quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Conto 17


Parte 1
Escutei barulho de animais selvagens a minha volta, olhei assustado para ver o que poderia ser, parecia que estava dormindo, quando percebi que não sabia onde eu estava, olhei tudo em volta para ver se recordava de alguma coisa, mas estava escuro de mais e não conseguia ver nada, fechei meus olhos, respirei profundamente e os abri novamente, minha visão se tornou um pouco melhor e estava começando a distinguir uma coisa da outra, via arvores que pareciam negras como a noite, nada fazia muito sentido, quando a diante vi o que parecia ser uma carruagem, andei cuidadosamente até ela.
Os dois cavalos que a puxavam pareciam ter sido atingidos por alguma coisa, como se tivessem sidos atacados para que fossem ao chão, a situação ficava mais estranha, abri a carruagem para ver se ainda haveria alguma pessoa machucada ou ferida e nada estava vazia, não tinha nenhum cocheiro, mas dependendo do como foi a queda provavelmente ele teria sido arremessado, poderia talvez ser eu cocheiro desta carruagem, mas minhas roupas não se pareciam com a de um cocheiro, não haviam malas nem pertences algum na carruagem, o que tornava tudo ainda mais estranhos, alguns barulhos da noite ainda estavam a me rondar, provavelmente algum animal faminto havia sentido o cheio de morte ao lado dos cavalos, ficar ali perto não era seguro, mas para onde ir se nem ao menos eu sabia quem era.
Passei a andar, tinha que me afastar daquele lugar, talvez encontrar uma estrada que pudesse seguir para ver onde acabaria dado, precisava ao menos encontrar um lugar seguro para tentar dormir um pouco ou ao menos recuperar um pouco da energia, estava andando quando senti uma dor leve na cabeça, coloquei a mão e senti uma humidade, ao olhar minha mão estava repleta de sague, provavelmente era isso que havia causado esse esquecimento, mais como com um machucado aberto ainda estava pensando e andando normalmente, tinha que continuar, me sentia sendo perseguido por algo.
Foi quando avistei uma pequena luz ao fundo das arvores, poderia ser um abrigo, ou uma cabana que houvesse alguma pessoa que pudesse me dar um apoio, mas a minha visão começou a ficar embasada e minhas pernas bamba e só pude perceber meu corpo indo ao chão.
Parte 2
Achei que tinha morrido, mas ao abri os olhos, estava deitado em uma pequena cabana com uma senhora ao meu lado, ela sorriu quando me viu e me disse:
- Olá, meu filho encontrou você ferido na estrada, foi por muito pouco que você não era comido por um animal selvagem.
- Agradeço muito por terem me ajudado, eu não sei o que estou fazendo aqui, acredito que eu sofri um acidente com meus cavalos e acabei batendo a cabeça e algumas coisas não estão muito claras neste instante. Eu disse a ela.
Ela me olhou um pouco espantada e me disse:
- Há muito tempo que minha família é guardiã desta floresta, poucos homens entram nela e saem com vida, existem muitos perigos nela.
Aquelas palavras pareciam estranhas, mas quando perguntei o motivo daquelas palavras ela mudou de assunto e disse que eu necessitava comer e saiu para me buscar uma sopa, eu estava muito fraco, provavelmente a pancada me fez assim, eu não conseguia fazer muitos movimentos e esperei que a senhora me trouxesse comida, ela parecia muito confiável.
Depois de alguns minutos, após eu me alimentar escutei alguns barulhos, parecia ser o filho que havia me salvado, mas o barulho parecia ser de mais do que uma só pessoa, até que um jovem entrou pela minha porta e me disse:
- Como está se sentindo?
- Não muito bem ainda, mas agradeço a ajuda.  Lhe respondi.
Ele não disse mais nada e saiu pela porta, comecei a escutar algumas vozes e no meio de algumas delas pude escutar alguém dizendo:
- Ele não pode ficar aqui, precisamos tira-lo o mais rápido possível da floresta e leva-lo para outro lugar, se chegaram tão próximo de nossa casa para conseguir pega-lo é por que ele deve conter uma energia muito forte que o faz um atrativo para eles, precisamos leva-lo daqui urgentemente.
Então lá no fundo eu escutei a voz da senhora dizendo:
- Estamos com um problema ainda maior, apagaram a memoria dele, foi muita sorte ele ter seguido o caminho da nossa casa e não o oposto.
Juntei as forças e me levantei, tentei andar até a porta mais minhas pernas não responderam e fui ao chão causando um barulho que chamou a atenção deles, fazendo-os vir até mim, abriram a porta e tinha cinco homens, a senhora entrou e disse:
- Tudo bem com o senhor?
- Esta tudo bem só queria andar um pouco, lhe respondi.
Ela balançou a cabeça e disse:
- Esses são meus filhos, somos a família Dalian, a muito protegemos a floresta, meu nome é Maria, com a graça do Senhor?
- Sou..., parei por alguns segundos e não sabia o que responder.
Todos ficaram me olhando preocupados, mas a senhora quebrou o gelo dizendo:
- Fique aqui por um tempo até melhorar, meus filhos cuidaram de tudo, assim que melhorar ajudaremos a chegar a algum lugar que o ajude a lembrar de seu nome.
Parte 3
Depois de dois dias recebendo sopa e escutando pouco barulho, como se estivesse apenas eu e a Senhora na casa consegui me levantar e andar um pouco, de ficar deitado pude perceber que haviam símbolos estranhos nas paredes e janelas, símbolos que não me viam a cabeça, mas do jeito que minha mente estava não era de se estranhar.
Ao chegar à cozinha onde a senhora estava ela de costas me disse:
- Ainda bem que já esta conseguindo andar conseguiu lembrar-se de alguma coisa.
Não tinha muito o que responder, ainda não havia lembrado de nada, quando uma palavra veio a minha cabeça: “Lorenzo”, como se fosse um nome, como se fosse o meu nome, então eu lhe disse:
- Não sei com muita certeza, mas acredito que meu nome seja Lorenzo.
Novamente ela sorriu e disse:
- As coisas podem demorar um pouco para voltar, só tome cuidado se sair da casa para não ir muito longe.
Depois continuou o que estava fazendo, ainda não estava muito forte para sair da casa, mas estava desesperado para sair, tinha que encontrar um jeito de lembrar das coisas que não estava conseguindo lembrar, tinha que sair dali e voltar para minha vida, mas meu corpo não estava ajudando, sentei e fiquei vendo o que a senhora estava fazendo, comecei a perceber que aqueles símbolos que estavam no quarto estavam pela casa toda, tomei um pouco de coragem e perguntei:
- Que símbolos são esses?
- São a nossa proteção, os bichos que vivem na floresta se afastam perto desses símbolos. Ela respondeu sem mover-se.
Fiquei prestando atenção naquilo, eram estranhos, mais poucos, eles se repetiam em todos os lugares da casa, cada lugar da casa tinha aquela sequencia de símbolos, como coisas escritas na parede dentro da sala, do quarto, da cozinha faria com que bichos não entrassem na casa, eu podia estar sem memoria, mais não era burro a ponto de engolir uma coisa daquela, resolvi dar uma volta pela casa para ver o que aconteceria.
Parte 4
Abri a porta e não podia ver ninguém à volta, olhei a casa, e novamente estavam os símbolos, escutei uma voz, estava distante olhei para floresta e parecia ver uma pessoa, dentro da mata podia ver uma demarcação, como se estivesse protegendo a casa, mais não tinha nenhuma cerca, somente algumas marcas nas arvores e alguns objetos estranhos, mas atrás de tudo isso um senhor que me chamava, dizendo:
- Venha até aqui, preciso lhe mostra uma coisa.
Por mais absurdas que pareciam aquelas palavras eram como se ordenassem meu corpo a fazer alguma coisa, eu me sentia atraído por aquelas palavras, meu corpo que mal estava conseguindo andar dentro da casa, ali fluía como se nunca tivesse sido machucado, como se não estivesse fraco, como se nada houvesse acontecido.
