segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Conto 10 - Parte 3

Deixei o império Romano de lado e fui para única cultura que eu ainda não tinha estudado a Barbara, os bárbaros nórdicos poderiam servir para alguma coisa. Lá encontrei o que eles chamavam de Xamãs que tratavam das artes ocultas, mas por causa de uma nova cultura que nascia naquelas regiões seu próprio povo estava deixando de lado, desacreditando em suas forças, o que por um lado foi a minha sorte novamente, já que sua decepção com seu povo o fez querer se distanciar e se afastar daqueles que ele julgava cego perante as capacidades de sua força e poder, e por conseqüência uma pessoa muito interessada em sua cultura e em seus ritos era o que ele mais desejava para colocar seu animo em pé e ainda transmitir seu ensinamento, foi graças a esses acontecimentos históricos que comecei a chegar próximo a minha cura, de todas as coisas que ele tinha para me ensinar o que mais me ajudou e me trouxe interesse é o conhecimento da alma.

Diferente dos gregos que acreditavam em um Deus dos Mortos, de um rio que leva ao mundo os mortos passam, levado por um barqueiro, e que para isso acontecer era necessário fazer um ritual, ele disse que existia uma idéia de que a alma iria para o paraíso, um local bom onde todas as pessoas se reuniriam, não havia entendido se aquilo era parte da sua cultura ou da cultura que ele criticava a todo momento, já que tudo o que ele dizia vinha acompanhado do rancor pelo seu abandono, veio então uma idéia, um grande idéia, até que ponto alma e corpo se dividem, até que ponto existe um transportador de almas, ou todos irão esperar um momento que a alma iria para algum outro lugar, ela poderia ser movida, eu precisava descobrir muita coisa, pois essa poderia ser a minha única salvação, minha única esperança de enganar a morte de brincar com a vida e nunca mais ser atingido por doença alguma, o único problema era que minha aparência estava péssima, por conta do sofrimento com a doença eu tinha me desgastado de mais.

E o grande problema de tudo isto é que para estudar a morte eu tinha que estar próximo de locais onde as pessoas morriam, claro que isto não era um grande problema naquela época onde qualquer disputa de território se tornava em uma pequena guerra e um conjunto de corpos mortos, ai sim vinha o problema, para entrar para qualquer legião eu precisava lutar, coisa que eu já não era muito bom quando jovem, agora com o corpo todo acabado era muito pior, mas tinha uma coisa que eu poderia fazer sem problema algum e ainda essa aparência degradante que eu estava poderia ajudar, eu seria carregador de corpos.

Depois de algumas tentativas consegui algumas coisas para fazer, eu ia cuidar dos animais e dos corpos que ficavam jogados no chão, era a melhor coisa que eu poderia fazer, poderia aplicar algumas coisa que eu estava projetando, misturando tudo o que eu tinha estudado, claro que não utilizaria uma coisa só, nem todas as coisas de uma só vez, resolvi que o melhor a ser feito era misturar tudo aos poucos criando uma só técnica para ver se conseguia algo novo e eficaz.

Só que toda sorte que eu tinha até aquele momento parecia estar acabando ou ser insuficiente para tais atos, assim como as minhas ervas, sem elas eu não conseguiria suportar a dor e os sintomas voltariam, tinham ervas de todos os lugares e regiões não teria tempo para arrumá-las antes de morrer, iria acabar sendo mais um corpo, igual aos que eu estava recolhendo, mas a sorte poderia continuar do meu lado e eu conseguiria fazer tudo antes de acabar, bastava me controlar e ser cauteloso, quando encontrei um antigo conhecido da época do comercio, ele me arrumou algumas ervas que poderiam ajudar, não resolver, mas me dariam ainda mais tempo.

Quando pensei que os problemas estavam resolvido, outro problema surgiu, como eu faria para pesquisar sem ser percebido, eu tinha que arrumar um tempo em que os guardas não conseguissem me ver e ainda que eu conseguisse levar pelo menos um corpo de cada vez, já que minha força não ajudava muito.

Eu precisava começar a testar, aos poucos fui fazendo amizade com os guardas, fui mostrando que trabalhava tranqüilo e sem querer aparecer, por isso fazia tudo durante o período noturno para evitar o sol, para evitar ser percebido, até que começaram achar normal o que estava fazendo e não notarem minha presença, era como um fantasma andando por todos lugares e ninguém notando. Ai chegou a hora de começar a testar.

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