quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Conto 10 - Parte Final

Passei a noite toda planejando o que iria fazer, resolvi que o melhor jeito era juntar as medicinas com o ocultismo, com o xamanismo, com as coisas da macedônia, tudo em momentos diferentes mais no mesmo ser, sem esquecer a magia africana, montei tudo durante a noite, quando o dia nasceu bastava encontrar um corpo recém falecido ou quase, de preferência jovem, pois se funcionasse eu precisaria de uma alma forte para me auxiliar.

Durante a batalha fiquei observando cada um deles, quando outra idéia surgiu, o melhor era esperar realmente ele cair incapacitado e utilizar o corpo assim mesmo, pois não sabia o tempo que a alma permanecia no corpo depois da morte, tinha que ser semi-vivo para conseguir pegar a alma, assim fiz meu serviço, fui ao local onde os ainda vivos estavam como um urubu que espera o predador para comer os restos, depois de tanto tempo seguindo a morte eu não sei se era a minha imaginação mais eu sentia calafrios perto de pessoas que estavam prestes a falecer.

Seguindo este instinto me aproximei do mais debilitado e fui retirando seu corpo, como se já não estivesse mais vivo, coloquei algumas agulhas no caminho para minha tenda, atravessei alguns pontos e órgãos vitais para conter a energia no corpo, como se assim conseguisse manter a vida e a alma ali, não sei se é alma, energia vital ou qualquer outro nome que desejassem dar, eu sabia que depois de fazer aquilo não sentia mais calafrios, como se tivesse conseguido neutralizar a vida e afastar a morte por conseqüência, utilizei alguns símbolos do ocultismo para ajudar a manter aquele corpo vivo, preparei um boneco feito com a pele da perna daquela pessoa e o enchi de cabelo para simbolizar suas veias e órgãos internos e com uma pequena parte de carne coloquei em seu centro para simbolizar a energia daquele corpo.

Coloquei o boneco em cima do corpo como se unisse um ao outro, comecei uma espécie de operação com o boneco, fui abrindo seu corpo e retirando o pedaço da carne que estava dentro do corpo, simultaneamente uma luz com um formato esférico começou a sair do corpo, senti como se a energia da vida que havia perdido estivesse voltando para mim sendo sugada daquele corpo, engoli o pedaço de carne e a energia entrou em meu corpo.

Havia encontrado um método de viver bem, meu corpo que estava decadente tinha acabado de se tornar diferente, minhas costas que se curvavam para frente ansiava levantar, tinha adquirido a força de um corpo jovem e saudável, a mesma que aquela alma possuía, o corpo logo após a energia passar para o meu acabou se tornando cinzas, como se sua existência tivesse se anulado, agora tinha encontrado a resposta perfeita para minha busca e poderia aproveitar a nova vida que havia ganho.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Conto 10 - Parte 4

Estava chegando aos cinqüenta, ou já tinha passado, os soldados já começavam a dizer que me confundiam com os mortos de tão decadente que estava a minha imagem, isso não me importava eu só queria pegar alguns corpos e fazer alguns testes.

As primeiras coisas que ia tentar fazer era encontrar um meio de ver se existe algum tipo de transportado de alma, utilizei as artes ocultas como base para ver algo, passei alguns dias observando primeiro os combates, fazendo alguns rituais para natureza na esperança de conseguir ver alguma coisa, mas não houve nenhuma reação, nenhum ritual surgiu efeito para esse fim, mas tempo perdido, não podia desistir, pelo menos eu poderia saber que aquele tipo de coisa não funcionava não era tão em vão assim, agora era hora de fazer testes para tentar ver se existe algum caminho que a alma segue, ou ainda se existe alguma variação no corpo no momento da morte, até por que se alguém estiver certo para partir para um outro mundo é necessário abandonar o corpo em algum momento, tinha que observar não só os combates como o momento em que o corpo envia a alma para o outro mundo, seja lá qual for, mas um tempo de observação em vão, era até um milagre minha existência ainda, mas minha erva estava chegando ao fim.

Não me restava muita alternativa nem esperança, eu tinha que descobrir através dos corpos, tinha que levá-los para algum lugar onde conseguisse experimentar algo, testar algo de físico, realizar um exame, estava na hora de misturar as coisas com o oculto.

O cheiro da morte do campo de batalha disfarçava minhas experiências, comecei abrindo alguns corpos para tentar entender o mecanismo, mas eu consegui aprender apenas anatomia, abrir o corpo se tornou inútil, pelo menos em relação ao meu objetivo, já sabia muito bem onde ferir alguém que desejasse me atacar, alem de outras coisas que eu nunca imaginei entender, ajudou a entender parte das coisas que aconteciam com meu corpo, através de minhas dores e doenças, pude entender pontos até para a energia vital, depois de estudar queimava os corpos.