Andei até o ultimo símbolo, até o que deveria se a ultima barreira quando ao fundo comecei a escutar a voz da senhora, não conseguia entender uma palavra do que ela estava dizendo, mais o senhor que estava a minha frente se ajoelhou, começou a se contorcer como se aquelas palavras estivesse causando um grande sofrimento a ele, algo absurdo e inacreditável, mas as palavras o maltratavam, o feriram, era muito estranho, quando uma grande lança passou ao meu lado em direção à senhora, só pude escutar uma voz gritando:
- Mãe cuidado.
As palavras pararam, nenhum outro grito escutei, meu corpo estava paralisado, o velho se levantou, começou novamente a me chamar quando uma flecha atravessou a sua cabeça, e um dos filhos da Senhora me pegou, me puxando para dentro da casa novamente, enquanto era puxado pude escutar:
- Não adianta lutar Dalians, não são mais tantos, não são poderosos e em algum momento não serão mais o suficiente para nos manter nessa floresta, iremos pega-lo, e esse humano é nosso.
As vozes se calaram, eles estavam todos ali, me protegendo, se protegendo, a senhora havia evitado a grande lança, como eu não sei, nunca pensei que aquela senhora conseguiria escapar daquilo, naquela velocidade, mas meu coração não palpitava a mais, como se não me incomodasse o que tinha acabado de presenciar, parecia normal.
Naquele instante eu precisava de algumas explicações, mesmo sem saber quem sou, sem entender o que estava acontecendo, era a minha pessoa que estava em perigo, foi atrás de mim que vieram, eu precisava entender o porquê, então perguntei:
- O que foi aquilo? Quem era aquele homem? O que ele queria comigo?
Todos se calaram.
Parte 5
Um tempo calados, algumas poucas trocas de olhares, e a senhora resolveu falar e começou dizendo:
- A historia é muito longa, faz muito tempo que eu não conto essa historia, mas, eu tinha uma família tranquila que vivia na fazenda, ainda era muito pequena quando um de meus tios tinha se tornado pastor e veio construir uma capela em nossa fazendo, tudo parecia normal até que um dia um novilho desapareceu, meu pai não sabia o que fazer, começou a procurar em todas as partes, não encontrou, todos os empregados da fazenda seguiram atrás e nada, neste meio tempo uma de nossas antigas escravas, que diziam ser a curandeira da antiga tribo vivia dizendo a meu pai que a energia emanada por meu tio não era nada boa, que ele não era o que dizia ser, mais ninguém lhe dava ouvido, até que sem mais ter onde procurar meu pai foi a capela que estava com a porta trancada, meu pai bateu, bateu, e ninguém atendeu, nesse instante a senhora Zilcania, esse era o nome da empregada, apareceu e disse: “Senhor ele está com o novilho, ele irá sacrifica-lo, meu pai não queria acreditar, mas ele tinha que descobrir arrombou a porta, entrou e lá estava meu tio com um manto negro, em volto a varias pessoas, a varias sombras e muitas coisas que não seria possível explicar, na frente deles estava o novilho e minha irmã mais nova, um bebe com menos de um ano, meu pai entrou em pânico, tentou ataca-los, mas quando meu tio se virou não era mais ele, nesse instante a empregada entrou com diversas coisas estranhas na mão, falando palavras que ninguém entendia, meu tio se ajoelhou perante ela, mais ele não era o único ali, os outros começaram a atacar, meu pai a pegou saiu e tentou trancar a porta, mas outras pessoas fora daquela capela estavam iguais a eles, virou um campo de batalha, meu pai era um grande guerreiro e começou a defender todos com a ajuda de Zilcania, que com muito esforço ajudou a prende-los naquele espaço, nossa fazenda e a nossa casa ficaram sobre um ritual preparada por ela, que ensinou a nossa família a como proteger o lugar, transformamos a fazenda em uma floresta, passamos dividimos nossa família em grupos, estudamos o máximo que pudemos, mandamos os mais novos para fora onde uma pessoa de nossa família faz estudos sobre essas criaturas, montamos grupos divididos na floresta para que eles não saiam, o problema é que de tempos em tempos eles acabam se libertando para caçar, eles precisam de pessoas para se alimentar da energia já que não conseguem sair, alguns que estão fora tentam entrar, alguns que estão dentro tentam sair, um tenta ajudar o outro e nosso trabalho se tornou impedir que isso aconteça, até que descubramos um jeito de acabar de vez com eles, estamos espalhados pelo mundo, muitos de nós estudam outras culturas e novos métodos, já tentamos muitas coisas e tudo acaba igual, ficam fracos e não mortos, acreditamos que tentam algo maior, e com o tempo descobrimos que pessoas diferentes possuem forças diferentes e quanto mais energia uma pessoa tem mais força da para eles.
Tudo era muito estranho mais depois do que tinha visto e ouvido não era tão difícil de acreditar, pedi alguns minutos para assimilar toda aquela historia, fui ao meu quarto e passei um tempo pensado, me levantei e lhes pedi:
- Como fazemos para que me levem para fora daqui.
Todos sorriram e a senhora disse:
- Minhas crianças cuidarão disso, só nós de um tempo para que comuniquemos todos os grupos para que não tenhamos problemas no caminho, eles estão fortes de mais este ano.
Concordei com a cabeça e voltei para o quarto para descansar um pouco.
Parte 6
Alguns dias se passaram já não estava mais aguentando esperar, até que a senhora chegou e me disse:
- Estamos prontos, os mensageiros já se foram e já voltaram, cada equipe está preparada, agora é a hora, vamos.
Saímos andando, achei que teriam cavalos e possivelmente carroças, mas não, íamos andando, todos os filhos da senhora estavam a minha volta e junto deles havia mais uma pessoa que eu ainda não tinha visto, um homem mais velhos com algumas cicatrizes estranhas pelo corpo estava guiando o grupo.
Começamos a andar pela floresta e era obvio que estávamos sendo seguidos, muito barulho a nossa volta, alguns deles não parava de recitar palavras que nunca iria entender, quando uma voz saiu da mata dizendo:
- Você acha que esse grupo é o suficiente para me deter Marcos Dalian, você não sabem o quando estamos determinados a conseguir este espécime.
Risos começaram a ser escutados em vários pontos a nossa volta em e um grupo de humanos começou a aparecer nos cercando, não pareciam nem um pouco diferente de qualquer outra pessoa, mas para eles eram e começaram a ataca-los, mais não pareciam ser fortes o suficiente para vencer aquele grupo, até que um deles fez um movimento me jogando para longe do grupo que estava sendo distraído por aquelas pessoas.
Marcos ao ver que havia sido jogado para longe correu em minha direção, mas a sua frente apareceu aquele homem que havia ido a casa no outro dia, Marcos jogou um pequeno papel nele e começou a recitar aquelas palavras estranhas quando um outro homem apareceu atrás dele empunhando uma espada, estava pronto para gritar quando minha voz se calou, não conseguia avisa-lo, estava paralisado, ele conseguiu perceber a minha reação, mais não conseguiu evitar completamente o golpe sendo levado ao chão com um ferimento grave e eu acabei sendo arrastado por um tempo na floresta até que desmaiei.
Parte 7
Escutei alguns barulhos estranhos, abri os olhos, olhei para os lados e nada via, somente uma luz muito distante, não sabia onde estava, não sabia o que estava acontecendo, não sabia o que deveria fazer e muito menos como havia chego ali, não sabia nem mesmo que eu era.
Levantei e comecei a andar em direção a luz que estava vendo, provavelmente estava indo ou vindo daquele lugar precisava chegar lá até mesmo para que pudesse pedir algum tipo de ajuda, conforme estava andando sentia dentro de mim uma sensação de que estava fazendo algo errado, que aquele caminho que estava seguindo não era o certo e que não deveria ir por ali, mas ao mesmo tempo alguma coisa me fazia andar naquela direção como se soubesse que deveria chegar naquele lugar, conforme fui andando pude avistar uma pequena capela o que me deu uma sensação de que deveria me aproximar, ali talvez alguém pudesse me ajudar a entender o que estava acontecendo comigo, por que estava caído ali naquele lugar e principalmente por que não conseguia lembrar de nada.
