quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Conto 16


Parte 1
Violência, chacina, assassinato, terror, assalto, e todo o tipo de agressão possível, tudo isso para você provavelmente é a coisa mais tenebrosa do mundo, pois provavelmente você é um Divinoide, mas aqui é tudo muito pelo contrario tudo isso faz de nossas vidas o que elas são felizes, um perfeito paraíso, não acreditamos em divindades, não vemos o mundo como uma passagem, acreditamos que aqui é o mundo que devemos viver e ser felizes, seja lá como for, vivemos, muitos podem dizer que tudo o que contarei é um absurdo, mas não é, vivemos e aproveitamos muito nossas vida, muitos chamaram nosso povo de ignorante e brutais, mas não somos, só vivemos em regras diferentes.
Sou Maternus um simples morador de Teotrilhus, um pequeno vilarejo no nada do mundo, ou pelo menos era o que nós achávamos até que os malditos Divinoides apareceram, nossa região costuma ser muito fria e com pouco tempo de luz e calor, a maior parte do tempo a grande estrala está longe de nós e somos adaptados a isso.
Vivemos com base em duas regras simples, a Primeira regra é: “Aquilo que você deseja, você conquista”, a natureza nos oferece tudo o possível para sobrevivermos e dela temos que lutar para conquistar o que buscamos, tudo o que desejar ela lhe dará só basta ter a força certa para conseguir, e a Segunda regra é: “Não cause aos outros aquilo que não quer que aconteça com você”, em nosso mundo é tudo muito claro, se a pessoa for voa o suficiente para tentar e conseguir retirar algo que seja seu ela lhe abriu espaço para retirar aquilo que ela tentou roubar de você e o que mais você desejar, mesmo que isso seja a própria vida, então antes de conquistar algo olhe para ver se aquilo que está querendo conquistar não pertence a outra pessoa, depois não desista até conseguir, como qualquer povo vivemos sobre regras, que para serem cumpridas precisam ser aprovadas por nossa Rainha, exatamente rainha, muitas das pessoas que já cruzaram por nosso reino se espantam ao ver que somos governados por uma Rainha, nosso reinos não faz diferença alguma de gêneros, por sinal acreditamos um absurdo quem o faz, a natureza não trabalha assim, abelhas, formigas, possuem rainha, por que ela é necessária como líder daquele grupo, os felinos possuem o leão, o macho, então vemos pela utilidade, pela força, pela capacidade, não somos diferentes, não venha nos julgar Divinoide.
Até agora me referi ao povo desconhecido como Divinoides, mas em momento algum eu expliquei, antes de continuar com minha historia é necessário que eu explique o que são eles.
Parte 2
Como disse não sabemos muito sobre esse povo, mas algumas pessoas que passaram por nosso reino fugindo disseram que estão por todas as partes, sabemos que existem diversos povo, com diversos modelos de sociedade, como comentei não somos ignorantes, temos nossos sábios, temos nossos estudiosos, só defendemos a ideia de que não adianta saber se estiver morto, mas voltando aos Divinoides, dentro de todos os povos que conhecemos, todos em sua quase completa maioria estava de passagem, alguns pedíamos para passar um tempo em nossa comunidade para fornecer informações sobre sua cultura, explicar como funciona sua sociedade, existe um povo muito interessante por sinal que são os guerreiros anões, pessoas pequenas, magras e aparentemente frágeis, que viajam pelo mundo trocando objetos e itens, e que surpreendentemente são guerreiros notáveis, um deles até ficou diversos períodos de tempo conosco, talvez se fosse arriscar diria que ele ficou uma vinte luas cheias para um pouco mais e nos ensinou um pouco da arte de combate de seu povo entre outras coisas.
