sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Conto 11 - Parte 2

Tava algum tempo trabalhando, sobrevivendo, mas sempre infeliz aquilo não era o que eu queria para minha vida e eu tinha que começar a tentar mudar, pois uma coisa eu sabia nesta vida, nada viria a minha porta sozinho, eu tinha que encontrar um caminho.

O problema era que quanto mais eu pensava menos solução eu encontrava, passei a questionar até mesmo minhas convicções, será que eu estava sendo o errado em tudo isto? Já que se eu aceitasse ser igual a todos eu poderia vender diversos livros, era só escrever o que todos querem ler, tem tantos escritores fazendo isto, eu poderia ser mais um na multidão e ganhar meu dinheiro.

Só que eu sabia em meu intimo que fazer livros baratos com estórias fracas não ia me deixar feliz, eu não ia gostar do que eu estaria fazendo assim como não gosto do que estou fazendo para sobreviver e minha situação não iria mudar, continuar na mesma eu fico onde estou que não é um trabalho muito recompensador mais a qualquer momento eu posso sair e arrumar outro do mesmo nível que esse se manchar meu nome de escritor com porcarias baratas que servem para vender.

O chato de pensar as coisas assim é que talvez eu nunca saísse desta minha situação de tristeza, mas é melhor ser triste com a esperança de um dia conseguir realizar os desejos do que ser triste matando a esperança e vivendo como um zumbi que anda pelo mundo para se alimentar, não se importando do que se alimentar, basta de alimentar para continuar a andar e seguir sempre em frente sem pensar, sem questionar, só agindo pelo instinto de sobrevivência, não que estivesse muito diferente disto, mas eu tinha a esperança.

Havia arrumado um trabalho de garçom em um restaurante meia boca na beira da estrada, perto de um motel mais meia boca ainda onde eu conseguia dormir, não precisava pagar aluguel algum e meus pertences andavam comigo em uma bolsa, assim onde parasse poderia ficar, o nome do motel era “Motel encruzilhada”, e o nome do bar era “Todos os caminhos”, tinham esse nome por que ficavam em uma encruzilhada que dava para diversas direções, um ponto estratégico para um motel e um bar, restaurante, pois muitas pessoas eram obrigadas a passar por aquele lugar e o que custa dar uma parada rápida para um lance e algumas horas de sono quando se esta viajando a muito tempo.

Foi lá que eu encontrei um homem, um pouco estranho, que andava em um carro lindo, vinha sempre ao bar, não sei o que fazia, só sei que dia sim dia não ele aparecia para tomar um café e comer alguns ovos cozidos, até o dia que ele me olhou e disse:

- Você é escritor?

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