Ao chegar ficar mais próximo podia sentir uma energia muito forte empurrando meu corpo para longe daquele lugar como se houvesse uma barreira que não deixasse que eu me aproximasse daquele lugar, até que um senhor apareceu e foi ficando fácil me aproximar, ele então me disse:
- Filho você está aqui, procuramos você pela noite toda e não o encontramos, o que estava acontecendo?
- Desculpe mais não me lembro do senhor. Respondi imediatamente.
Olhou-me estranhamente e continuou:
- Ontem você ia sair para buscar comida, tinha ido caçar quando anoiteceu e não voltou, ficamos muito preocupados e saímos a sua procura, não conseguimos encontra-lo e acabamos vindo para capela para pedir que aparecesse.
Algo naquelas palavras não condiziam, mais ele imediatamente se aproximou e começou a me levar a uma pequena casa, dizendo que provavelmente teria acontecido alguma coisa que eu precisava descansar um pouco e depois alguém iria me examinar para ver o que poderia ter acontecido.
Parte 8
Após descansar um pouco acordei e a beira de minha cama estava uma bela mulher, que ao perceber que havia acordado disse:
- Ainda bem que acordou meu amor, seu pai disse que não está se recordando de muitas coisas, desde que fiquei sabendo que chegou aqui não sai de seu lado para ver se acordava e se lembrava de mim.
Olhei em seus olhos, olhei para seu rosto e nada me vinha a cabeça, realmente parecia não conhecer aquela pessoa, mas parecia que ela me conhecia, então lhe disse:
- Desculpe, mas deve ter acontecido alguma coisa comigo enquanto estive na mata que não consigo me lembrar de nada.
Ela se aproximou de mim, segurou minha mão e disse:
- Não se preocupe logo você se lembrará de tudo, voltarei com algo para comer.
Ela saiu e aquele senhor voltou novamente com uma senhora e mais uma senhora, pareciam preocupados então o senhor disse:
- Filho este é o medico que ira te examinar para ver se alguma coisa aconteceu para você perder a memoria desse jeito.
Estavam todos sendo muito atenciosos comigo, o homem então me examinou e encontrou um machucado em minha cabeça dizendo:
- Provavelmente durante a caçada você bateu a cabeça de alguma forma, sem que se lembre, será difícil definir o que aconteceu exatamente, mas podemos dizer que provavelmente encontrou um urso ou algum outro animal grande que deve ter lhe enfrentado disputando a caça, já que estava sem o seu arco, é possível que tenha te atacado para pegar a caça e acabou ferindo sua cabeça causando esse esquecimento.
A mulher demonstrou muita afeição e então todos saíram quando a bela moça voltou com uma sopa, não entendia o que estava acontecendo, mas por mais que não parecesse familiar pareciam me conhecer e se preocuparem comigo, provavelmente iria me lembrar, assim que ficasse um pouco mais de tempo ali.
Meu corpo parecia estar fraco, como se minha energia estivesse sendo sugada, mas devido ao que eu poderia ter passado para estar nessa situação provavelmente o que estava sentindo era normal, mas não estava aguentando me manter acordado, como se meu corpo estivesse precisando recuperar uma energia que eu não me lembrava de ter gasto, tudo bem que depois que me alimentei muitas pessoas vieram me ver, eram todos muitos calorosos e aparentemente muito preocupados com as minhas condições de saúde, mas mesmo assim sentia uma sensação de incomodo com tudo aquilo, como se algo dentro de mim não estivesse muito certo, mas quando olhava aquela mulher me olhando parecia que estava seguro, como se ela estivesse me transmitindo uma tranquilidade, então resolvi dormir um pouco novamente.
Parte 9
Estava tentando dormir quando imagens estranhas começaram a aparecer em minha mente, eu estava em um quarto repleto de símbolos que eu nunca havia visto, aquilo estava me perturbando e eu não conseguia acordar, vi uma casa cercada por aquela sequencia de símbolos que eu nunca tinha visto.
Acordei vomitando a sopa que acabara de tomar, como se meu corpo estivesse expelindo aquela sopa, rejeitando-a, não estava me sentindo bem, parecia que havia acordado ainda mais fraco do que antes, mais ao olhar aquela bela dama ao pé de minha cama a cuidar de mim, me acalmou e fez com que eu dormisse novamente, seu olhar era como um sedativo muito forte.
Quanto mais dormia mais eu sonhava com aqueles símbolos, cada vez que acordava me sentia mais fraco, mais vulnerável, e todas as vezes que acordava eu voltava a dormir cada vez mais rápido ao olhar para bela dama, algo não estava fazendo sentido minhas lembranças estavam querendo me acordar e me dar uma indicação, mas aquela situação me fazia dormir e ficar fraco, um incomodo me abatia, e eu tinha que fazer alguma coisa, não sabia o que estava acontecendo, mais tinha que resolver.
Acordei, tentei me manter acordado o máximo que pude e pedi para que aquela bela mulher fosse buscar um copo de agua para mim, quando ela saiu mordi a ponta do dedo e com o sangue que saia desenhei aqueles símbolos na porta, fiquei esperando ela chegar e ela não aparecia, desenhei os símbolos nas janelas no chão e subindo na cama no teto, após fazer os desenhos em todos os lugares era como se minha energia começasse a voltar eu começava a me sentir forte novamente, estranhamente eu sentia como se soubesse o que estava fazendo, mas não sabia, algum tempo depois ouvi batidas na porta, disse que que entrassem que estava muito fraco para me levantar e então disseram:
- Acho que a porta imperou quando sai do seu quarto, por que não estou conseguindo abri-la por fora, tenta fazer uma força e vir abrir.
- Vou tentar. Respondi.
Não sabia se aqueles símbolos iriam me proteger somente se as portas estivessem fechada como um selante de porta, ou se poderiam me proteger mesmo eu abrindo a porta, não sabia o que era melhor a ser feito, cobri os símbolos que havia pintado nas janelas coloquei  o tapete nos símbolos que havia feito no chão, só os que estavam atrás da porta e do teto que não teriam muito o que fazer, mas eu ia abri a porta, tinha que ver o que estava acontecendo, eu estava ficando louco paranoico por não lembrar de nada e isso estava me fazendo desconfiar de todos a minha volta, tinha que descobrir.
Abri a porta e deixei com que ela entrasse, mas ao dar o primeiro passo, ao pisar no tapete ela ficou parada, não mais andou, olhou para o teto e seus olhos ficaram completamente pretos, não sabia o que aquilo significava, então ela disse:
- Meu amor o que você esta fazendo.
Vi que o velho tinha percebido que ela não se movimentada, fechei a porta o mais rápido possível e ali ela ficou parada, como se aqueles símbolos a impedissem de andar, como se fossem uma espécie de prisão, não entendia aquilo, mas ela não estava impedida de falar, então começou dizendo:
- Você está confuso, esse ataque deixou você com problemas, como não confia em mim, sou sua mulher, vivemos há muito tempo nesse lugar, lembre quando éramos crianças que brincávamos juntos, corríamos na floresta, você queria ser guerreiro, seu pai queria que fosse um burocrata, mas nos brincávamos de caçadores.
Aquelas palavras me pareciam reais como se tivesse vivido aquilo, então lhe disse:
- Venha sente-se aqui ao meu lado para me ajudar a lembrar de mais coisas.
- Não vou ficar aqui, para que possa me ver e ajudar sua mente a funcionar melhor. Ela me respondeu imediatamente, sem pensar.
Eu sabia que ela não estava podendo se mexer, que aquelas palavras eram enganosas, no fundo eu sabia isso, mas suas palavras pareciam tão deliciosas, seu corpo parecia tão tentador que estava prestes a sucumbir quando um gosto terrível veio a minha boca, senti o gosto de uma sopa que não lembrava de ter tomado, não era aquela que haviam me servido aqui, tinha uma familiaridade, um lugar, com os símbolos algo que me recordava o motivo de estar ali e de não poder confiar nela, então uma lembrança me veio a cabeça, um velho que e uma criança que provavelmente era eu, um machucado e um símbolo sagrado, retirei a minha blusa e havia uma cicatriz em meu corpo, comecei a apertar e senti algum tipo de metal, então escutei umas palavras em minha mente:
- Sua fé verdadeira irá te salvar.