Mas retornando aos Divinoides, depois de mostrar que nunca fomos um povo que não aceita estrangeiros, que rejeita conhecimentos novos entre outras diversas coisas, conhecemos os Divinoides, um povo que chegou em nossa comunidade com um dos maiores problemas da nossa espécie animal, a imposição, inicialmente vieram três homens, muito educados, simpáticos e aparentemente respeitosos, ao serem parados em nossos portões pediram abrigo, todo visitante novo em nosso reino é recebido por nossa rainha com um banquete para apreciarmos uma nova cultura a ser conhecida, foi então que tudo começou, os Divinoides, quando questionados sobre sua cultura, inverteram as questões e perguntaram sobre que culto vivíamos, em que divindades acreditávamos, nossa singela Rainha sem problemas algum foi explicar que nenhuma, que vivemos pelas regras que a natureza e a necessidade nos dão e que isso bastava, tudo seria normal se não fosse pela reação automática na face daqueles malditos, alguns virão aquela reação como um sinal de perigo para com nossa Rainha e imediatamente sacaram suas espadas, mas nossa Rainha como grande líder sacou sua espada e gritou:
- Se alguém nesta sala acredita que sou incapaz e levantar novamente uma espada para um visitante meu terá que ir para arena me enfrentar.
Ninguém ali seria capaz de se levantar novamente, era a melhor guerreira, mas ficou evidente nos olhos de nossa Rainha que também não havia gostado, ainda mais devido aos tons de ironia que se seguiram quando começaram a explicar de seu Deus todo poderoso e de como a vida deveria ser devotada a eles, foi em meio a esta conversa que aprendemos os termos que utilizei no começo de minha historia, até então desconhecidos em nosso povo, suas ideias era absurdas e ridículas, ao nosso ver claro, como um pai poderia desejar que o filho não desfrutasse a vida e tudo de belo que ele mesmo criou para se devotar somente a ele, era absurdo ao nosso ver, ainda mais quando comentaram que existe um lugar para onde todos o que não obedecerem serão levados para viver em punição eterna, onde um pai faria isso, onde um Deus faria isso, inconcebível para nossas cabeças, mas nossa hospitalidade sempre foi maior e nossa marca foi sempre aceitar as diferenças, um lugar para que pudessem ficar foi oferecido, uma casa de um senhor que havia falecido recentemente e seus filhos não a utilizavam por possuir suas próprias casas foi emprestada para eles, eram convidados pelo tempo que desejassem.
Parte 3
Não gostávamos de tê-los ali, mas não eram seus ideais diferentes que fariam com que mudássemos nosso modo de ver as coisas e os novos povos, por mais que fosse absurdo aquilo que eles estavam nos dizendo sobre suas crenças eram apenas um esboço de seus pensamentos, para que se possa entender um pensamento por completo é necessário que o saiba por completo e para isso nossos estudiosos iriam passar algum tempo os estudando, pelo menos o tempo que eles achassem melhor passar em nossa comunidade, claro que existia o fato de ninguém desejar enfrentar nossa Rainha.
Tudo parecia correr bem, quando em uma visita dos estudiosos aos visitantes uma grande gritaria podia ser ouvida a longa distancia, mas nossas vozes comuns podiam ser distinguidas e somente quem gritava eram os visitantes, nossos sábios horrorizados saíram dali sem discutir mais nenhuma palavra, sabendo que não mais voltariam, quando questionados por nossa Rainha sobre o ocorrido houve apenas uma resposta:
- Perguntamos a eles como um Deus bom e generoso deseja ver seus filhos sofrendo e lamentando enquanto a sua volta existe uma criação tão bela feita para eles. Daquela questão em diante só houve nervosismo, agressões verbais e gritaria, a cada resposta que nos davam mais confuso ficávamos e menos a pergunta parecia ser respondida, até que sem mais conseguir responder o que dizíamos começaram com ofensas serias que nos fizeram levantar e sair, não estávamos agredindo suas crenças somente querendo entender, mas sem resposta satisfatória passaram a ofender nosso modo de vida e nossas tradições, não reagimos em respeito às palavras da Rainha, não ferir os convidados.
