Parte 1
Violência, chacina, assassinato,
terror, assalto, e todo o tipo de agressão possível, tudo isso para você
provavelmente é a coisa mais tenebrosa do mundo, pois provavelmente você é um
Divinoide, mas aqui é tudo muito pelo contrario tudo isso faz de nossas vidas o
que elas são felizes, um perfeito paraíso, não acreditamos em divindades, não
vemos o mundo como uma passagem, acreditamos que aqui é o mundo que devemos
viver e ser felizes, seja lá como for, vivemos, muitos podem dizer que tudo o
que contarei é um absurdo, mas não é, vivemos e aproveitamos muito nossas vida,
muitos chamaram nosso povo de ignorante e brutais, mas não somos, só vivemos em
regras diferentes.
Sou Maternus um simples morador
de Teotrilhus, um pequeno vilarejo no nada do mundo, ou pelo menos era o que
nós achávamos até que os malditos Divinoides apareceram, nossa região costuma
ser muito fria e com pouco tempo de luz e calor, a maior parte do tempo a
grande estrala está longe de nós e somos adaptados a isso.
Vivemos com base em duas regras
simples, a Primeira regra é: “Aquilo que você deseja, você conquista”, a
natureza nos oferece tudo o possível para sobrevivermos e dela temos que lutar
para conquistar o que buscamos, tudo o que desejar ela lhe dará só basta ter a
força certa para conseguir, e a Segunda regra é: “Não cause aos outros aquilo
que não quer que aconteça com você”, em nosso mundo é tudo muito claro, se a
pessoa for voa o suficiente para tentar e conseguir retirar algo que seja seu
ela lhe abriu espaço para retirar aquilo que ela tentou roubar de você e o que
mais você desejar, mesmo que isso seja a própria vida, então antes de
conquistar algo olhe para ver se aquilo que está querendo conquistar não
pertence a outra pessoa, depois não desista até conseguir, como qualquer povo
vivemos sobre regras, que para serem cumpridas precisam ser aprovadas por nossa
Rainha, exatamente rainha, muitas das pessoas que já cruzaram por nosso reino
se espantam ao ver que somos governados por uma Rainha, nosso reinos não faz
diferença alguma de gêneros, por sinal acreditamos um absurdo quem o faz, a
natureza não trabalha assim, abelhas, formigas, possuem rainha, por que ela é
necessária como líder daquele grupo, os felinos possuem o leão, o macho, então
vemos pela utilidade, pela força, pela capacidade, não somos diferentes, não
venha nos julgar Divinoide.
Até agora me referi ao povo
desconhecido como Divinoides, mas em momento algum eu expliquei, antes de
continuar com minha historia é necessário que eu explique o que são eles.
Parte 2
Como disse não sabemos muito
sobre esse povo, mas algumas pessoas que passaram por nosso reino fugindo
disseram que estão por todas as partes, sabemos que existem diversos povo, com
diversos modelos de sociedade, como comentei não somos ignorantes, temos nossos
sábios, temos nossos estudiosos, só defendemos a ideia de que não adianta saber
se estiver morto, mas voltando aos Divinoides, dentro de todos os povos que
conhecemos, todos em sua quase completa maioria estava de passagem, alguns
pedíamos para passar um tempo em nossa comunidade para fornecer informações
sobre sua cultura, explicar como funciona sua sociedade, existe um povo muito
interessante por sinal que são os guerreiros anões, pessoas pequenas, magras e
aparentemente frágeis, que viajam pelo mundo trocando objetos e itens, e que
surpreendentemente são guerreiros notáveis, um deles até ficou diversos
períodos de tempo conosco, talvez se fosse arriscar diria que ele ficou uma
vinte luas cheias para um pouco mais e nos ensinou um pouco da arte de combate
de seu povo entre outras coisas.