Aquilo não queria me dizer muita coisa, mas peguei a colher que estava ali junto à sopa que havia tomado e enfiei em meu corpo para retirar aquele pedaço de metal que eu podia sentir, depois de um grande sacrifício consegui retirar, um pequeno pedaço de ferro com um homem, como ele estivesse crucificado, ai uma outra imagem veio a minha cabeça do mesmo senhor dizendo:
- Não importa no que acredita a sua fé sempre te salvará quando menos puder ver.
O que aquilo estava me mostrando eu não sabia, mais iria descobrir.
Parte Final
Tudo aquilo era muito confuso, e agora eu estava ferido, ao ver o pequeno objeto ela começou a gritar, pedindo ajuda aos outros dizendo que eu estava lembrando de muitas coisas, não entendia o que ela estava falando, mas encostei o crucifixo em sua testa e ela ajoelhou-se em meus pés sem conseguir gritar, vendo o poder do objeto disse:
- Pelo poder daquilo que me protege e naquilo que acredito peço que não mais queira prejudicar a minha pessoa e nem as outras e que aqui entregue-se por sua maldade.
Não entendia o que estava dizendo nem sabia o porquê estava dizendo, mas senti que era o necessário, assim como foi, o corpo da criatura uma energia estranha começou a emanar e sair, deixando a moça caída a meus pés inconsciente, não sabia o que aquilo queria dizer, mas fiz um curativo em meu corpo com o que estava saindo de meu sangue desenhei em meu corpo os símbolos, e abri a porta, haviam vários deles a minha espera, tentei lembrar o que significava realmente aquele símbolo para mim e uma oração veio a minha mente, comecei a recita-la repetidamente e a andar, conforme andava eles se afastavam, até que sai da casa e havia muitos deles.
Pareciam prontos para me pegar estavam preparados para me matar, até que um deles veio correndo em minha direção com uma espada, respirei fundo e não parei de recitar a oração, sabia que era disso que aquele homem que havia visto em minha lembrança de infância havia falado, quando ele se aproximou mais pude ver a mesma energia saindo de seu corpo e o homem caindo no chão inconsciente como a moça.
Conforme andava escutava uma voz dizendo:
- Tem certeza do que está fazendo, acredita mesmo que essa oração vai protegê-lo de tudo e de todos que estão aqui.
Mas o medo não deixava escutar nada a minha volta nem ninguém, tinha que sair dali o mais rápido possível, quando longe escutei um grito:
- Se ele não vai servir a nós que não sirva a ninguém, matem-no.
Estavam todos receosos de se aproximar de mim depois do que viram, tinham medo que o mesmo acontecesse a eles, quando um arqueiro ao longe puxou uma flecha e atirou em minha direção, sabia que daquilo talvez não fosse escapar, quando de repente a vi ela mudar a posição e escutei uma voz vinda da floresta gritando:
- Corra iremos cobrir sua fuga.
Era tudo o que precisava naquele momento uma ajuda, comecei a correr sem parar, atrás pude ver que algumas lanças e flechas estavam sendo atiradas contra mim, mas alguém estava me ajudando a escapar, eles estavam me perseguindo para ver até onde conseguia correr e rezar quando vi um grupo a minha frente e uma palavra me veio a cabeça Dalian, eu me lembrava deles de algum lugar e senti que poderia confiar neles, as criaturas humanas que me perseguiam pararam e eles me ajudaram a sair daquela floresta me levando até uma casa distante dali onde um parente deles iria me ajudar a recuperar minha memoria.

Conto 16


Parte 1
Violência, chacina, assassinato, terror, assalto, e todo o tipo de agressão possível, tudo isso para você provavelmente é a coisa mais tenebrosa do mundo, pois provavelmente você é um Divinoide, mas aqui é tudo muito pelo contrario tudo isso faz de nossas vidas o que elas são felizes, um perfeito paraíso, não acreditamos em divindades, não vemos o mundo como uma passagem, acreditamos que aqui é o mundo que devemos viver e ser felizes, seja lá como for, vivemos, muitos podem dizer que tudo o que contarei é um absurdo, mas não é, vivemos e aproveitamos muito nossas vida, muitos chamaram nosso povo de ignorante e brutais, mas não somos, só vivemos em regras diferentes.
Sou Maternus um simples morador de Teotrilhus, um pequeno vilarejo no nada do mundo, ou pelo menos era o que nós achávamos até que os malditos Divinoides apareceram, nossa região costuma ser muito fria e com pouco tempo de luz e calor, a maior parte do tempo a grande estrala está longe de nós e somos adaptados a isso.
Vivemos com base em duas regras simples, a Primeira regra é: “Aquilo que você deseja, você conquista”, a natureza nos oferece tudo o possível para sobrevivermos e dela temos que lutar para conquistar o que buscamos, tudo o que desejar ela lhe dará só basta ter a força certa para conseguir, e a Segunda regra é: “Não cause aos outros aquilo que não quer que aconteça com você”, em nosso mundo é tudo muito claro, se a pessoa for voa o suficiente para tentar e conseguir retirar algo que seja seu ela lhe abriu espaço para retirar aquilo que ela tentou roubar de você e o que mais você desejar, mesmo que isso seja a própria vida, então antes de conquistar algo olhe para ver se aquilo que está querendo conquistar não pertence a outra pessoa, depois não desista até conseguir, como qualquer povo vivemos sobre regras, que para serem cumpridas precisam ser aprovadas por nossa Rainha, exatamente rainha, muitas das pessoas que já cruzaram por nosso reino se espantam ao ver que somos governados por uma Rainha, nosso reinos não faz diferença alguma de gêneros, por sinal acreditamos um absurdo quem o faz, a natureza não trabalha assim, abelhas, formigas, possuem rainha, por que ela é necessária como líder daquele grupo, os felinos possuem o leão, o macho, então vemos pela utilidade, pela força, pela capacidade, não somos diferentes, não venha nos julgar Divinoide.
Até agora me referi ao povo desconhecido como Divinoides, mas em momento algum eu expliquei, antes de continuar com minha historia é necessário que eu explique o que são eles.
Parte 2
Como disse não sabemos muito sobre esse povo, mas algumas pessoas que passaram por nosso reino fugindo disseram que estão por todas as partes, sabemos que existem diversos povo, com diversos modelos de sociedade, como comentei não somos ignorantes, temos nossos sábios, temos nossos estudiosos, só defendemos a ideia de que não adianta saber se estiver morto, mas voltando aos Divinoides, dentro de todos os povos que conhecemos, todos em sua quase completa maioria estava de passagem, alguns pedíamos para passar um tempo em nossa comunidade para fornecer informações sobre sua cultura, explicar como funciona sua sociedade, existe um povo muito interessante por sinal que são os guerreiros anões, pessoas pequenas, magras e aparentemente frágeis, que viajam pelo mundo trocando objetos e itens, e que surpreendentemente são guerreiros notáveis, um deles até ficou diversos períodos de tempo conosco, talvez se fosse arriscar diria que ele ficou uma vinte luas cheias para um pouco mais e nos ensinou um pouco da arte de combate de seu povo entre outras coisas.
Mas retornando aos Divinoides, depois de mostrar que nunca fomos um povo que não aceita estrangeiros, que rejeita conhecimentos novos entre outras diversas coisas, conhecemos os Divinoides, um povo que chegou em nossa comunidade com um dos maiores problemas da nossa espécie animal, a imposição, inicialmente vieram três homens, muito educados, simpáticos e aparentemente respeitosos, ao serem parados em nossos portões pediram abrigo, todo visitante novo em nosso reino é recebido por nossa rainha com um banquete para apreciarmos uma nova cultura a ser conhecida, foi então que tudo começou, os Divinoides, quando questionados sobre sua cultura, inverteram as questões e perguntaram sobre que culto vivíamos, em que divindades acreditávamos, nossa singela Rainha sem problemas algum foi explicar que nenhuma, que vivemos pelas regras que a natureza e a necessidade nos dão e que isso bastava, tudo seria normal se não fosse pela reação automática na face daqueles malditos, alguns virão aquela reação como um sinal de perigo para com nossa Rainha e imediatamente sacaram suas espadas, mas nossa Rainha como grande líder sacou sua espada e gritou:
- Se alguém nesta sala acredita que sou incapaz e levantar novamente uma espada para um visitante meu terá que ir para arena me enfrentar.