A Rainha ao escutar aquilo não se conteve e foi até o local que estavam alojados, muito alterados começaram a responder absurdos que não batiam com a historia contada pelos estudiosos, transformando-os em agressores sem sentido e desrespeitosos as tradições, como se toda a historia contada pelos estudiosos tivesse acontecido com eles, os fazendo de vitimas da situação, mas quando pressionados um pouco mais para saber o inicio da discussão apareceu a frase da discórdia dita pelos estudiosos, a Rainha que confiava em seu povo só lhes disse:
- Ninguém mais lhes perturbará, mas independente de lados, as únicas vozes alteradas foram as vossas, assim lhes peço não agrida meu povo, pois a maior regra de nossa comunidade é a de que se por um momento acreditarem que podem ter uma liberdade maior com você isso lhe dará o direito de ter uma liberdade maior com a pessoa, se você agredir tem que estar preparado para ser agredido.
Assim saiu a Rainha sem dizer mais nada, passaram se alguns dias o mais velhos dos três homens e aparentemente o líder dos outros dois foi até a Rainha desesperado gritando:
- Preciso de ajuda socorro, ele vai matar o garoto.
A Rainha sem questionar pegou sua espada e correu ao local, um de seus guardiões estava espancando o garoto, ela levou a espada ao pescoço dele e disse para arena.
Parte 4
Sem questionar as palavras da Rainha ele se levantou, calado e andou até a arena, ele sabia que havia desobedecido uma ordem direta dela e não havia outro jeito de resolver aquilo em nosso povo que não fosse na arena, no caminho era visível em seu rosto o arrependimento de desobedece-la, mas naquele instante era tarde de mais, ao chegar na arena ela olhou em seus olhos e lhe disse:
- Venha com a fúria que estava sobre aquele pobre garoto, pois se não começar atacando lutarei para matar.
Ele sabia que as palavras da Rainha não eram para amedrontar, eram realmente um aviso, assim partiu para cima dela que levemente desviou para o lado girando sua espada, deixou correr suavemente pela lamina dele e quando voltou com a espada para posição inicial cravou a espada dele no chão colocando a sua espada na garganta dele, com ele ajoelhado ao seus pés ela disse:
- Nunca mais deixe a fúria te dominar, combate não é emoção, é habilidade e tranquilidade, agora diga o que aconteceu.
Gaguejando ele começou a explicar:
- O Mestre dos estudiosos apareceu em minha casa questionando o motivo de meu filho não ter ido ao seu estudo naquele dia, espantado fui perguntar a criança o que havia acontecido e ele me disse: “Pai aquele homem que está visitando o povoado estava explicando para mim e para as outras crianças que não devemos lutar se não acabaremos em um caldeirão de lavas quente”. Rainha meu filho tem quatro ciclos.
A Rainha sem questiona-lo foi até o local que os visitantes estavam e lhes pediu para acompanha-la junto a cinco de seus melhores guardiões, ao chegar à sala de convenções ela olhou para eles e disse:
- Discutir com um ancião, com um estudioso que possui suas ideias formadas e que saberá argumentar, discutir e avaliar o que é melhor para sua vida eu entendo, ideias diferentes nem sempre são uma boa combinação, mas retirar uma criança de seu caminho, atrapalhar seu preparo para a vida que acreditamos ser certa e que até o momento nos faz bem não é admissível para ninguém que esteja só de passagem em nosso reinado, apresentam suas ideias para um criança que depois um dia estará sozinha em meio a neve precisando sobreviver e não saberá como, olhe seu discípulo, o que evitar a aprender a se defender resultou, um ser despreparado não saberá virar para o lado e se defender de um touro furioso que nada percebe além da sua ira. Os guardiões os levarão até os portões e peço que só voltem aqui quando souberem que aquilo que acreditam não deve passar por cima da cultura dos outros.
