá-los pelas costas como fez com ele, então disse:

- Assim como eu estive no lugar de vocês um dia vocês poderão estar no meu.

Como se não ouvisse as palavras de Yoshida partiram para cima com suas armas em punho e controle no olhar, uma frieza inigualável e uma força de combate comparada a de Yoshida se não fosse seis, mais eram, lutar contra muitos fracos sempre foi fácil, lutar contra seis iguais e ele não seria tão fácil assim.

A luta se tornou cada vez mais difícil, de ataques se tornou em defesas, de vingança se tornou sobrevivência, eles realmente eram bons e Yoshida não se tornava tão bom quanto era com o grupo e Ono sabia disso e disse:

- Aqui será seu tumulo, como eu sempre soube, uma criança pobre nunca será um verdadeiro samurai.

Yoshida ao escutar aquele desaforo juntou o que sobrava de forças acertou a cabeça daquele que estava a sua frente e partiu sem pensar em nada para cima de Ono, mas haviam cinco homens a suas costas e logo acabou de joelhos aos pés de Ono que sorriu, sacou sua espada e com um golpe levou ao pescoço de Yoshida que teria sido cortado como a um papel se não fosse pela espada de Sasaki que travou a espada de Ono e jogando o corpo de seu irmão para trás com os pés.

Olhou os samurais e disse:

- Saiam meu problema é com Ono, já vi muitas mortes não quero ver a de vocês.

Como da primeira vez que atacaram se pensar, mas não lutavam mais com Yoshida e todo ódio contido em Sasaki se tronou em poder, que com apenas um golpe derrubou cada um deles e antes que Ono conseguisse levantar sua espada sentiu seus ombros pernas e braços serem atingido, então escutou:

- Matá-lo seria dar-te a gloria, eu não sou capaz a isso, como você penso em meus interesses e faço qualquer coisa para conseguir, aproveite o que te sobra, eram seis que protegiam sua vida, são seis espadas que a levaram lentamente.

Sasaki pegou o corpo de seu irmão e saiu fechando a porta da sala.

Algum tempo depois chegou Sato, Ito e Fukuda a mansão, mas antes de entrarem viram Aika a frente, ao se aproximarem ela os disse:

- Sasaki pediu para que partíssemos sem entrar na mansão e me contou o que meu pai fez.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Conto 9 - Parte 11

Chegando ao local que se refugiavam depois da batalha Sato estava transtornado, três de seus amigos não estavam ali, um deles estava morto e os outros possivelmente também.

Passou um tempo só refletindo sobre o que era melhor a ser feito, sobre quem seria capaz de fazer aquele tipo de emboscada para eles, e principalmente, quem sabia que eles estariam ali, durante esse tempo esperava que seus companheiros chegassem, mas o tempo passou, passou e passou.

Yoshida cansado de esperar que Sato tomasse alguma atitude foi até ele e disse:

- O que mais você está esperando nesse meio tempo poderíamos ter salvo meu irmão, ele não morreria facilmente, mas só, é melhor nem pensar, se você não vier eu saio sozinho.

Sato de levantou e saiu sem dizer nem uma palavra, Yoshida irritado o seguiu para ver o que ele pretendia fazer, quando ao se juntar com os outros ele disse:

- Posso estar equivocado em relação do que vou dizer, mas acredito que sei que é responsável por aquela emboscada, acredito também que sei o motivo.

Todos ficaram em silencio e Yoshida muito esquentado disse:

- Fale logo, diga o que tem para dizer sem demoras, já perdemos tempo de mais com suas sandices.

Sato, baixou a cabeça envergonhado e disse:

- Eu tenho uma relação que mantenho em segredo com a Senhorita Aika e acredito que seu pai descobriu.

Todos agiram como se já soubessem do acontecido, mesmo Yoshida que muita raiva sacou sua espada colocando-a no pescoço de Sato que não reagiu, agindo como se merecesse a morte, mas não foi o que aconteceu, Yoshida se virou e antes de sair disse:

- Espero encontrar meu irmão vivo e da próxima vez que te encontrar não serei um aliado esteja preparado para lutar como um guerreiro honrado.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Conto 9 - Parte 10

Tudo estava certo Ono acreditava que nem mesmo eles seriam capaz de sair daquela emboscada, o local era uma residência de um restaurador, segundo Ono estariam diversos homens influentes na restauração se reunindo para tomar um passo crucial para que tudo acontecesse e que o Império Japonês chegasse ao fim.