Estava quase desistindo tinha vivido bastante, quase vinte e cinco anos de vida buscando viver e acabei não vivendo se tivesse passado o tempo aproveitando talvez tivesse vivido menos mais melhor, tudo bem que se não fosse meus estudos e viagens nunca teria sido tranqüilo o meu caminho até a morte, conheci lugares, pessoas, muito conhecimento que nunca poderão ser tirados de minha mente, aproveitei tudo o que tinha para aproveitar mesmo obcecado por uma cura, passei a noite pensando em tudo o que fiz, já que não me restava muito tempo e a erva estava acabando, não duraria mais muito tempo e nessa altura eu estava só vivendo por conta delas, mas foi quando uma luz me veio a cabeça, estava esquecendo de uma das coisas mais importantes, a medicina chinesa, tinha que usá-la de uma forma mais eficaz.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Conto 10 - Parte 3

Deixei o império Romano de lado e fui para única cultura que eu ainda não tinha estudado a Barbara, os bárbaros nórdicos poderiam servir para alguma coisa. Lá encontrei o que eles chamavam de Xamãs que tratavam das artes ocultas, mas por causa de uma nova cultura que nascia naquelas regiões seu próprio povo estava deixando de lado, desacreditando em suas forças, o que por um lado foi a minha sorte novamente, já que sua decepção com seu povo o fez querer se distanciar e se afastar daqueles que ele julgava cego perante as capacidades de sua força e poder, e por conseqüência uma pessoa muito interessada em sua cultura e em seus ritos era o que ele mais desejava para colocar seu animo em pé e ainda transmitir seu ensinamento, foi graças a esses acontecimentos históricos que comecei a chegar próximo a minha cura, de todas as coisas que ele tinha para me ensinar o que mais me ajudou e me trouxe interesse é o conhecimento da alma.

Diferente dos gregos que acreditavam em um Deus dos Mortos, de um rio que leva ao mundo os mortos passam, levado por um barqueiro, e que para isso acontecer era necessário fazer um ritual, ele disse que existia uma idéia de que a alma iria para o paraíso, um local bom onde todas as pessoas se reuniriam, não havia entendido se aquilo era parte da sua cultura ou da cultura que ele criticava a todo momento, já que tudo o que ele dizia vinha acompanhado do rancor pelo seu abandono, veio então uma idéia, um grande idéia, até que ponto alma e corpo se dividem, até que ponto existe um transportador de almas, ou todos irão esperar um momento que a alma iria para algum outro lugar, ela poderia ser movida, eu precisava descobrir muita coisa, pois essa poderia ser a minha única salvação, minha única esperança de enganar a morte de brincar com a vida e nunca mais ser atingido por doença alguma, o único problema era que minha aparência estava péssima, por conta do sofrimento com a doença eu tinha me desgastado de mais.

E o grande problema de tudo isto é que para estudar a morte eu tinha que estar próximo de locais onde as pessoas morriam, claro que isto não era um grande problema naquela época onde qualquer disputa de território se tornava em uma pequena guerra e um conjunto de corpos mortos, ai sim vinha o problema, para entrar para qualquer legião eu precisava lutar, coisa que eu já não era muito bom quando jovem, agora com o corpo todo acabado era muito pior, mas tinha uma coisa que eu poderia fazer sem problema algum e ainda essa aparência degradante que eu estava poderia ajudar, eu seria carregador de corpos.

Depois de algumas tentativas consegui algumas coisas para fazer, eu ia cuidar dos animais e dos corpos que ficavam jogados no chão, era a melhor coisa que eu poderia fazer, poderia aplicar algumas coisa que eu estava projetando, misturando tudo o que eu tinha estudado, claro que não utilizaria uma coisa só, nem todas as coisas de uma só vez, resolvi que o melhor a ser feito era misturar tudo aos poucos criando uma só técnica para ver se conseguia algo novo e eficaz.

Só que toda sorte que eu tinha até aquele momento parecia estar acabando ou ser insuficiente para tais atos, assim como as minhas ervas, sem elas eu não conseguiria suportar a dor e os sintomas voltariam, tinham ervas de todos os lugares e regiões não teria tempo para arrumá-las antes de morrer, iria acabar sendo mais um corpo, igual aos que eu estava recolhendo, mas a sorte poderia continuar do meu lado e eu conseguiria fazer tudo antes de acabar, bastava me controlar e ser cauteloso, quando encontrei um antigo conhecido da época do comercio, ele me arrumou algumas ervas que poderiam ajudar, não resolver, mas me dariam ainda mais tempo.

Quando pensei que os problemas estavam resolvido, outro problema surgiu, como eu faria para pesquisar sem ser percebido, eu tinha que arrumar um tempo em que os guardas não conseguissem me ver e ainda que eu conseguisse levar pelo menos um corpo de cada vez, já que minha força não ajudava muito.