Escutaram sem questiona-la, perceberam que nada poderiam fazer naquele instante e naquela situação, o período perigoso para sobrevivência estava chegando e sabendo disso ou não se não fossem embora naquele instante teriam que passar pelo menos duas luas cheias em nosso povoado e isso poderia causar-lhes um mal ainda maior. Somos hospitaleiros, mas não somos ignorantes, sabemos que a criança está aberta a ideia que mais lhe mostrarem e aquilo era inadmissível.
Parte 5
Como havia dito não temos muitas regras de convivência, sabendo as duas regras básicas é possível vier em nosso povoado, mas todas as crianças passam por um processo comum, as mulheres em nosso povoado depois que a mulher descobre que está esperando uma vida ela após quatro luas cheias param com suas tarefas e ficam apenas cuidando de seu corpo, se preparando para a vida que está por vir, seu homem irá cuidar de todos os afazeres da casa e de suas funções dentro da comunidade, onde o grupo no qual ele trabalha ajuda para que ele possa ter tempo o suficiente para que ele cuide de tudo enquanto sua mulher se prepare somente para seu filho nascer, quando não é o primeiro filho as outras crianças acabam cuidando dos afazeres da casa juntamente com o pai, sendo claro que os cuidados da casa faz parte da vida do casal.
Após nove luas cheias quando a criança nascer ainda faz parte da obrigação da mãe que ainda sem trabalhar irá passar mais seis luas cheias cuidando da alimentação da criança que acabara de nascer, quando a criança completa seis luas cheias sua ela não será mais responsabilidade da mãe, e a mãe terá mais seis luas cheias para poder cuidar novamente de seu corpo que está fora do habitual devido ao período de total entrega para nova vida que acabou de gerar, assim depois das doze luas cheias de vida de sua criança ela volta a sua vida normal com suas tarefas para com a comunidade.
A criança quando completa seis luas cheias ela vai para o curral, um local onde todas as crianças pequenas passam um tempo para desenvolver suas habilidades naturais, a busca pela comida, a capacidade de encontra-la, escolhe-la, caça-la e come-la, tudo por sua capacidade própria, ela passará os seus primeiros quatro ciclos aprendendo a sobreviver por conta própria, aprendendo a lidar com suas dores e prazeres, com suas necessidades e desejos, junto a outros tendo que lidar com o saber dividir, saber lidar com os mais fortes e com os mais fracos, nesse momento começa a primeira seleção de habilidades dentro de nossa sociedade.
Passando os primeiros quatro ciclos as crianças começa a aprender todas as capacidades básicas para sobrevivência, todas as habilidade necessárias para a construção de uma boa vila e de uma grande comunidade, trabalhamos com a ideia de que aquele que não entende como funciona não saberá o que é o certo, até que complete dez ciclos nenhuma das crianças será divididas ou separadas, nesse período começa a analise das funções dentro da nossa comunidade, cada um será analisado e questionado, aqueles que possuem habilidades especificas serão encaminhados a suas funções, aqueles que acreditarem ter capacidade para uma área poderá treinar junto aos grupos até seu decimo quinto ciclo.
Somos divididos em poucos grupos, os guardiões, especialistas em combate e a arte da guerra, segundo os estudiosos, pessoas que focam seu tempo e trabalho em conhecimento e busca compreender o que não entendemos, terceiro os fazedores, responsáveis por todos os utensílios e armas da comunidade e por ultimo os cultivadores, responsáveis por cuidar do alimento, e por fim os cozinheiros, aqueles que são responsáveis por preparar os banquetes e a comida para comunidade, até o decimo quinto ciclo qualquer criança poderá ser treinada, no que desejar, mesmo que não seja a sua vocação, aqueles que se destacarem terão até a vigésimo ciclo para se tornarem mestres, os que não forem bons naquilo que não forem aptos voltam para suas funções para se tornarem mestres, todos os mestres possuem duas opções, passar a ensinar ou colocar em pratica o que aprendeu.