Como todas as missões os sete se dirigiram o mais rápido possível para o local descrito, fizeram a verificação do local, Moriko invadiu a casa para vasculhar o mais profundo que conseguisse, mas eles já tinham feito tudo a partir da habilidade de cada um deles, ou melhor, tinham feito o melhor que podiam a partir do que Ono conhecia da habilidade que eles possuíam, já que mais do que isso era impossível de conhecer não sendo parte daquele grupo.

A invasão começou os guardas que pareciam existir já haviam sido desacordados por Moriko e Fukuda, depois os outros entraram, foi ai que tudo começou, homens e mais homens começaram a brotar, não estavam apenas escondidos naquele lugar, como estavam aos arredores em lugares mais distante esperando um sinal que foi dado assim que eles chegaram nas redondezas da residência, assim que entraram na casa perceberam que haviam sido enganados por alguém e o mais provável era Ono Takamura, mais não entendiam o motivo disso.

Uma batalha muito difícil e muito cansativa mesmo para guerreiros tão experientes como eles, eram muito e eles poucos, quanto mais caiam mais apareciam, eram pouco treinados poderia durar dias aquela batalha, eles poderiam não agüentar até que no meio de tudo aquilo um forte estrondo surgiu.

Quando Sasaki olhou para trás uma fila de homens com mosquetes e na frente daqueles camponeses despreparados com armas tão perigosas estava Moriko, um ódio tomou Sasaki que entrou na frente dos camponeses, pegou Moriko nos braços e disse:

- Não morra você é a mulher que amo.

Moriko toda coberta de sangue, tanto seu como dos oponentes que havia matado disse:

- Você é o homem que amo, mas agora teremos que nos separar por um tempo, não deixe que esse dia acabe em vão.

Moriko deu seu ultimo suspiro e Sasaki um enorme grito de ódio com os olhos cheios de lagrimas partiu para cima de tudo o que se movimentava sem ver mais nada só quem estava com uma arma nas mãos.

Todos estavam exaustos e a batalha não acabava, muito corpos no chão, um deles morto e mais reforços chegando, reforços de camponeses com mosquetes, talvez não agüentassem, Murakami se aproximou de Sato e lhe disse:

- Até mesmo nós temos que recuar em um momento, eu darei cobertura saiam daqui e eu não estou pedindo.

Sato fez reverencia para Murakami e lhe respondeu:

- Estaremos te esperando no mesmo lugar de sempre.

Olhou para os companheiros que entenderam o sinal e começaram a tentar escapar daquele lugar enquanto Murakami tentava criar um espaço para fuga Yoshida olhou seu irmão e gritou:

- Sasaki chega, precisamos ir.

Não adiantava, Sasaki estava completamente fora de si e não podia escutar, Yoshida tentou chegar a seu irmão mais se tornou impossível e acabou fugindo com seu grupo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Conto 9 - Parte 9

Chegando a casa de Ono a primeira coisa que Sato viu, ou melhor, a única coisa que estava na vista de Sato era Aika que estava sentada no jardim interno da casa dos Takamuras, seus olhares se cruzaram e ali tudo começou.

Quando se encontrou com Ono havia apenas um pedido, alem de diversas missões, já que secretamente Ono estava cuidando de casos que não podiam ser divulgado para o imperador, o pedido era que em todas as missões que fosse feitas Sato levasse junto dois pupilos de Ono os irmãos Yamada, Sato disse que não veria problema alguns só que não se responsabilizaria por eles.

Durante o tempo os irmãos Yamada não só acabaram se tornado uteis para o grupo de Sato como se tornaram parte integrante do grupo como mais um membro, como mais dois amigos. Algo que se tornou o maior problema com a noticia do casamento de Aika Takamura.

Sato e Aika estavam já há algum tempo se encontrando escondido, pois dês do primeiro dia que se encontraram haviam sentido algo de especial um pelo outro, e para evitar reprovações fizeram tudo as escondidas, algo que não deveria ter sido feito já que poderia evitar a tragédia.