Mas retornando aos Divinoides,
depois de mostrar que nunca fomos um povo que não aceita estrangeiros, que
rejeita conhecimentos novos entre outras diversas coisas, conhecemos os
Divinoides, um povo que chegou em nossa comunidade com um dos maiores problemas
da nossa espécie animal, a imposição, inicialmente vieram três homens, muito
educados, simpáticos e aparentemente respeitosos, ao serem parados em nossos
portões pediram abrigo, todo visitante novo em nosso reino é recebido por nossa
rainha com um banquete para apreciarmos uma nova cultura a ser conhecida, foi
então que tudo começou, os Divinoides, quando questionados sobre sua cultura,
inverteram as questões e perguntaram sobre que culto vivíamos, em que
divindades acreditávamos, nossa singela Rainha sem problemas algum foi explicar
que nenhuma, que vivemos pelas regras que a natureza e a necessidade nos dão e
que isso bastava, tudo seria normal se não fosse pela reação automática na face
daqueles malditos, alguns virão aquela reação como um sinal de perigo para com
nossa Rainha e imediatamente sacaram suas espadas, mas nossa Rainha como grande
líder sacou sua espada e gritou:
- Se alguém nesta sala acredita
que sou incapaz e levantar novamente uma espada para um visitante meu terá que
ir para arena me enfrentar.
Ninguém ali seria capaz de se
levantar novamente, era a melhor guerreira, mas ficou evidente nos olhos de
nossa Rainha que também não havia gostado, ainda mais devido aos tons de ironia
que se seguiram quando começaram a explicar de seu Deus todo poderoso e de como
a vida deveria ser devotada a eles, foi em meio a esta conversa que aprendemos
os termos que utilizei no começo de minha historia, até então desconhecidos em
nosso povo, suas ideias era absurdas e ridículas, ao nosso ver claro, como um
pai poderia desejar que o filho não desfrutasse a vida e tudo de belo que ele
mesmo criou para se devotar somente a ele, era absurdo ao nosso ver, ainda mais
quando comentaram que existe um lugar para onde todos o que não obedecerem
serão levados para viver em punição eterna, onde um pai faria isso, onde um
Deus faria isso, inconcebível para nossas cabeças, mas nossa hospitalidade
sempre foi maior e nossa marca foi sempre aceitar as diferenças, um lugar para
que pudessem ficar foi oferecido, uma casa de um senhor que havia falecido
recentemente e seus filhos não a utilizavam por possuir suas próprias casas foi
emprestada para eles, eram convidados pelo tempo que desejassem.
Parte 3
Não gostávamos de tê-los ali, mas
não eram seus ideais diferentes que fariam com que mudássemos nosso modo de ver
as coisas e os novos povos, por mais que fosse absurdo aquilo que eles estavam
nos dizendo sobre suas crenças eram apenas um esboço de seus pensamentos, para
que se possa entender um pensamento por completo é necessário que o saiba por
completo e para isso nossos estudiosos iriam passar algum tempo os estudando,
pelo menos o tempo que eles achassem melhor passar em nossa comunidade, claro
que existia o fato de ninguém desejar enfrentar nossa Rainha.
Tudo parecia correr bem, quando
em uma visita dos estudiosos aos visitantes uma grande gritaria podia ser
ouvida a longa distancia, mas nossas vozes comuns podiam ser distinguidas e
somente quem gritava eram os visitantes, nossos sábios horrorizados saíram dali
sem discutir mais nenhuma palavra, sabendo que não mais voltariam, quando
questionados por nossa Rainha sobre o ocorrido houve apenas uma resposta:
- Perguntamos a eles como um Deus
bom e generoso deseja ver seus filhos sofrendo e lamentando enquanto a sua
volta existe uma criação tão bela feita para eles. Daquela questão em diante só
houve nervosismo, agressões verbais e gritaria, a cada resposta que nos davam
mais confuso ficávamos e menos a pergunta parecia ser respondida, até que sem
mais conseguir responder o que dizíamos começaram com ofensas serias que nos
fizeram levantar e sair, não estávamos agredindo suas crenças somente querendo
entender, mas sem resposta satisfatória passaram a ofender nosso modo de vida e
nossas tradições, não reagimos em respeito às palavras da Rainha, não ferir os
convidados.