Assim todos nós vivemos bem aprendemos tudo e compartilhamos tudo, mas não era assim que os Divinoides viam a situação e não satisfeitos com o que aconteceu mandaram seu líder para conversar com a Rainha.
Parte 6
Nossa Rainha era uma grande mulher muito espirituosa, contam que no curral ela dominou as outras crianças e fazia com que elas pegassem a comida para ela e se pensam que era tudo para ela muito pelo contrario, ela fazia com que toda comida fosse dividida entre as crianças por igual se tornando a grande mãe, nossa crianças só ganham nomes após o quarto ciclo, para vermos sua personalidade e para que o nome seja equivalente à pessoa.
Depois quando passou para o aprendizado padrão sua habilidade em combate era tão grande que a levaram para uma aula experimental com as crianças que tinham completados o decimo ciclo, ali aquela pequena criança ao olhar para outra mais velha, pegou o bastão de combate, e acertou diretamente o joelho fazendo-o cair perante ela, em seguida colocou o bastão no pescoço demonstrando que ele não mais poderia reagir daquele dia em diante ela se tornou a mais famosa guerreira do povo, logo chegou aos ouvidos do Rei que ficou muito interessado naquela jovem, pois seria uma promissora mulher para seu filho, os anos se passaram e todos os votos de que os dois ficassem juntos acabaram se concretizando.
Ela parecia feliz, ele também, até que seu pai já velho veio a falecer seu filho deveria assumir o comando da sociedade, quando ele ao ver que poderia ser líder olhou para ela e disse como líder não posso viver com uma mulher que julgam ser melhor guerreira do que eu, a muito ele não aceitava o fato dela ser melhor do que ele, além do fato de ser um pouco mais nova do que ele, ela sempre se saiu melhor em tudo como se possuísse todas as habilidades natas que um ser pode possuir, era fora do comum, aquelas palavras magoaram muito Ferzi, este é o nome de nossa Rainha, Ferzi.
Ela não deixaria aquilo passar daquele jeito, ela havia entregado seu amor a um homem que na verdade só vazia a vontade de seu pai e depois que ele faleceu e ele pode decidir por si só ele a jogou fora como se fosse descartável, ela não ia deixar barato, esperou o dia da coroação e foi ao meio de tudo e disse:
- Eu não posso seguir a um Rei que não pode me vencer, que não sabe ser justo como eu e principalmente que não faz o que deseja por medo do que os outros irão falar.
Todos se assustaram com aquela situação, quando o ainda príncipe se levantou e disse:
- Não há o que você possa fazer, eu sou o Rei por direito.
Ao escutar aquilo um sábio se levantou e pronunciou:
- Nosso reino ainda não é lugar onde o povo não deve ser ouvido e simplesmente o sangue lhe dá direitos, ela tem o direito de demonstrar na arena que as suas palavras são reais e que você até então filho do antigo Rei merece o lugar de seu pai.
A luta foi obvia, a vitória de Ferzi era indiscutível, mas a reação do príncipe era inesperada, após ser derrubado no chão, furioso puxou uma adaga que tinha guardado e atacou Ferzi, que não se moveu um milímetro, pois os arqueiros que assistiam a luta fizeram uma chuva de fechas acabado com a vida o filho do antigo Rei, não merecedor do posto de comandante de nosso reino sendo passado ali o direito a ser Rainha para Ferzi, que depois daquilo nunca mais se envolveu com outro homem.
Parte 7
Nossa Rainha que não estava muito satisfeita com o que havia acontecido muito menos com a situação que estava se formando aceitou receber o líder, ou pelo menos era assim que ele se intitulou, mas sem nenhuma festividade, sem nenhuma forma de apreciação por estar recebendo aqueles visitantes, só reuniu os principais guerreiros a mesa e permitiu que eles entrassem.