Ono que em alguns momentos demonstrava sinais de interesse pela restauração e de não tanto apoio ao imperado descobriu que sua filha estava se envolvendo com alguém, mas ainda não tinha certeza quem era essa pessoa, assim para acabar com esse romance escondido e descobrir quem era o seu amante arranjou o casamento e que para sua surpresa revelou que a pessoa apaixonada por sua filha era Sato.

Como um bom diplomata e um grande estrategista Ono estava percebendo que o tempo de império no Japão estava chegando ao fim e que o único jeito de resolver todos os seus problemas era usar o seu poder dentro do império e junto a força secreta do imperado para solucionar seus problemas não só um mais os dois, demonstrar sua lealdade a restauração acabando com a maior força e o maior mito daquele período e eliminando aquele que seria o único problema para construção de sua aliança com os restauradores, Sato.

Ono armou uma armadilha para os guardiões do céu, pois naquele momento e depois de tantas missões a lenda havia se tornado algo conhecido em todo o Japão e havia se tornado a esperança daqueles que não queriam a restauração dando mais força para todos lutarem, com essa emboscada isso acabaria e ajudaria muitos a perceberem as fraquezas do Império.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Conto 9 - Parte 8

Quase dez dias depois que o grupo de Sato havia acabado com o grupo de Hirano e a fama de seu grupo havia começado a se espalhar chega ao palácio do imperado um grupo de seis pessoas, cinco andando e uma amarrada.

Sato é imediatamente enviado ao imperador junto a seu prisioneiro Hirano, ele o entrega ao imperador e lhe diz:

- Aqui está o capanga que casou tanta destruição e maldade ao seu império, cabe ao senhor decidir o que fazer com essa peça de shogi.

O imperador agradeceu e lhe disse:

- Peço desculpas por ter lhe subestimado e gostaria de pedir que se apresentasse ao senhor Ono Takamura, ele precisa muito do auxilio de um grupo como o seu.

Sato se curvou e respondeu antes de sair.

- Terminando algumas pendências que ainda possuo seguirei qualquer ordem que me for dada.

Algum tempo depois alguns aristocratas começaram a aparecer e uma frase era sempre deixada, “Aquele que não olhar para o céu não entenderá a beleza do mundo”. Boatos começaram a surgir que um grupo havia se tornado o guardião do Imperados e eles foram chamados de “Os Guardiões do Céu”, algum tempo depois mais boatos começaram a dizer que esse grupo era o grupo de Sato.

Após concluir seu caminho Sato e seu grupo seguiu para casa de Ono Takamura para se apresentar como o Imperador havia pedido, Moriko que após completar seu caminho com o grupo de Sato estava partindo quando antes no caminho para casa de Ono Sato lhe disse:

- Aquelas pessoas não são mais sua família, aquele não é mais seu lar, essa é a minha família e meu lar é o mundo se desejar seguir nosso caminho será sempre bem vinda.

Depois de refletir sobre o que Sato havia dito e sobre como eles a tratavam Moriko decidiu que talvez o melhor fosse realmente seguir caminho com eles. Assim os cinco seguiram o caminho.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Conto 9 - Parte 7

Depois de escutar todas as explicações de Moriko resolveram seguir seus planos, durante o dia entraram pela passagem que Moriko havia fugido e começaram o ataque, um a um, guerreiro por guerreiro, eles foram derrubando sem que nenhum guerreiro fosse capaz de vencê-los, sozinhos, acompanhados, todos eram vencidos, o ódio se tornou concentração, a raiva se tornou força e a vingança se tornou a purificação do mundo contra aqueles que só estavam ali para causar a desordem e o caos na vida das pessoas, nenhuma criança e nenhuma pessoa que não fosse um guerreiro foi atacado ou prejudicado, todos que possuíam armas eram destruídos, até que chegou o momento que Sato e Moriko mais esperavam, o líder, aquele que tomava a decisões e fazia os acordos, ele tinha que ser derrotado e só ele poderia falar quem havia mandado que aquelas crueldades fossem feitas.