Ninguém ali seria capaz de se levantar novamente, era a melhor guerreira, mas ficou evidente nos olhos de nossa Rainha que também não havia gostado, ainda mais devido aos tons de ironia que se seguiram quando começaram a explicar de seu Deus todo poderoso e de como a vida deveria ser devotada a eles, foi em meio a esta conversa que aprendemos os termos que utilizei no começo de minha historia, até então desconhecidos em nosso povo, suas ideias era absurdas e ridículas, ao nosso ver claro, como um pai poderia desejar que o filho não desfrutasse a vida e tudo de belo que ele mesmo criou para se devotar somente a ele, era absurdo ao nosso ver, ainda mais quando comentaram que existe um lugar para onde todos o que não obedecerem serão levados para viver em punição eterna, onde um pai faria isso, onde um Deus faria isso, inconcebível para nossas cabeças, mas nossa hospitalidade sempre foi maior e nossa marca foi sempre aceitar as diferenças, um lugar para que pudessem ficar foi oferecido, uma casa de um senhor que havia falecido recentemente e seus filhos não a utilizavam por possuir suas próprias casas foi emprestada para eles, eram convidados pelo tempo que desejassem.
Parte 3
Não gostávamos de tê-los ali, mas não eram seus ideais diferentes que fariam com que mudássemos nosso modo de ver as coisas e os novos povos, por mais que fosse absurdo aquilo que eles estavam nos dizendo sobre suas crenças eram apenas um esboço de seus pensamentos, para que se possa entender um pensamento por completo é necessário que o saiba por completo e para isso nossos estudiosos iriam passar algum tempo os estudando, pelo menos o tempo que eles achassem melhor passar em nossa comunidade, claro que existia o fato de ninguém desejar enfrentar nossa Rainha.
Tudo parecia correr bem, quando em uma visita dos estudiosos aos visitantes uma grande gritaria podia ser ouvida a longa distancia, mas nossas vozes comuns podiam ser distinguidas e somente quem gritava eram os visitantes, nossos sábios horrorizados saíram dali sem discutir mais nenhuma palavra, sabendo que não mais voltariam, quando questionados por nossa Rainha sobre o ocorrido houve apenas uma resposta:
- Perguntamos a eles como um Deus bom e generoso deseja ver seus filhos sofrendo e lamentando enquanto a sua volta existe uma criação tão bela feita para eles. Daquela questão em diante só houve nervosismo, agressões verbais e gritaria, a cada resposta que nos davam mais confuso ficávamos e menos a pergunta parecia ser respondida, até que sem mais conseguir responder o que dizíamos começaram com ofensas serias que nos fizeram levantar e sair, não estávamos agredindo suas crenças somente querendo entender, mas sem resposta satisfatória passaram a ofender nosso modo de vida e nossas tradições, não reagimos em respeito às palavras da Rainha, não ferir os convidados.
A Rainha ao escutar aquilo não se conteve e foi até o local que estavam alojados, muito alterados começaram a responder absurdos que não batiam com a historia contada pelos estudiosos, transformando-os em agressores sem sentido e desrespeitosos as tradições, como se toda a historia contada pelos estudiosos tivesse acontecido com eles, os fazendo de vitimas da situação, mas quando pressionados um pouco mais para saber o inicio da discussão apareceu a frase da discórdia dita pelos estudiosos, a Rainha que confiava em seu povo só lhes disse:
- Ninguém mais lhes perturbará, mas independente de lados, as únicas vozes alteradas foram as vossas, assim lhes peço não agrida meu povo, pois a maior regra de nossa comunidade é a de que se por um momento acreditarem que podem ter uma liberdade maior com você isso lhe dará o direito de ter uma liberdade maior com a pessoa, se você agredir tem que estar preparado para ser agredido.
Assim saiu a Rainha sem dizer mais nada, passaram se alguns dias o mais velhos dos três homens e aparentemente o líder dos outros dois foi até a Rainha desesperado gritando:
- Preciso de ajuda socorro, ele vai matar o garoto.
A Rainha sem questionar pegou sua espada e correu ao local, um de seus guardiões estava espancando o garoto, ela levou a espada ao pescoço dele e disse para arena.
Parte 4
Sem questionar as palavras da Rainha ele se levantou, calado e andou até a arena, ele sabia que havia desobedecido uma ordem direta dela e não havia outro jeito de resolver aquilo em nosso povo que não fosse na arena, no caminho era visível em seu rosto o arrependimento de desobedece-la, mas naquele instante era tarde de mais, ao chegar na arena ela olhou em seus olhos e lhe disse:
- Venha com a fúria que estava sobre aquele pobre garoto, pois se não começar atacando lutarei para matar.
Ele sabia que as palavras da Rainha não eram para amedrontar, eram realmente um aviso, assim partiu para cima dela que levemente desviou para o lado girando sua espada, deixou correr suavemente pela lamina dele e quando voltou com a espada para posição inicial cravou a espada dele no chão colocando a sua espada na garganta dele, com ele ajoelhado ao seus pés ela disse:
- Nunca mais deixe a fúria te dominar, combate não é emoção, é habilidade e tranquilidade, agora diga o que aconteceu.
Gaguejando ele começou a explicar:
- O Mestre dos estudiosos apareceu em minha casa questionando o motivo de meu filho não ter ido ao seu estudo naquele dia, espantado fui perguntar a criança o que havia acontecido e ele me disse: “Pai aquele homem que está visitando o povoado estava explicando para mim e para as outras crianças que não devemos lutar se não acabaremos em um caldeirão de lavas quente”. Rainha meu filho tem quatro ciclos.
A Rainha sem questiona-lo foi até o local que os visitantes estavam e lhes pediu para acompanha-la junto a cinco de seus melhores guardiões, ao chegar à sala de convenções ela olhou para eles e disse:
- Discutir com um ancião, com um estudioso que possui suas ideias formadas e que saberá argumentar, discutir e avaliar o que é melhor para sua vida eu entendo, ideias diferentes nem sempre são uma boa combinação, mas retirar uma criança de seu caminho, atrapalhar seu preparo para a vida que acreditamos ser certa e que até o momento nos faz bem não é admissível para ninguém que esteja só de passagem em nosso reinado, apresentam suas ideias para um criança que depois um dia estará sozinha em meio a neve precisando sobreviver e não saberá como, olhe seu discípulo, o que evitar a aprender a se defender resultou, um ser despreparado não saberá virar para o lado e se defender de um touro furioso que nada percebe além da sua ira. Os guardiões os levarão até os portões e peço que só voltem aqui quando souberem que aquilo que acreditam não deve passar por cima da cultura dos outros.
Escutaram sem questiona-la, perceberam que nada poderiam fazer naquele instante e naquela situação, o período perigoso para sobrevivência estava chegando e sabendo disso ou não se não fossem embora naquele instante teriam que passar pelo menos duas luas cheias em nosso povoado e isso poderia causar-lhes um mal ainda maior. Somos hospitaleiros, mas não somos ignorantes, sabemos que a criança está aberta a ideia que mais lhe mostrarem e aquilo era inadmissível.
Parte 5
Como havia dito não temos muitas regras de convivência, sabendo as duas regras básicas é possível vier em nosso povoado, mas todas as crianças passam por um processo comum, as mulheres em nosso povoado depois que a mulher descobre que está esperando uma vida ela após quatro luas cheias param com suas tarefas e ficam apenas cuidando de seu corpo, se preparando para a vida que está por vir, seu homem irá cuidar de todos os afazeres da casa e de suas funções dentro da comunidade, onde o grupo no qual ele trabalha ajuda para que ele possa ter tempo o suficiente para que ele cuide de tudo enquanto sua mulher se prepare somente para seu filho nascer, quando não é o primeiro filho as outras crianças acabam cuidando dos afazeres da casa juntamente com o pai, sendo claro que os cuidados da casa faz parte da vida do casal.