Eu precisava começar a testar, aos poucos fui fazendo amizade com os guardas, fui mostrando que trabalhava tranqüilo e sem querer aparecer, por isso fazia tudo durante o período noturno para evitar o sol, para evitar ser percebido, até que começaram achar normal o que estava fazendo e não notarem minha presença, era como um fantasma andando por todos lugares e ninguém notando. Ai chegou a hora de começar a testar.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Conto 10 - Parte 2

Fui conhecer as maravilhas de Atenas, eu não acreditava no Deuses, nem grego e muito menos dos outros poucos que eu já havia escutado, ainda mais nestas estórias de que eles andam pela terra e tudo o que diziam, mas as belezas construídas em nome destes Deuses são maravilhosas, mesmo as criadas depois da queda do império e para outros Deuses, o único problema da Grécia realmente era o povo, não sei se trabalhei de mais com as pessoas do Império, eu sei que naquela época eu pensava isso, não nego ser grego, mas não estava mais suportando aquelas pessoas. Passei algum tempo conhecendo tudo e parti para conhecer o oriente.

Peguei um barco e ganhei um presente, ou pelo menos foi ali que eu descobri que havia ganho um presente de grego, comecei a cuspir sangue, o que eu esperava que fosse ser uma coisa boa ia ser um desgraça, eu estava começando a viagem estando completamente doente, do que eu não sabia, mas eu estava, cheguei ao Egito a doença estava ao ponto de levar a minha vida, uma vida que estava prestes a começar a ter mais aventuras.

Realmente iam começar as minhas aventuras como eu estava esperando, mas era uma aventura em busca de cura, pois eu não podia deixar que aquilo acabasse assim, já que poderia acabar com minha vida, eu estava desesperado e segundo algumas pessoas que estava no barco comigo eu não tinha muito tempo, mas se havia algum lugar que eu conseguiria me curar era naquele, eu não ia entregar minha vida sem lutar, novas culturas, novas medicinas, novas curas, comecei a conhecer diversos curandeiros, cada um possuía um método diferente para tentar resolver os meus problemas, que começaram a piorar, manchas em minha pele, sangue saindo como vomito, alguns dias de diarréia, outros de febre intensa, tudo isso durante as passagens pelos curandeiros, alguns cobravam um alto valor, outros não me cobravam nada, nos quais eu mais confiava, só que acabavam não resolvendo nada, tanto uns como outros.

Durante todo esse tempo comecei a entender algumas ervas, de tantas que eu acabava tomando, de tantas misturas que me deram, mas estava quase chegando ao ponto de não conseguir nem mesmo andar de tanta fraqueza que estava sentindo, depois de tantas viagens cheguei a China, onde comecei a entender sobre uso de agulhas e produção de energia, controle de energia do corpo para encontrar um equilíbrio e saber que isso poderia manter o corpo mais saudável, entender o poder da mente sobre o corpo entre outras coisas.

Com a medicina chinesa, eu comecei a melhorar de alguns sintomas, mas só estava me sentindo um pouco melhor, e ainda me sentia debilitado, mesmo os médicos chineses não sabiam como cuidar do que eu estava sentindo, naquele momento percebi que se eu realmente desejasse viver teria que fazer algo com as minhas próprias mãos, ainda mais por que novos sintomas começaram a aparecer, dores alucinantes, nos membros e no peito.

Comecei estudando ervas, continuei estudando energia e controle da mesma, acabei começando a estudar as artes ocultas que havia conhecido em algumas tribos afastadas abaixo do Egito, estava com um pouco mais de quarenta anos, ainda por ajuda da medicina chinesa que havia sido a mais poderosa em cuidar de meu corpo, algumas ervas começaram a ajudar para o avanço de minha doença, as dores haviam parado, os sintomas diminuído, mas ainda não havia me curado, se não tomasse as ervas tudo voltava e sabe lá o que mais, fiz algumas misturas, oriente, ocidente, ocultismo, medicina, tudo o que eu podia fazer não estava resolvendo o problema e ninguém entendia o que era, talvez tudo o que eu tivesse tomado só havia piorado a minha situação criando outras doenças que eu ainda não sabia, pois não havia cuidado da primeira, talvez tudo fosse uma coisa só eu não sabia mais nada, quando percebi que estava na hora de experimentar algo ainda mais poderoso e mais sinistro, só não sabia o que.

Resolvi voltar para casa, mas o império grego havia sido derrubado por um povo ainda mais idiota e ignorante que os gregos, que por cima de tudo copiaram a cultura grega alegando ser a sua própria, dando novos nomes para as mesmas coisas, mas o que acontecia no mundo não me importava eu tinha que parar aquilo, tinha que resolver minha vida, já estava mesmo fora do mundo a um bom tempo que não importava o que estava acontecendo desde que não viessem para meu lado.