A Rainha ao escutar aquilo não se
conteve e foi até o local que estavam alojados, muito alterados começaram a
responder absurdos que não batiam com a historia contada pelos estudiosos,
transformando-os em agressores sem sentido e desrespeitosos as tradições, como
se toda a historia contada pelos estudiosos tivesse acontecido com eles, os
fazendo de vitimas da situação, mas quando pressionados um pouco mais para
saber o inicio da discussão apareceu a frase da discórdia dita pelos
estudiosos, a Rainha que confiava em seu povo só lhes disse:
- Ninguém mais lhes perturbará,
mas independente de lados, as únicas vozes alteradas foram as vossas, assim
lhes peço não agrida meu povo, pois a maior regra de nossa comunidade é a de
que se por um momento acreditarem que podem ter uma liberdade maior com você
isso lhe dará o direito de ter uma liberdade maior com a pessoa, se você
agredir tem que estar preparado para ser agredido.
Assim saiu a Rainha sem dizer
mais nada, passaram se alguns dias o mais velhos dos três homens e
aparentemente o líder dos outros dois foi até a Rainha desesperado gritando:
- Preciso de ajuda socorro, ele
vai matar o garoto.
A Rainha sem questionar pegou sua
espada e correu ao local, um de seus guardiões estava espancando o garoto, ela
levou a espada ao pescoço dele e disse para arena.
Parte 4
Sem questionar as palavras da
Rainha ele se levantou, calado e andou até a arena, ele sabia que havia
desobedecido uma ordem direta dela e não havia outro jeito de resolver aquilo
em nosso povo que não fosse na arena, no caminho era visível em seu rosto o
arrependimento de desobedece-la, mas naquele instante era tarde de mais, ao
chegar na arena ela olhou em seus olhos e lhe disse:
- Venha com a fúria que estava
sobre aquele pobre garoto, pois se não começar atacando lutarei para matar.
Ele sabia que as palavras da
Rainha não eram para amedrontar, eram realmente um aviso, assim partiu para
cima dela que levemente desviou para o lado girando sua espada, deixou correr
suavemente pela lamina dele e quando voltou com a espada para posição inicial
cravou a espada dele no chão colocando a sua espada na garganta dele, com ele
ajoelhado ao seus pés ela disse:
- Nunca mais deixe a fúria te
dominar, combate não é emoção, é habilidade e tranquilidade, agora diga o que
aconteceu.
Gaguejando ele começou a
explicar:
- O Mestre dos estudiosos apareceu
em minha casa questionando o motivo de meu filho não ter ido ao seu estudo
naquele dia, espantado fui perguntar a criança o que havia acontecido e ele me
disse: “Pai aquele homem que está visitando o povoado estava explicando para
mim e para as outras crianças que não devemos lutar se não acabaremos em um
caldeirão de lavas quente”. Rainha meu filho tem quatro ciclos.
A Rainha sem questiona-lo foi até
o local que os visitantes estavam e lhes pediu para acompanha-la junto a cinco
de seus melhores guardiões, ao chegar à sala de convenções ela olhou para eles
e disse:
- Discutir com um ancião, com um
estudioso que possui suas ideias formadas e que saberá argumentar, discutir e
avaliar o que é melhor para sua vida eu entendo, ideias diferentes nem sempre
são uma boa combinação, mas retirar uma criança de seu caminho, atrapalhar seu
preparo para a vida que acreditamos ser certa e que até o momento nos faz bem
não é admissível para ninguém que esteja só de passagem em nosso reinado,
apresentam suas ideias para um criança que depois um dia estará sozinha em meio
a neve precisando sobreviver e não saberá como, olhe seu discípulo, o que
evitar a aprender a se defender resultou, um ser despreparado não saberá virar
para o lado e se defender de um touro furioso que nada percebe além da sua ira.
Os guardiões os levarão até os portões e peço que só voltem aqui quando
souberem que aquilo que acreditam não deve passar por cima da cultura dos
outros.