Após nove luas cheias quando a criança nascer ainda faz parte da obrigação da mãe que ainda sem trabalhar irá passar mais seis luas cheias cuidando da alimentação da criança que acabara de nascer, quando a criança completa seis luas cheias sua ela não será mais responsabilidade da mãe, e a mãe terá mais seis luas cheias para poder cuidar novamente de seu corpo que está fora do habitual devido ao período de total entrega para nova vida que acabou de gerar, assim depois das doze luas cheias de vida de sua criança ela volta a sua vida normal com suas tarefas para com a comunidade.
A criança quando completa seis luas cheias ela vai para o curral, um local onde todas as crianças pequenas passam um tempo para desenvolver suas habilidades naturais, a busca pela comida, a capacidade de encontra-la, escolhe-la, caça-la e come-la, tudo por sua capacidade própria, ela passará os seus primeiros quatro ciclos aprendendo a sobreviver por conta própria, aprendendo a lidar com suas dores e prazeres, com suas necessidades e desejos, junto a outros tendo que lidar com o saber dividir, saber lidar com os mais fortes e com os mais fracos, nesse momento começa a primeira seleção de habilidades dentro de nossa sociedade.
Passando os primeiros quatro ciclos as crianças começa a aprender todas as capacidades básicas para sobrevivência, todas as habilidade necessárias para a construção de uma boa vila e de uma grande comunidade, trabalhamos com a ideia de que aquele que não entende como funciona não saberá o que é o certo, até que complete dez ciclos nenhuma das crianças será divididas ou separadas, nesse período começa a analise das funções dentro da nossa comunidade, cada um será analisado e questionado, aqueles que possuem habilidades especificas serão encaminhados a suas funções, aqueles que acreditarem ter capacidade para uma área poderá treinar junto aos grupos até seu decimo quinto ciclo.
Somos divididos em poucos grupos, os guardiões, especialistas em combate e a arte da guerra, segundo os estudiosos, pessoas que focam seu tempo e trabalho em conhecimento e busca compreender o que não entendemos, terceiro os fazedores, responsáveis por todos os utensílios e armas da comunidade e por ultimo os cultivadores, responsáveis por cuidar do alimento, e por fim os cozinheiros, aqueles que são responsáveis por preparar os banquetes e a comida para comunidade, até o decimo quinto ciclo qualquer criança poderá ser treinada, no que desejar, mesmo que não seja a sua vocação, aqueles que se destacarem terão até a vigésimo ciclo para se tornarem mestres, os que não forem bons naquilo que não forem aptos voltam para suas funções para se tornarem mestres, todos os mestres possuem duas opções, passar a ensinar ou colocar em pratica o que aprendeu.
Assim todos nós vivemos bem aprendemos tudo e compartilhamos tudo, mas não era assim que os Divinoides viam a situação e não satisfeitos com o que aconteceu mandaram seu líder para conversar com a Rainha.
Parte 6
Nossa Rainha era uma grande mulher muito espirituosa, contam que no curral ela dominou as outras crianças e fazia com que elas pegassem a comida para ela e se pensam que era tudo para ela muito pelo contrario, ela fazia com que toda comida fosse dividida entre as crianças por igual se tornando a grande mãe, nossa crianças só ganham nomes após o quarto ciclo, para vermos sua personalidade e para que o nome seja equivalente à pessoa.
Depois quando passou para o aprendizado padrão sua habilidade em combate era tão grande que a levaram para uma aula experimental com as crianças que tinham completados o decimo ciclo, ali aquela pequena criança ao olhar para outra mais velha, pegou o bastão de combate, e acertou diretamente o joelho fazendo-o cair perante ela, em seguida colocou o bastão no pescoço demonstrando que ele não mais poderia reagir daquele dia em diante ela se tornou a mais famosa guerreira do povo, logo chegou aos ouvidos do Rei que ficou muito interessado naquela jovem, pois seria uma promissora mulher para seu filho, os anos se passaram e todos os votos de que os dois ficassem juntos acabaram se concretizando.
Ela parecia feliz, ele também, até que seu pai já velho veio a falecer seu filho deveria assumir o comando da sociedade, quando ele ao ver que poderia ser líder olhou para ela e disse como líder não posso viver com uma mulher que julgam ser melhor guerreira do que eu, a muito ele não aceitava o fato dela ser melhor do que ele, além do fato de ser um pouco mais nova do que ele, ela sempre se saiu melhor em tudo como se possuísse todas as habilidades natas que um ser pode possuir, era fora do comum, aquelas palavras magoaram muito Ferzi, este é o nome de nossa Rainha, Ferzi.
Ela não deixaria aquilo passar daquele jeito, ela havia entregado seu amor a um homem que na verdade só vazia a vontade de seu pai e depois que ele faleceu e ele pode decidir por si só ele a jogou fora como se fosse descartável, ela não ia deixar barato, esperou o dia da coroação e foi ao meio de tudo e disse:
- Eu não posso seguir a um Rei que não pode me vencer, que não sabe ser justo como eu e principalmente que não faz o que deseja por medo do que os outros irão falar.
Todos se assustaram com aquela situação, quando o ainda príncipe se levantou e disse:
- Não há o que você possa fazer, eu sou o Rei por direito.
Ao escutar aquilo um sábio se levantou e pronunciou:
- Nosso reino ainda não é lugar onde o povo não deve ser ouvido e simplesmente o sangue lhe dá direitos, ela tem o direito de demonstrar na arena que as suas palavras são reais e que você até então filho do antigo Rei merece o lugar de seu pai.
A luta foi obvia, a vitória de Ferzi era indiscutível, mas a reação do príncipe era inesperada, após ser derrubado no chão, furioso puxou uma adaga que tinha guardado e atacou Ferzi, que não se moveu um milímetro, pois os arqueiros que assistiam a luta fizeram uma chuva de fechas acabado com a vida o filho do antigo Rei, não merecedor do posto de comandante de nosso reino sendo passado ali o direito a ser Rainha para Ferzi, que depois daquilo nunca mais se envolveu com outro homem.
Parte 7
Nossa Rainha que não estava muito satisfeita com o que havia acontecido muito menos com a situação que estava se formando aceitou receber o líder, ou pelo menos era assim que ele se intitulou, mas sem nenhuma festividade, sem nenhuma forma de apreciação por estar recebendo aqueles visitantes, só reuniu os principais guerreiros a mesa e permitiu que eles entrassem.
Sem deixar que falassem nada a Rainha começou a dizendo:
- Não sei quem são não sei qual tradições costumam seguir, mas o que houve aqui foi um grande desrespeito, aquele que veio ao meu povo não sabia diferenciar sua tradição da nossa, conhecemos muito povos, nenhum deles chegou querendo desfazer nossa cultura nem nossos costumes, de mundos próximos de mundos longínquos, muitos vieram, mas seus discípulos foram os únicos que expulsamos, antes de mais nada não quero que fiquem nem mesmo por um dia, não esperem hospitalidade, sei que não estão distantes, pois se assim fosse não teriam sido rápidos como foram, peço para que voltem de onde vieram em paz e civilizadamente como nós fizemos.
O homem vestido com um manto muito estranho aos olhos da rainha olhou profundamente em seus olhos e disse:
- Gostaria de saber antes de mais nada se não existe um homem com que possamos conversar adequadamente.