Moriko ao se deparar com Hirano Sakurai, o maldito que havia causado tudo aquilo partiu sem pensar para cima quando se deparou com a bainha de Sato a sua frente e escutou:

- Peço que me de a honra de acabar com esse homem.

Moriko, suspirou contendo sua raiva e respondeu para Sato:

- Me deu a chance e a vitoria em minha vingança, por favor não deixe que a vitoria se torne uma vergonha.

Sato respondeu curvando-se a ela quando escutou de Hirano.

- Duas crianças ingênuas achando que são o...

Antes que conseguisse terminar a sua frase teve que fazer um brusco movimento para trás, pois percebeu que Sato já havia começado o ataque e escutou:

- Da próxima vez não terá a vantagem da distancia para se esquivar.

Sato começou a se movimentar e como num flash de luz desapareceu, mas Hirano não era tão inexperiente para não sobreviver ao segundo golpe, mas também não era tão habilidoso para sair daquela batalha com vida os movimentos de Sato eram rápidos de mais e Moriko só conseguia acompanhar a batalha pelos movimentos de defesa de Hirano que depois de umas seqüência de golpe não estava mais agüentando a pressão de Sato ainda mais por que não conseguia preparar um contra ataque até que achou ver uma brecha no ataque de Sato, girou sua espada para atacá-lo, mas quando percebeu sua espada estava no ar e a espada de Sato estava em seu pescoço, então Sato lhe disse:

- Agora minha vingança será concluída.

Conto 9 - Parte 6

Seguiram viagem para o local onde estavam aqueles que haviam armado para os Nakaymas viviam, um pequeno forte no meio de uma floresta perto de uma montanha, lá estavam eles, lá estavam bem protegidos e escondidos os malditos mercenários que haviam invadido não só a casa de Sato, mas o dia de seu aniversario, o dia em que ele se tornava alguém dentro daquela sociedade, alguém dentro daquela família, quando ele já se tornava uma pessoa preparada para seguir a trilha da família e ajudar em algumas das missões dos Nakaymas.

Primeiro cada um seguiu para uma lado para analisar qual era a situação que teriam que enfrentar, diferente de muitos lugares aquele lugar era um lugar preparado para guerra, já que por causa de seus feitos eles adquiriram muito inimigos com o passar dos anos, Sato não era o único que pensara em vingança e muito menos o primeiro a descobrir o lugar de esconderijo deles, mas talvez o único com capacidade de enfrentá-los.

Passaram algumas horas analisando o lugar para decidir o que era melhor a ser feito naquela situação, depois se agruparam novamente para analisar tudo o que tinha descoberto e decidir o melhor a ser feito, durante a investigação sentiram que alguém os estava vigiando, mas se fosse alguém daquele lugar já teria atacado, estranhando resolveram fingir que nada estava acontecendo e ver o que essa pessoa estava planejando com aquela atitude.

Estavam conversando e só com olhar se comunicando sobre a presença do intruso, então Fukuda disse que precisava se aliviar, pois havia bebido muito na noite anterior e se retirou rapidamente para tentar descobrir quem era essa pessoa que o estava espionando.

Quando ele começou a fazer seus primeiros movimentos para tentar se aproximar do intruso rapidamente foi percebido, algo que chamou muito a atenção de Fukuda já que dentro de um de seus treinamentos pelo mundo havia treinado a arte de se ocultar tão poderosa que até mesmo um bom ninja teria problemas para achá-lo, aquilo o intrigou, pois uma pessoa com capacidade de percebê-lo não estaria ali sem propósito algum e se os seguia poderia significar algum perigo para todos, mas o que o intruso não esperava era que Fukuda era também uma distração e todos já haviam se movimentado para armar um cerco contra ele.

Quando percebeu que estava no meio de um cerco já era tarde de mais, pois todos já haviam visto um estranho homem encapuzado com duas pequenas facas uma em cada mão, no mesmo momento do encontro Sato perguntou:

- Quem é você e como ousa nos espreitar como animais selvagens?

Nenhuma resposta foi ouvida, mas uma reação foi tentada, acuado o intruso tentou fugir daquela situação da maneira que um ninja fugiria, jogou uma bomba de fumaça e tentou escapar, mas a percepção daquele ser podia se comparar com a de Fukuda, mas experiência não chegava nem mesmo próximo, ao tentar fugir por cima com sua confiança recebeu um golpe atordoante de Fukuda.