Escutaram sem questiona-la,
perceberam que nada poderiam fazer naquele instante e naquela situação, o
período perigoso para sobrevivência estava chegando e sabendo disso ou não se
não fossem embora naquele instante teriam que passar pelo menos duas luas
cheias em nosso povoado e isso poderia causar-lhes um mal ainda maior. Somos
hospitaleiros, mas não somos ignorantes, sabemos que a criança está aberta a
ideia que mais lhe mostrarem e aquilo era inadmissível.
Parte 5
Como havia dito não temos muitas
regras de convivência, sabendo as duas regras básicas é possível vier em nosso
povoado, mas todas as crianças passam por um processo comum, as mulheres em
nosso povoado depois que a mulher descobre que está esperando uma vida ela após
quatro luas cheias param com suas tarefas e ficam apenas cuidando de seu corpo,
se preparando para a vida que está por vir, seu homem irá cuidar de todos os
afazeres da casa e de suas funções dentro da comunidade, onde o grupo no qual
ele trabalha ajuda para que ele possa ter tempo o suficiente para que ele cuide
de tudo enquanto sua mulher se prepare somente para seu filho nascer, quando
não é o primeiro filho as outras crianças acabam cuidando dos afazeres da casa
juntamente com o pai, sendo claro que os cuidados da casa faz parte da vida do
casal.
Após nove luas cheias quando a
criança nascer ainda faz parte da obrigação da mãe que ainda sem trabalhar irá
passar mais seis luas cheias cuidando da alimentação da criança que acabara de
nascer, quando a criança completa seis luas cheias sua ela não será mais
responsabilidade da mãe, e a mãe terá mais seis luas cheias para poder cuidar
novamente de seu corpo que está fora do habitual devido ao período de total
entrega para nova vida que acabou de gerar, assim depois das doze luas cheias
de vida de sua criança ela volta a sua vida normal com suas tarefas para com a
comunidade.
A criança quando completa seis
luas cheias ela vai para o curral, um local onde todas as crianças pequenas
passam um tempo para desenvolver suas habilidades naturais, a busca pela
comida, a capacidade de encontra-la, escolhe-la, caça-la e come-la, tudo por
sua capacidade própria, ela passará os seus primeiros quatro ciclos aprendendo
a sobreviver por conta própria, aprendendo a lidar com suas dores e prazeres,
com suas necessidades e desejos, junto a outros tendo que lidar com o saber
dividir, saber lidar com os mais fortes e com os mais fracos, nesse momento
começa a primeira seleção de habilidades dentro de nossa sociedade.
Passando os primeiros quatro
ciclos as crianças começa a aprender todas as capacidades básicas para sobrevivência,
todas as habilidade necessárias para a construção de uma boa vila e de uma
grande comunidade, trabalhamos com a ideia de que aquele que não entende como
funciona não saberá o que é o certo, até que complete dez ciclos nenhuma das
crianças será divididas ou separadas, nesse período começa a analise das
funções dentro da nossa comunidade, cada um será analisado e questionado,
aqueles que possuem habilidades especificas serão encaminhados a suas funções,
aqueles que acreditarem ter capacidade para uma área poderá treinar junto aos
grupos até seu decimo quinto ciclo.
Somos divididos em poucos grupos,
os guardiões, especialistas em combate e a arte da guerra, segundo os
estudiosos, pessoas que focam seu tempo e trabalho em conhecimento e busca
compreender o que não entendemos, terceiro os fazedores, responsáveis por todos
os utensílios e armas da comunidade e por ultimo os cultivadores, responsáveis
por cuidar do alimento, e por fim os cozinheiros, aqueles que são responsáveis
por preparar os banquetes e a comida para comunidade, até o decimo quinto ciclo
qualquer criança poderá ser treinada, no que desejar, mesmo que não seja a sua
vocação, aqueles que se destacarem terão até a vigésimo ciclo para se tornarem
mestres, os que não forem bons naquilo que não forem aptos voltam para suas
funções para se tornarem mestres, todos os mestres possuem duas opções, passar
a ensinar ou colocar em pratica o que aprendeu.