Sem deixar que falassem nada a Rainha começou a dizendo:
- Não sei quem são não sei qual tradições costumam seguir, mas o que houve aqui foi um grande desrespeito, aquele que veio ao meu povo não sabia diferenciar sua tradição da nossa, conhecemos muito povos, nenhum deles chegou querendo desfazer nossa cultura nem nossos costumes, de mundos próximos de mundos longínquos, muitos vieram, mas seus discípulos foram os únicos que expulsamos, antes de mais nada não quero que fiquem nem mesmo por um dia, não esperem hospitalidade, sei que não estão distantes, pois se assim fosse não teriam sido rápidos como foram, peço para que voltem de onde vieram em paz e civilizadamente como nós fizemos.
O homem vestido com um manto muito estranho aos olhos da rainha olhou profundamente em seus olhos e disse:
- Gostaria de saber antes de mais nada se não existe um homem com que possamos conversar adequadamente.
Aquelas palavras foram o limite para Rainha que enfurecida, levantou o homem, as duas pessoas que estavam com ele rapidamente sacaram suas espadas e foram para cima da Rainha, mas devido a destreza dos guerreiros do reino não conseguiram nem mesmo dar um paço, a Rainha com uma faca em sua outra mão apertou o pescoço do homem e lhe disse:
- Acredito que seja surdo, pois não dever ter ouvido uma única palavra do que disse, somos civilizados e somente por esse fato não separarei sua cabeça de seu corpo nesse instante, não sei o que veio fazer aqui, mas meu reino segue leis imutáveis e nosso povo não distingue sexos, somos de uma mesma raça, somos todos da mesma espécie, coisa que acredito não entender, peço educadamente que não voltem, se passarem pelo nosso reino espero que vocês desviem, pois se virmos que estão passando pelas proximidade de nossas terras não seremos mais piedosos sem complacentes, nada mais há para ser dito entre nossos povos, vocês não merecem misericórdia ou educação, suas palavras são ofensivas e mal ditas, não voltem, pois haverá guerra.
Os guerreiros acompanharam os três homens até os portões da cidade enquanto ouviram apenas uma frase:
- Eles estão possuídos pelo demônio.
Aquilo para eles não queria dizer muita coisa, então não se alarmaram.
Parte 8
Ao atravessar o rio onde estavam acampados construindo uma nova cidade, o líder do pequeno grupo correu para  capela onde estava o líder geral, chegou lá e disse:
- Senhor aquele povo está todo possuído fora do controle, quase fomos mortos se não fossem nossa orações não estaríamos aqui neste momento, fomos salvos pela fé, eles possuem uma força descomunal de mil homens, lá os homens são apenas servos aos prazeres das mulheres e elas os controlam como marionetes, como está descrito nas escrituras, onde as mulheres levam o homem ao pecado, lá não só vivem em pecado como estão cultuando ao demônio, por isso maltrataram e quase mataram nosso irmão, precisamos fazer alguma coisa antes que esses demônios se espalhem pelo mundo.
O líder aos escutar aquelas palavras, ao olhar nos olhos de medo de seu homem mais fiel virou-se para o altar, ajoelhou-se e começou a rezar em voz alta:
- Senhor viesse para terra, deste sua vida por nós para que pudéssemos levar a paz e suas palavra pelo mundo, para isso precisamos livrar a terra dos descrentes e dos mal intencionados, para que essa terra siga as suas palavras é necessários que aqueles que ao mal servem ao mal se juntem no inferno, tornando esse mundo um mundo prospero e tranquilo para que possamos viver assim como nos ensinou.
Levantou-se, pegou em sua mão o símbolo sagrado, virou-se para seus discípulos e lhes disse:
- Tenham esta noite para descansar, pois amanha juntaremos nossas forças, arrumaremos nosso exercito do Senhor e partiremos para lutar contra o mal, aqueles que ao mal seguem devem ser derrotados.
