sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Conto 11 - Parte 1


Tudo o que eu sempre desejei em minha vida era ser reconhecido, conhecido, ganhar muito dinheiro fazendo aquilo que eu gosto, me livrando das obrigações do dia-a-dia, das preocupações com chefes e com datas, queria liberdade, mais não só ela, a liberdade, queria ganhar dinheiro com isso, já que vivemos em um mundo capitalista e sonhos não colocam comida na mesa eu gostaria de ter meu capital.

Claro que eu sei que como as coisas são, que todo mundo deseja tudo o que eu citei, mas a questão maior é a que minha área de trabalho fornece um tipo de liberdade que os outros não tem, eu sou um escritor e escrever me da a liberdade de ter o que desejo, mas o problema que para ter tudo isto é necessário ser famoso, para ter varias editoras desejando meus livros.

Foi ai que encontrei o problema a fama, não a desejava, nunca fui uma pessoa que desejasse fama, só quero uma vida tranqüila e por mais que pareça contraditório dizer que quero ser reconhecido e não quero a fama é no sentido de que prefiro ficar no anonimato, mas um ninguém não tem reconhecimento e muito menos pessoas desejando seus livros, tudo o que eu desejava era que admirassem meus livros e não a minha pessoa, por isso reconhecimento e não fama.

A problemática da fama não era o meu problema em relação a ser um escritor, tinha aquele que era o verdadeiro problema, eu não era um Empresário Cultural, não produzia cultura de massa, só que todas as editoras que eu conhecia desejavam esse tipo de coisa, comecei a mandar alguns livros para essas editoras, mas todos eram rejeitados, já havia escrito cerca de cinco livros com temas diferentes, mas nenhum era aceito, algo que desanimava a escrita e fazia com que minhas obras se tornassem inacabadas, já que nunca eram aceitas, tudo por que a Industria Cultural alegava que meus livros não eram para o grande publico.

Uma raiva me consumia cada vez que via isto acontecer, por que eu sabia o motivo de não ser aceito, meus livros não eram auto explicativos e muito menos de romance óbvios onde aparece o mocinho, a mocinha e nas duas primeiras paginas já se pode dizer o que irá acontecer no final, as pessoas não gostam de nada que as façam pensar.

Tudo isto era a minha ruína e eu tinha que me conformar que se desejasse seguir esta carreira tinha que me igualar, enquanto não aceitava tudo isto facilmente trabalhava em qualquer coisa que aparecesse, ganhando o suficiente para viver, ou melhor, sobreviver.

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