Assim todos nós vivemos bem
aprendemos tudo e compartilhamos tudo, mas não era assim que os Divinoides viam
a situação e não satisfeitos com o que aconteceu mandaram seu líder para
conversar com a Rainha.
Parte 6
Nossa Rainha era uma grande
mulher muito espirituosa, contam que no curral ela dominou as outras crianças e
fazia com que elas pegassem a comida para ela e se pensam que era tudo para ela
muito pelo contrario, ela fazia com que toda comida fosse dividida entre as
crianças por igual se tornando a grande mãe, nossa crianças só ganham nomes
após o quarto ciclo, para vermos sua personalidade e para que o nome seja
equivalente à pessoa.
Depois quando passou para o
aprendizado padrão sua habilidade em combate era tão grande que a levaram para
uma aula experimental com as crianças que tinham completados o decimo ciclo,
ali aquela pequena criança ao olhar para outra mais velha, pegou o bastão de
combate, e acertou diretamente o joelho fazendo-o cair perante ela, em seguida
colocou o bastão no pescoço demonstrando que ele não mais poderia reagir
daquele dia em diante ela se tornou a mais famosa guerreira do povo, logo
chegou aos ouvidos do Rei que ficou muito interessado naquela jovem, pois seria
uma promissora mulher para seu filho, os anos se passaram e todos os votos de
que os dois ficassem juntos acabaram se concretizando.
Ela parecia feliz, ele também,
até que seu pai já velho veio a falecer seu filho deveria assumir o comando da
sociedade, quando ele ao ver que poderia ser líder olhou para ela e disse como
líder não posso viver com uma mulher que julgam ser melhor guerreira do que eu,
a muito ele não aceitava o fato dela ser melhor do que ele, além do fato de ser
um pouco mais nova do que ele, ela sempre se saiu melhor em tudo como se
possuísse todas as habilidades natas que um ser pode possuir, era fora do
comum, aquelas palavras magoaram muito Ferzi, este é o nome de nossa Rainha,
Ferzi.
Ela não deixaria aquilo passar
daquele jeito, ela havia entregado seu amor a um homem que na verdade só vazia
a vontade de seu pai e depois que ele faleceu e ele pode decidir por si só ele
a jogou fora como se fosse descartável, ela não ia deixar barato, esperou o dia
da coroação e foi ao meio de tudo e disse:
- Eu não posso seguir a um Rei
que não pode me vencer, que não sabe ser justo como eu e principalmente que não
faz o que deseja por medo do que os outros irão falar.
Todos se assustaram com aquela
situação, quando o ainda príncipe se levantou e disse:
- Não há o que você possa fazer,
eu sou o Rei por direito.
Ao escutar aquilo um sábio se
levantou e pronunciou:
- Nosso reino ainda não é lugar
onde o povo não deve ser ouvido e simplesmente o sangue lhe dá direitos, ela
tem o direito de demonstrar na arena que as suas palavras são reais e que você
até então filho do antigo Rei merece o lugar de seu pai.
A luta foi obvia, a vitória de
Ferzi era indiscutível, mas a reação do príncipe era inesperada, após ser
derrubado no chão, furioso puxou uma adaga que tinha guardado e atacou Ferzi,
que não se moveu um milímetro, pois os arqueiros que assistiam a luta fizeram
uma chuva de fechas acabado com a vida o filho do antigo Rei, não merecedor do
posto de comandante de nosso reino sendo passado ali o direito a ser Rainha
para Ferzi, que depois daquilo nunca mais se envolveu com outro homem.
Parte 7
Nossa Rainha que não estava muito
satisfeita com o que havia acontecido muito menos com a situação que estava se
formando aceitou receber o líder, ou pelo menos era assim que ele se intitulou,
mas sem nenhuma festividade, sem nenhuma forma de apreciação por estar
recebendo aqueles visitantes, só reuniu os principais guerreiros a mesa e
permitiu que eles entrassem.