Os três abaixaram sua cabeça perante o símbolo sagrados, se levantaram e saíram pela porta gritando:
- Morte aos bárbaros, preparem-se homens amanha purificaremos essas terras com o sangue daqueles demônios.
Todo o acampamento levantou suas armas e com um rugido como de um leão gritaram seguindo as palavras ditas.
Enquanto o povo gritava e festejava a batalha que estava por vir um homem que ali estava escutando tudo saiu correndo para contar a Rainha o que estava acontecendo, pois a Rainha que não era nem um pouco despreparada para com aqueles que chegam a seu reino querendo impor palavras havia mandado um de seus guerreiros para que pudesse se preparar para o que poderia acontecer.
Ao contar tudo para a Rainha ela pediu para que todos se reunissem em frente a sua sacada na praça da cidade e começou a falar:
- Meu povo, velho com muita tristeza em meu coração pedir para que se preparem para o pior que virá, vivemos para sobreviver e não para lutar sem sentido algum, mas vivemos em um mundo que está repletos de pessoas que não intendem o valor da vida e estão dispostos a joga-la fora por puro capricho e crenças, peço para que os tutores reúnam as crianças e partam para nossos esconderijos na floresta, ao resto do povo peço que peguem suas armas e estejam prontos, com suas cabeças frias e descansadas, pois amanha como uma grande família lutaremos juntos para defender nossa liberdade de pensamento e de escolhas.
Todos reverenciaram a rainha que ao receber a reverencia repetiu frente a todos se ajoelhando e agradecendo a confiança.
Parte 9
O sol raiou e no horizonte brilhavam as armaduras, nos estávamos preparados mais eles eram muitos na frente de batalha nossa rainha e mais três dos melhores guerreiros olharam no horizonte e na frente de batalha deles estavam os mais fracos, os com as piores armas, com as piores armaduras, nossa Rainha virou-se e disse:
- Somente os fracos se escondem, somente os fracos colocam os mais frágeis na frente, somente os fracos vão a batalha se escondendo atrás de pessoas corajosas o suficiente para saber que não poderão fazer nada mais estão prontos para lutar sem saber o porquê, nós sabemos por que lutamos, entendemos o valor da vida e por isso a manteremos.
Nenhum barulho foi ouvido o povo se calava em respeito às palavras da Rainha, o inimigo começou a andar e a chuva negra apareceu no céu, nossos arqueiros eram os melhores e nossas flechas viam em grande quantidade.
Eles possuíam uma fraca e despreparada linha de frente, muitos foram dizimados pelas flechas os que sobraram não deram nem para o começo para nossa Rainha e sua equipe, realmente eram despreparados e fracos em seguida vieram os que estavam montados em cavalos e atrás mais uma equipe de guerreiros de solo. Para os cavalos vinham nossos lanceiros, arremessadores de lanças anti-cavalarias os levaram ao chão fazendo com que parecessem brinquedos frente às grandes lanças, ao caírem no chão eram massacrados por nossa Rainha, quando os guerreiros de solo chegaram nossa equipe de guerreiros já havia cercado todos eles, não foi necessário que todos lutassem.
Apenas um deles foi poupado, colocado em um cavalo com uma mensagem que dizia:
- Foi pedido com toda a educação e civilidade que podíamos oferecer para que ninguém do seu povo cruzasse nossas fronteiras, foi exigido que devido as nossas enormes diferenças ficassem do outro lado do rio que ninguém iria entrar em batalha contra vocês, mas isso não foi ouvido e foi necessário que todos aqueles que foram mandados tivessem o fim dito, pedimos que não faça mais tentativas de invasão, pois não desejamos a guerra.
O único soldado sobrevivente ao chegar perante o líder da capela lhes disse:
- Senhor foi uma visão do inferno quatro guerreiros sendo um deles uma mulher invocou dos céus uma nuvem negra que acabou com nossa linha de frente, depois invocou lanças gigantes que destruíram nossos cavalos e por fim demônios saíram do chão e destruíram os que sobraram, foi um inferno, aquela mulher está possuída pelo demônio.