Aquelas palavras foram o limite para Rainha que enfurecida, levantou o homem, as duas pessoas que estavam com ele rapidamente sacaram suas espadas e foram para cima da Rainha, mas devido a destreza dos guerreiros do reino não conseguiram nem mesmo dar um paço, a Rainha com uma faca em sua outra mão apertou o pescoço do homem e lhe disse:
- Acredito que seja surdo, pois não dever ter ouvido uma única palavra do que disse, somos civilizados e somente por esse fato não separarei sua cabeça de seu corpo nesse instante, não sei o que veio fazer aqui, mas meu reino segue leis imutáveis e nosso povo não distingue sexos, somos de uma mesma raça, somos todos da mesma espécie, coisa que acredito não entender, peço educadamente que não voltem, se passarem pelo nosso reino espero que vocês desviem, pois se virmos que estão passando pelas proximidade de nossas terras não seremos mais piedosos sem complacentes, nada mais há para ser dito entre nossos povos, vocês não merecem misericórdia ou educação, suas palavras são ofensivas e mal ditas, não voltem, pois haverá guerra.
Os guerreiros acompanharam os três homens até os portões da cidade enquanto ouviram apenas uma frase:
- Eles estão possuídos pelo demônio.
Aquilo para eles não queria dizer muita coisa, então não se alarmaram.
Parte 8
Ao atravessar o rio onde estavam acampados construindo uma nova cidade, o líder do pequeno grupo correu para  capela onde estava o líder geral, chegou lá e disse:
- Senhor aquele povo está todo possuído fora do controle, quase fomos mortos se não fossem nossa orações não estaríamos aqui neste momento, fomos salvos pela fé, eles possuem uma força descomunal de mil homens, lá os homens são apenas servos aos prazeres das mulheres e elas os controlam como marionetes, como está descrito nas escrituras, onde as mulheres levam o homem ao pecado, lá não só vivem em pecado como estão cultuando ao demônio, por isso maltrataram e quase mataram nosso irmão, precisamos fazer alguma coisa antes que esses demônios se espalhem pelo mundo.
O líder aos escutar aquelas palavras, ao olhar nos olhos de medo de seu homem mais fiel virou-se para o altar, ajoelhou-se e começou a rezar em voz alta:
- Senhor viesse para terra, deste sua vida por nós para que pudéssemos levar a paz e suas palavra pelo mundo, para isso precisamos livrar a terra dos descrentes e dos mal intencionados, para que essa terra siga as suas palavras é necessários que aqueles que ao mal servem ao mal se juntem no inferno, tornando esse mundo um mundo prospero e tranquilo para que possamos viver assim como nos ensinou.
Levantou-se, pegou em sua mão o símbolo sagrado, virou-se para seus discípulos e lhes disse:
- Tenham esta noite para descansar, pois amanha juntaremos nossas forças, arrumaremos nosso exercito do Senhor e partiremos para lutar contra o mal, aqueles que ao mal seguem devem ser derrotados.
Os três abaixaram sua cabeça perante o símbolo sagrados, se levantaram e saíram pela porta gritando:
- Morte aos bárbaros, preparem-se homens amanha purificaremos essas terras com o sangue daqueles demônios.
Todo o acampamento levantou suas armas e com um rugido como de um leão gritaram seguindo as palavras ditas.
Enquanto o povo gritava e festejava a batalha que estava por vir um homem que ali estava escutando tudo saiu correndo para contar a Rainha o que estava acontecendo, pois a Rainha que não era nem um pouco despreparada para com aqueles que chegam a seu reino querendo impor palavras havia mandado um de seus guerreiros para que pudesse se preparar para o que poderia acontecer.
Ao contar tudo para a Rainha ela pediu para que todos se reunissem em frente a sua sacada na praça da cidade e começou a falar:
- Meu povo, velho com muita tristeza em meu coração pedir para que se preparem para o pior que virá, vivemos para sobreviver e não para lutar sem sentido algum, mas vivemos em um mundo que está repletos de pessoas que não intendem o valor da vida e estão dispostos a joga-la fora por puro capricho e crenças, peço para que os tutores reúnam as crianças e partam para nossos esconderijos na floresta, ao resto do povo peço que peguem suas armas e estejam prontos, com suas cabeças frias e descansadas, pois amanha como uma grande família lutaremos juntos para defender nossa liberdade de pensamento e de escolhas.
Todos reverenciaram a rainha que ao receber a reverencia repetiu frente a todos se ajoelhando e agradecendo a confiança.
Parte 9
O sol raiou e no horizonte brilhavam as armaduras, nos estávamos preparados mais eles eram muitos na frente de batalha nossa rainha e mais três dos melhores guerreiros olharam no horizonte e na frente de batalha deles estavam os mais fracos, os com as piores armas, com as piores armaduras, nossa Rainha virou-se e disse:
- Somente os fracos se escondem, somente os fracos colocam os mais frágeis na frente, somente os fracos vão a batalha se escondendo atrás de pessoas corajosas o suficiente para saber que não poderão fazer nada mais estão prontos para lutar sem saber o porquê, nós sabemos por que lutamos, entendemos o valor da vida e por isso a manteremos.
Nenhum barulho foi ouvido o povo se calava em respeito às palavras da Rainha, o inimigo começou a andar e a chuva negra apareceu no céu, nossos arqueiros eram os melhores e nossas flechas viam em grande quantidade.
Eles possuíam uma fraca e despreparada linha de frente, muitos foram dizimados pelas flechas os que sobraram não deram nem para o começo para nossa Rainha e sua equipe, realmente eram despreparados e fracos em seguida vieram os que estavam montados em cavalos e atrás mais uma equipe de guerreiros de solo. Para os cavalos vinham nossos lanceiros, arremessadores de lanças anti-cavalarias os levaram ao chão fazendo com que parecessem brinquedos frente às grandes lanças, ao caírem no chão eram massacrados por nossa Rainha, quando os guerreiros de solo chegaram nossa equipe de guerreiros já havia cercado todos eles, não foi necessário que todos lutassem.
Apenas um deles foi poupado, colocado em um cavalo com uma mensagem que dizia:
- Foi pedido com toda a educação e civilidade que podíamos oferecer para que ninguém do seu povo cruzasse nossas fronteiras, foi exigido que devido as nossas enormes diferenças ficassem do outro lado do rio que ninguém iria entrar em batalha contra vocês, mas isso não foi ouvido e foi necessário que todos aqueles que foram mandados tivessem o fim dito, pedimos que não faça mais tentativas de invasão, pois não desejamos a guerra.
O único soldado sobrevivente ao chegar perante o líder da capela lhes disse:
- Senhor foi uma visão do inferno quatro guerreiros sendo um deles uma mulher invocou dos céus uma nuvem negra que acabou com nossa linha de frente, depois invocou lanças gigantes que destruíram nossos cavalos e por fim demônios saíram do chão e destruíram os que sobraram, foi um inferno, aquela mulher está possuída pelo demônio.
O líder olhou desesperado, como era possível que um povo que possuía um numero reduzido iria conseguir vencer um exercito tão forte guiado pelo Senhor, não era possível, mandou que um mensageiro fosse direto ao grande líder para que pudessem enviar mais tropas e junto algumas pessoas preparadas para realizar exorcismos, assim não seria possível que vencessem já que não poderiam contar com poderes sobrenaturais.
Parte Final
Após receber a carta o grande líder pediu para que mais tropas fossem mandadas o dobro dos servos do Senhor foram mandados para vencer os servos do demônio, sabiam da nossa primeira tática, mais já tínhamos outra, foram vencidos, mais desta vez sem mensagens, sabíamos que não adiantaria, criamos um campo de batalha ainda melhor, pois sabíamos que viriam mais e vieram, o dobro da segunda vez, e nova vez vencidos, desta vez não foi com tanta facilidade, alguns dos nossos acabaram sendo mortos, mais não saímos vencidos, e novamente vieram mais, e mais e mais e mais, como se nunca fossem acabar, pareciam eternos, como se a cada um que matássemos viessem mais dois, despreparados, fracos, sem preparo para combate, mais era muitos, o melhor dos nossos guerreiros poderia acabar com dez deles tranquilamente, mais vinham vinte, trinta, se tornava cada vez mais difícil vence-los, quando um dos nossos era vencido muitos deles estavam a nossa volta e cada vez mais, não tínhamos mais divisões, éramos todos guerreiros, homens mulheres, íamos todos para guerra com nossas armas, aramávamos armadilhas para reduzir os números mais nada resolvia, eles andavam sobre corpos e vinham como animais sedentos por sangue, estávamos ficando sem população, muitas crianças já não tinham mais nenhum de seus pais e parentes, a Rainha então mandou uma mensagem para os mestres dizendo:
- Está batalha só terá um fim à morte de todos nós, salve as crianças e as nossas tradições, encontre uma terra para que sejam acolhidos e respeitados, pois aqui não mais viveremos.