Sem deixar que falassem nada a
Rainha começou a dizendo:
- Não sei quem são não sei qual
tradições costumam seguir, mas o que houve aqui foi um grande desrespeito,
aquele que veio ao meu povo não sabia diferenciar sua tradição da nossa,
conhecemos muito povos, nenhum deles chegou querendo desfazer nossa cultura nem
nossos costumes, de mundos próximos de mundos longínquos, muitos vieram, mas
seus discípulos foram os únicos que expulsamos, antes de mais nada não quero
que fiquem nem mesmo por um dia, não esperem hospitalidade, sei que não estão
distantes, pois se assim fosse não teriam sido rápidos como foram, peço para
que voltem de onde vieram em paz e civilizadamente como nós fizemos.
O homem vestido com um manto
muito estranho aos olhos da rainha olhou profundamente em seus olhos e disse:
- Gostaria de saber antes de mais
nada se não existe um homem com que possamos conversar adequadamente.
Aquelas palavras foram o limite
para Rainha que enfurecida, levantou o homem, as duas pessoas que estavam com
ele rapidamente sacaram suas espadas e foram para cima da Rainha, mas devido a
destreza dos guerreiros do reino não conseguiram nem mesmo dar um paço, a
Rainha com uma faca em sua outra mão apertou o pescoço do homem e lhe disse:
- Acredito que seja surdo, pois
não dever ter ouvido uma única palavra do que disse, somos civilizados e
somente por esse fato não separarei sua cabeça de seu corpo nesse instante, não
sei o que veio fazer aqui, mas meu reino segue leis imutáveis e nosso povo não
distingue sexos, somos de uma mesma raça, somos todos da mesma espécie, coisa
que acredito não entender, peço educadamente que não voltem, se passarem pelo
nosso reino espero que vocês desviem, pois se virmos que estão passando pelas
proximidade de nossas terras não seremos mais piedosos sem complacentes, nada
mais há para ser dito entre nossos povos, vocês não merecem misericórdia ou
educação, suas palavras são ofensivas e mal ditas, não voltem, pois haverá
guerra.
Os guerreiros acompanharam os
três homens até os portões da cidade enquanto ouviram apenas uma frase:
- Eles estão possuídos pelo
demônio.
Aquilo para eles não queria dizer
muita coisa, então não se alarmaram.
Parte 8
Ao atravessar o rio onde estavam acampados construindo uma
nova cidade, o líder do pequeno grupo correu para capela onde estava o líder geral, chegou lá e
disse:
- Senhor aquele povo está todo possuído fora do controle,
quase fomos mortos se não fossem nossa orações não estaríamos aqui neste
momento, fomos salvos pela fé, eles possuem uma força descomunal de mil homens,
lá os homens são apenas servos aos prazeres das mulheres e elas os controlam
como marionetes, como está descrito nas escrituras, onde as mulheres levam o
homem ao pecado, lá não só vivem em pecado como estão cultuando ao demônio, por
isso maltrataram e quase mataram nosso irmão, precisamos fazer alguma coisa
antes que esses demônios se espalhem pelo mundo.
O líder aos escutar aquelas palavras, ao olhar nos olhos de
medo de seu homem mais fiel virou-se para o altar, ajoelhou-se e começou a
rezar em voz alta:
- Senhor viesse para terra, deste sua vida por nós para que
pudéssemos levar a paz e suas palavra pelo mundo, para isso precisamos livrar a
terra dos descrentes e dos mal intencionados, para que essa terra siga as suas
palavras é necessários que aqueles que ao mal servem ao mal se juntem no
inferno, tornando esse mundo um mundo prospero e tranquilo para que possamos
viver assim como nos ensinou.
Levantou-se, pegou em sua mão o símbolo sagrado, virou-se
para seus discípulos e lhes disse:
- Tenham esta noite para descansar, pois amanha juntaremos
nossas forças, arrumaremos nosso exercito do Senhor e partiremos para lutar
contra o mal, aqueles que ao mal seguem devem ser derrotados.