Ao acordar estava preso em uma arvore com os quatro samurais e sua frente, Sato tomou a dianteira e disse:

- Diga-nos que és, e por que estava nos seguindo daquela forma.

Ainda com o capuz o intruso com uma voz doce respondeu:

- Me diga, antes que eu lhe responda algo por que mesmo presa você não retirou minha mascara?

Sato com um leve sorriso de canto de rosto respondeu:

- Não importa que seja, oponente ou aliado, se existe algum motivo para manter a sua identidade escondida eu devo respeitar sua decisão antes de saber seus motivos.

Escutaram um suspiro profundo e depois as palavras da intrusa que disse:

- Meu nome é Moriko Arai sou a filha do antigo lidar do clã ninja que vivia neste lugar, até que um dia esse grupo de mercenários de uma forma suja invadiu nossa casa e destruiu as mulheres e crianças enquanto estávamos em uma missão falsa dada por eles e quando voltamos lá estava a cilada, meu pai me colocou em uma passagem de fuga e eu vivo esperando o dia de me vingar, se vocês acham que são capazes eu posso mostrar como entrar sem se percebido.

Um ano de Contos

Agradeço a todos que acompanham meus contos neste ano, e como comemoração de um ano de produção e um ano no ar com o blog será publicado duas partes do conto 9 que é o conto que está sendo publicado, mais uma vez agradeço a todos que me acompanham neste ano e espero que continuem apreciando meus contos, muito obrigado pela preferência e boa leitura.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Conto 9 - Parte 5

Sato ao perceber que aquele homem poderia saber onde estavam aquelas pessoas, se interessou imediatamente pelo que ele teria para dizer e mais do que isso naquele momento ele achou que o melhor a fazer era aceitar aquela pessoa em seu pequeno grupo, mas ele não sabia como poderia lidar com um bêbado que poderia nem mesmo saber lutar, mas antes de tentar qualquer coisa ele precisava entender o interesse daquele ser em sua família e o que aquela preocupação significava, então perguntou:

- Por que está tão preocupado com o que aconteceu com minha família e deseja tanto vingança?

Fukuda riu, parou por alguns segundos como se estivesse lembrando de sua historia, olhou para Sato e respondeu:

- Nishimura era o nome de minha mãe que resolvi herdar quando abandonei o Japão e sai pelo mundo para entender mais do que só a nossa cultura, mas o nome de meu pai era Miyashaki Nakayma.

Sato regalou os olhos ao escutar o nome de seu avó, algo que ele nunca imaginara em toda sua existência era que possuía um tio bastardo que se preocupava com a vida da família, olhou para Murakami e perguntou:

- Você sabia disso?

Murakami não sabendo muito o que responder e não sabendo qual a reação do garoto respondeu:

- Existia alguns rumores que seu avó possuía um filho mais velho que rejeitou o nome de sua família e seguiu pelo mundo quando Fukuda chegou e seu pai era o novo senhor da família Nakayma ele disse que não se incomodassem com a presença de Fukuda, mas que não o levassem a serio, pois ele não passava de uma palhaço gozador e assim ficou, até que acabou se tornando um bêbado e um cômico.

Sato se virou e disse:

- Vamos embora.

Virou as costas e saiu andando como se não se importasse para Fukuda que no mesmo momento lhe disse:

- Nunca de as costas para um inimigo em potencial, morto eu sou o único Nakayma vivo.

Quando ele se virou sacando a espada acreditando que seu adversário estava a distancia que ele havia deixado sentiu uma mão em seu pescoço, quando tentou um leve movimento de esquiva, já que mesmo sem armas um samurai é capaz de lutar, ele tentou reagir, mas os movimentos de Fukuda pareciam inesperado e sua reação era quase nula e sem armas, ele não carregava arma alguma, então escutou:

- Eu não desejo o nome, muito menos a posição, mas desejo vingança, cresci sabendo que meu lugar não era de líder, mas sempre soube que a honra japonesa não era um elo que poderia ser jogado fora de nossa cultura, agora eu indico o caminho e você guia o grupo e a nova ordem da família Nakayma.