Para aqueles que ficaram com lagrimas no olhar ela nos disse:
- Não sou mais Rainha, pois para ser uma Rainha é necessário um reino, o nosso está em ruinas, somos fortes, justos e estávamos preparados para quase tudo, menos para o poder dos fracos, pois eles são muitos, nunca pensei que no mundo a falta de pensamento faria com que as pessoas que são controladas iriam dar suas vidas sem questionar e tornariam um mar de matadores, não posso mais pedir que fiquem, não posso exigir que deixem seus filhos crescerem sem pais, a ultima batalha será a ultima e aqueles que ainda conseguirem juntem-se a seus filhos e encontrem um novo lar, eu ficarei para segurar o máximo que puder para salva-los.
Um de nossos anciões se levantou e disse:
- Lutamos por que acreditamos e acreditamos que nenhum esforço é por nada, o futuro está em mãos preparadas e se não estivermos aqui para fazer o que devemos nunca nos perdoaremos por ter deixado nossa Rainha morrer nas mãos daqueles malditos sem uma luta justa ao lado de seus melhores guerreiros.
Todos os guerreiros levantaram-se e como uma onda ajoelharam-se frente a Rainha dizendo:
- Até a morte.
O sol raiou e todos os guerreiros estavam a postos, e assim morreram um a um com honra por saber que estavam lutando por acreditar que só assim seriam livres, no fim quando os servos do Senhor invadiram a cidade, não havia vestígio de mais nada e de mais ninguém, a cidade havia sido queimada antes da ultima batalha para que nada fosse aproveitado, assim voltaram para o seu lugar de origem, já que ali não haviam pessoas para catequizar e o frio era de mais para ser aguentado por eles que não estavam acostumados.

Novamente Contra tempos

Devido a motivos pessoais e inspirativos (se esta palavra realmente existe) acabei por ficar um tempo afastado do blog deixando até mesmo o ultimo conto sem final, peço desculpas aqueles que gostam de ler minhas estorias, mas estarei compensando esse tempo afastado com dois contos completos, ocupando o espaço que ficou vazio nesses quatro meses, que contam Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro, após completar dois anos de trabalho não poderia deixar tudo para trás, assim espero que gostem dos contos que serão publicados e se tudo correr bem, como acredito que correrá, dos contos que ainda virão.

Obrigado

Agradeço a Compreenção

Sr. dos Contos

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Conto 15 - Parte 10, 11 e Final


Parte 10
Entrou na sala e escutou aquelas palavras que não soavam como algo conhecido, então falou:
- Como assim.
Perguntando na sequencia espantado:
- Quem você acha que eu sou?
Questionou o homem com um olhar de quem estava prestes a lhe retirar as tripas, mas ele precisava entender o que estava se passando naquele lugar.
O olhou para ele como se não o temesse e principalmente como se soubesse tudo o que Ko, ou Kunum Zero como ele chamou e falou:
- Sempre soube que esse dia chegaria, mais acreditava que quando chegasse ao ponto de me encontrar saberia do que estava se tratando.
Ko olhou para ele e perguntou:
O senhor olhou para baixo e sussurrou:
- O que fizeram com minha criação.
Ko não se aguentando levantou a voz e disse:
- Para de agir desta forma e me diga exatamente o que está acontecendo.
O velho sorriu e disse:
- De certa forma você é meu filho, minha criação, o mundo estava completamente perdido, como se a raça humana não fosse conseguir sobreviver, para nos proteger acabamos nos fechando em diversas cidades, grandes construções individuais separando o povo e gerando diversas disputas e guerras, até que chegamos a um ponto que precisávamos de soldados especializados para conseguir proteger o que tínhamos, ai eu criei o projeto Kunum, um projeto que criaria um ser humano completamente adaptável com habilidades super-humanas capazes de sobreviver a qualquer situação da vida, superando até mesmo o tempo, e você é Kunum Zero, o primeiro e único ser criado pelo meu projeto, mandamos você para missão teste, quando voltou não só não tinha completado sua missão como estava furioso, eu tinha feito algo grave, lhe dado humanidade, quando chegou ao campo de batalha acabou vendo crianças, idosos, mulheres inocentes que nada podiam fazer naquele lugar, mais estavam ali, você fez o que deveria fazer lá aqui, acabou com a maioria dos lideres deste lugar, te destruir se tornou impossível, tinha que existir um jeito de fazer, era parte do projeto, mas eu não poderia colocar um mecanismo de destruição em você, se era para ser perfeito era para ser perfeito e assim eu o fiz, o máximo que foi possível eu acabei fazendo, destruímos suas memorias e lhe deixamos inconsciente o quanto pudemos, quando sua mente se recuperou deixamos em uma vida normal esperando o dia que acabaríamos aqui.
Ko não sabia como reagir com aquelas informações que havia recebido, ele não era um humano, era uma arma criada em um laboratório, sua vontade era de pular no pescoço daquele homem e destroça-lo, mas o que mudaria acabar com a vida daquele velho, ele olhou para trás, e pensou em sair daquele lugar, quando escutou:
- Você está cercado não tem para onde ir entregue-se.
Parte 11
Não havia muito o que fazer, poderia lutar e fugir, mas no fundo o que ele poderia fazer, fugir para onde tudo o que ele tinha ali era um grande mentira, todas as coisas que via eram montadas e projetadas por alguém como se sua vida fosse um jogo na mão de pessoas que ele nunca veria, não tinha sentido, mas se o que o velho havia lhe dito fosse verdade como ele poderia se livrar, ser destruído ele não seria, pois talvez não fosse possível, o melhor a fazer era se entregar.
Levantou as mãos e saiu, haviam muitos Tropers o esperando, ele poderia lutar, se questionou, mas continuou, uma vida que já o incomodava poderia piorar, ele iria descobrir o que iria ser feito com ele.
Colocaram grandes placas de ferro em seus braços os imobilizando por completo, prenderam suas pernas e o levaram, passou alguns dias em uma pequena sala sem luz e sons, ali ele ficou quieto pensando em tudo o que poderia fazer ao sair dali, naquele momento já sabia como fugir daquele lugar, mais não o fez, resolveu esperar o que deveria fazer.
Parte 12
Depois que os dias se passaram K.0. foi levado novamente a frente daqueles que se auto denominavam donos da cidade, olharam para ele e perguntaram:
- Você está pronto para se entregar as normas da nossa sociedade e viver como mais um na multidão sem questionar e sem ser curioso, seguindo o ritmo natural de nossas vidas?
Aquela pergunta tinha uma fácil resposta para K.0. mais ele não queria que aquela fosse a verdade a ser ouvida naquele instante, passou algum tempo pensando no que deveria ser melhor a ser feito, não sabia como lidar com aquilo e como poderia colocar tal coisa em palavras sem que algo pudesse lhe acontecer, pensou mais um pouco e enquanto pensava disseram:
- Teve tempo de sobra para pensar, agora chegou a hora de responder o que você pretende.
Não dava para saber o que seria feito dele exatamente, muitas coisas passaram em sua cabeça, mas só uma coisa ele poderia responder:
- O que eu sou nada pode mudar, já tentaram me fazer esquecer mais minha natureza não permitiu acontecer, agora não posso voltar a trás e dizer que serei aquilo que desejam, ou ordenam.
Olharam profundamente para K.0. e lhe disseram:
- Esperávamos que sua decisão fosse outra, mas se é assim será banido de nosso mundo.
Um grupo de Tropers apareceu e levou K.0. até os portões da cidade, ao chegar lá soltaram seus braço e fecharam o portão.