Os três abaixaram sua cabeça perante o símbolo sagrados, se
levantaram e saíram pela porta gritando:
- Morte aos bárbaros, preparem-se homens amanha
purificaremos essas terras com o sangue daqueles demônios.
Todo o acampamento levantou suas armas e com um rugido como
de um leão gritaram seguindo as palavras ditas.
Enquanto o povo gritava e festejava a batalha que estava por
vir um homem que ali estava escutando tudo saiu correndo para contar a Rainha o
que estava acontecendo, pois a Rainha que não era nem um pouco despreparada
para com aqueles que chegam a seu reino querendo impor palavras havia mandado
um de seus guerreiros para que pudesse se preparar para o que poderia
acontecer.
Ao contar tudo para a Rainha ela pediu para que todos se
reunissem em frente a sua sacada na praça da cidade e começou a falar:
- Meu povo, velho com muita tristeza em meu coração pedir
para que se preparem para o pior que virá, vivemos para sobreviver e não para
lutar sem sentido algum, mas vivemos em um mundo que está repletos de pessoas
que não intendem o valor da vida e estão dispostos a joga-la fora por puro
capricho e crenças, peço para que os tutores reúnam as crianças e partam para
nossos esconderijos na floresta, ao resto do povo peço que peguem suas armas e
estejam prontos, com suas cabeças frias e descansadas, pois amanha como uma
grande família lutaremos juntos para defender nossa liberdade de pensamento e
de escolhas.
Todos reverenciaram a rainha que ao receber a reverencia
repetiu frente a todos se ajoelhando e agradecendo a confiança.
Parte 9
O sol raiou e no horizonte brilhavam as armaduras, nos
estávamos preparados mais eles eram muitos na frente de batalha nossa rainha e
mais três dos melhores guerreiros olharam no horizonte e na frente de batalha
deles estavam os mais fracos, os com as piores armas, com as piores armaduras,
nossa Rainha virou-se e disse:
- Somente os fracos se escondem, somente os fracos colocam
os mais frágeis na frente, somente os fracos vão a batalha se escondendo atrás
de pessoas corajosas o suficiente para saber que não poderão fazer nada mais
estão prontos para lutar sem saber o porquê, nós sabemos por que lutamos,
entendemos o valor da vida e por isso a manteremos.
Nenhum barulho foi ouvido o povo se calava em respeito às
palavras da Rainha, o inimigo começou a andar e a chuva negra apareceu no céu,
nossos arqueiros eram os melhores e nossas flechas viam em grande quantidade.
Eles possuíam uma fraca e despreparada linha de frente,
muitos foram dizimados pelas flechas os que sobraram não deram nem para o
começo para nossa Rainha e sua equipe, realmente eram despreparados e fracos em
seguida vieram os que estavam montados em cavalos e atrás mais uma equipe de
guerreiros de solo. Para os cavalos vinham nossos lanceiros, arremessadores de
lanças anti-cavalarias os levaram ao chão fazendo com que parecessem brinquedos
frente às grandes lanças, ao caírem no chão eram massacrados por nossa Rainha,
quando os guerreiros de solo chegaram nossa equipe de guerreiros já havia
cercado todos eles, não foi necessário que todos lutassem.
Apenas um deles foi poupado, colocado em um cavalo com uma
mensagem que dizia:
- Foi pedido com toda a educação e civilidade que podíamos
oferecer para que ninguém do seu povo cruzasse nossas fronteiras, foi exigido
que devido as nossas enormes diferenças ficassem do outro lado do rio que
ninguém iria entrar em batalha contra vocês, mas isso não foi ouvido e foi
necessário que todos aqueles que foram mandados tivessem o fim dito, pedimos
que não faça mais tentativas de invasão, pois não desejamos a guerra.
O único soldado sobrevivente ao chegar perante o líder da
capela lhes disse:
- Senhor foi uma visão do inferno quatro guerreiros sendo um
deles uma mulher invocou dos céus uma nuvem negra que acabou com nossa linha de
frente, depois invocou lanças gigantes que destruíram nossos cavalos e por fim
demônios saíram do chão e destruíram os que sobraram, foi um inferno, aquela
mulher está possuída pelo demônio.
O líder olhou desesperado, como era possível que um povo que
possuía um numero reduzido iria conseguir vencer um exercito tão forte guiado
pelo Senhor, não era possível, mandou que um mensageiro fosse direto ao grande
líder para que pudessem enviar mais tropas e junto algumas pessoas preparadas
para realizar exorcismos, assim não seria possível que vencessem já que não
poderiam contar com poderes sobrenaturais.
Parte Final
Após receber a carta o grande líder pediu para que mais
tropas fossem mandadas o dobro dos servos do Senhor foram mandados para vencer
os servos do demônio, sabiam da nossa primeira tática, mais já tínhamos outra,
foram vencidos, mais desta vez sem mensagens, sabíamos que não adiantaria,
criamos um campo de batalha ainda melhor, pois sabíamos que viriam mais e
vieram, o dobro da segunda vez, e nova vez vencidos, desta vez não foi com
tanta facilidade, alguns dos nossos acabaram sendo mortos, mais não saímos
vencidos, e novamente vieram mais, e mais e mais e mais, como se nunca fossem
acabar, pareciam eternos, como se a cada um que matássemos viessem mais dois,
despreparados, fracos, sem preparo para combate, mais era muitos, o melhor dos
nossos guerreiros poderia acabar com dez deles tranquilamente, mais vinham
vinte, trinta, se tornava cada vez mais difícil vence-los, quando um dos nossos
era vencido muitos deles estavam a nossa volta e cada vez mais, não tínhamos
mais divisões, éramos todos guerreiros, homens mulheres, íamos todos para
guerra com nossas armas, aramávamos armadilhas para reduzir os números mais
nada resolvia, eles andavam sobre corpos e vinham como animais sedentos por
sangue, estávamos ficando sem população, muitas crianças já não tinham mais
nenhum de seus pais e parentes, a Rainha então mandou uma mensagem para os
mestres dizendo:
- Está batalha só terá um fim à morte de todos nós, salve as
crianças e as nossas tradições, encontre uma terra para que sejam acolhidos e
respeitados, pois aqui não mais viveremos.
Para aqueles que ficaram com lagrimas no olhar ela nos
disse:
- Não sou mais Rainha, pois para ser uma Rainha é necessário
um reino, o nosso está em ruinas, somos fortes, justos e estávamos preparados
para quase tudo, menos para o poder dos fracos, pois eles são muitos, nunca
pensei que no mundo a falta de pensamento faria com que as pessoas que são
controladas iriam dar suas vidas sem questionar e tornariam um mar de
matadores, não posso mais pedir que fiquem, não posso exigir que deixem seus
filhos crescerem sem pais, a ultima batalha será a ultima e aqueles que ainda
conseguirem juntem-se a seus filhos e encontrem um novo lar, eu ficarei para
segurar o máximo que puder para salva-los.
Um de nossos anciões se levantou e disse:
- Lutamos por que acreditamos e acreditamos que nenhum
esforço é por nada, o futuro está em mãos preparadas e se não estivermos aqui
para fazer o que devemos nunca nos perdoaremos por ter deixado nossa Rainha
morrer nas mãos daqueles malditos sem uma luta justa ao lado de seus melhores
guerreiros.
Todos os guerreiros levantaram-se e como uma onda
ajoelharam-se frente a Rainha dizendo:
- Até a morte.
O sol raiou e todos os guerreiros estavam a postos, e assim
morreram um a um com honra por saber que estavam lutando por acreditar que só
assim seriam livres, no fim quando os servos do Senhor invadiram a cidade, não
havia vestígio de mais nada e de mais ninguém, a cidade havia sido queimada
antes da ultima batalha para que nada fosse aproveitado, assim voltaram para o
seu lugar de origem, já que ali não haviam pessoas para catequizar e o frio era
de mais para ser aguentado por eles que não estavam acostumados.
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