O líder olhou desesperado, como era possível que um povo que possuía um numero reduzido iria conseguir vencer um exercito tão forte guiado pelo Senhor, não era possível, mandou que um mensageiro fosse direto ao grande líder para que pudessem enviar mais tropas e junto algumas pessoas preparadas para realizar exorcismos, assim não seria possível que vencessem já que não poderiam contar com poderes sobrenaturais.
Parte Final
Após receber a carta o grande líder pediu para que mais tropas fossem mandadas o dobro dos servos do Senhor foram mandados para vencer os servos do demônio, sabiam da nossa primeira tática, mais já tínhamos outra, foram vencidos, mais desta vez sem mensagens, sabíamos que não adiantaria, criamos um campo de batalha ainda melhor, pois sabíamos que viriam mais e vieram, o dobro da segunda vez, e nova vez vencidos, desta vez não foi com tanta facilidade, alguns dos nossos acabaram sendo mortos, mais não saímos vencidos, e novamente vieram mais, e mais e mais e mais, como se nunca fossem acabar, pareciam eternos, como se a cada um que matássemos viessem mais dois, despreparados, fracos, sem preparo para combate, mais era muitos, o melhor dos nossos guerreiros poderia acabar com dez deles tranquilamente, mais vinham vinte, trinta, se tornava cada vez mais difícil vence-los, quando um dos nossos era vencido muitos deles estavam a nossa volta e cada vez mais, não tínhamos mais divisões, éramos todos guerreiros, homens mulheres, íamos todos para guerra com nossas armas, aramávamos armadilhas para reduzir os números mais nada resolvia, eles andavam sobre corpos e vinham como animais sedentos por sangue, estávamos ficando sem população, muitas crianças já não tinham mais nenhum de seus pais e parentes, a Rainha então mandou uma mensagem para os mestres dizendo:
- Está batalha só terá um fim à morte de todos nós, salve as crianças e as nossas tradições, encontre uma terra para que sejam acolhidos e respeitados, pois aqui não mais viveremos.
Para aqueles que ficaram com lagrimas no olhar ela nos disse:
- Não sou mais Rainha, pois para ser uma Rainha é necessário um reino, o nosso está em ruinas, somos fortes, justos e estávamos preparados para quase tudo, menos para o poder dos fracos, pois eles são muitos, nunca pensei que no mundo a falta de pensamento faria com que as pessoas que são controladas iriam dar suas vidas sem questionar e tornariam um mar de matadores, não posso mais pedir que fiquem, não posso exigir que deixem seus filhos crescerem sem pais, a ultima batalha será a ultima e aqueles que ainda conseguirem juntem-se a seus filhos e encontrem um novo lar, eu ficarei para segurar o máximo que puder para salva-los.
Um de nossos anciões se levantou e disse:
- Lutamos por que acreditamos e acreditamos que nenhum esforço é por nada, o futuro está em mãos preparadas e se não estivermos aqui para fazer o que devemos nunca nos perdoaremos por ter deixado nossa Rainha morrer nas mãos daqueles malditos sem uma luta justa ao lado de seus melhores guerreiros.
Todos os guerreiros levantaram-se e como uma onda ajoelharam-se frente a Rainha dizendo:
- Até a morte.
O sol raiou e todos os guerreiros estavam a postos, e assim morreram um a um com honra por saber que estavam lutando por acreditar que só assim seriam livres, no fim quando os servos do Senhor invadiram a cidade, não havia vestígio de mais nada e de mais ninguém, a cidade havia sido queimada antes da ultima batalha para que nada fosse aproveitado, assim voltaram para o seu lugar de origem, já que ali não haviam pessoas para catequizar e o frio era de mais para ser aguentado por eles que não estavam acostumados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário