sexta-feira, 27 de maio de 2011

Conto 13 - Parte 9

Acordou, tomou um longo banho e pensou, pensou, pensou e depois de muito pensar e gastar água resolveu, quero saber o que houve e saber quem são aqueles que fazem esse trabalho realmente, se algo acontecer é só me lembrar que pelo menos eu pude ser feliz.

Depois de se alimentar e respirar fundo, seguiu seu caminho para encontrar aqueles que tinha o controle daquela sociedade de fantoches, pois era tudo o que se podia ser naquele lugar, já que questionar se tornou uma espécie de segredo de estado, uma coisa tão longe de todos que não podemos tocar, pensar ou simplesmente lembrar que existe é estritamente proibido.

Lá estava Julius pronto para morrer, já que era o maximo que poderiam fazer com ele, já que tirar o questionamento de sua mente era algo impossível, o portão se abriu e uma cara conhecida aparecei, o dono da empresa em que ele trabalhava, com toda educação do mundo ele recebeu Julius, o levou a uma sala e disse que estavam se preparando para recebê-lo, passou algum tempo esperando sentado frente a uma grande porta, até que o chamaram.

Não sabia o que esperar, mas como tudo o que não sabemos parece maior do que é lá estava ele, frente a todos os chefes de empresas, frente a uma grande comissão de “lideres”, de donos de empresas, de donos de pessoas.

Ali Julius entendeu a sociedade em que vivia, o problema que naquela sociedade não havia problemas sociais, já que o controle de poucos sobre a maioria gera um falso conceito de igualdade e aqueles sem iniciativa e pensamento próprio vão viver na sociedade como se ela fosse perfeita e bela, mas na realidade é só a maquinação daqueles que a controlam, tornando para alguém que se liberta de seu controle uma sociedade hipócrita e triste.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Conto 13 - Parte 8

Os “eus” saíram do trabalho e como cegos seguiram seus caminhos como se não houvesse nada diferente, como se não houvesse nada de diferente, como se a paisagem completamente mudada não tivesse deixado de ser cinza e sem personalidade própria.

Derrotado da batalha, mas não da guerra Julius voltou para sua casa onde havia de baixo de sua porta uma carta que dizia:

- Caro Julius

É com muita satisfação que venho por meio deste parabenizá-lo por sua bela mudança em nossa linda cidade que a muito não recebia tanta formosura e dedicação de um de nossos moradores, percebendo seu potencial desperdiçado e adormecido por tanto tempo venho através deste lhe convocar a comparecer frente a nossa câmara.

Atenciosamente.

Líder da Comunidade.

Aquela carta tão gentil, simpática e assustadora era um problema que Julius não havia previsto, o que era melhor a ser feito naquela situação ele precisava pensar, pois um erro poderia ser perigoso perante aquela ameaça, alem de sua duvida que o corroia de como ninguém se importou com a brusca mudança.

Resolveu que a melhor atitude que deveria tomar perante aquela situação era dormir um pouco e não tomar decisões precipitadas, assim que acordasse iria fazer algo perante aquilo.

domingo, 15 de maio de 2011

Conto 13 - Parte 7

Julius passou a noite pensando e quando o dia amanheceu não foi trabalhar, sabia que provavelmente iam achar que se matou e se tornariam satisfeitos com sua desgraça, mais ele não deixaria essa falsa alegria durar muito tempo, ele daria cor ao mundo cinza dos infelizes.

Conhecendo muito bem a rotina diária dos “eus” ele esperou todos estarem no trabalho, escolas e saiu para rua vestido de branco com diversas tintas presas em seu corpo, por onde andava pintava alguma coisa com alguma cor, amarela, azul, verde, vermelho, roxo, rosa, todas as cores que havia conseguido produzir, uma coisa diferente da outra, um poste de cada cor, um lixo de cada cor, e quando tinha pintado tudo com cada cor começou a mesclar as cores, amarelo com manchas roxas, verde com bolas vermelhas, azul com riscos rosa, todas as combinações que pode pensar.

Trabalhou mais naquele dia do que em toda sua vida, mas nunca foi tão feliz, deixou tudo diferente, só que nada menos importante, cada um, mesmo que só objetos possuíam agora uma personalidade, cada um era bonito por si só do seu próprio jeito.

O dia de trabalho tinha acabado, não só o de Julius, mas de todos os “eus”, estava na hora de todos olharem o recado que ele havia deixado, sempre com esperança esperava que pelo menos alguns conseguissem entender o recado.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Parte 4, 5 e 6

Parte 4

Fazia quase dois meses que Julius estava na investida de criar o mundo do nós a partir do mundo do eu, mas seus esforços pareciam sem sentido algum, sua atitude parecia inútil e sem sentido, que ele começava a se tornar triste com sua situação, a cada dia tentava uma atitude diferente e como todas as outras parecia não funcionar.

Uma tristeza abateu Julius ele tinha feito tantas coisas e agora que ele havia acordado para o novo mundo como ele poderia voltar a antiga vida, como se isso nunca tivesse acontecido, talvez ele conseguisse, mas ele não desejava de forma alguma voltar ao que era, ele se sentiu tão feliz e livre que aquilo te proporcionava uma suavidade que talvez ele não conseguisse viver sem, mas para isto talvez tivesse que viver sozinho, já que ninguém estava olhando para o pobre Julius.

Antes de se libertar ele não era infeliz, feliz também não podemos dizer que era, mais acomodado com um tipo de vida com certeza era, mas agora na situação que se encontrava ele era mais do que infeliz, ele estava definhando de tristeza, pois viver sem conhecer a felicidade é fácil, viver tentando ignorar a felicidade, tentando se encaixar em uma sociedade da qual discorda é um grande problema.

A angustia tomava conta do corpo e da alma de Julius, quando durante uma pausa para o café poderia mudar todo o rumo da sua vida.

Parte 5

Julius estava indo tomar um café quando escutou um murmuro e no meio deste escutou seu nome e parou para prestar atenção no que era dito e escutou:

- Os chefes tinham razão.

- Verdade, não é que aquele menino Julius voltou ao normal.

- Vocês não ficaram sabendo, ele estava doente por isso ficou daquele jeito.

Naquele momento a vitalidade de Julius voltou, então suas ações eram um incomodo, eles estavam fingindo não ver para que ele se acalmasse, para que achasse estar errado por tentar ser feliz, preferiam vê-lo morrendo de tristeza do que agindo diferente de todos, buscando sua felicidade.

Quando uma luz ascendeu na mente de Julius, tudo o que ele acreditava quando saiu em busca de uma nova vida regida por regras próprias e não por controle de sabe se lá quem, ele tinha encontrado tinha encontrado seu grande erro, no mundo dos “eus” existe um nós.

Parte 6

Aquilo surpreendeu Julius mais do que tudo. Existe um nós, mais ele nunca havia pensado ou visto aquilo, por que ele não fazia e não queria fazer parte daquele nós.

Refletindo em tudo que havia vista e vivido Julius passou aperceber que no meio daquela sociedade havia muitos múrmuros, e que nem sempre voltados para ele, eram sempre quando viam que existia alguém que estava com um sorriso verdadeiro, com uma feição de satisfação, quando se deparavam com a felicidade.

Perante a felicidade o mundo dos “eus” se torna o mundo dos “nós”, nós contra o outro, contra aquilo que eu não tenho, contra aquilo que não tenho coragem para alcançar, contra aquilo que tenho medo de não conseguir, contra aquilo que eu invejo.

No mundo dos infelizes a felicidade alheia é uma tortura constante, a liberdade e a felicidade machucam todos que não conseguem experimentar a maravilha que duas coisas tão simples e tão satisfatórias, satisfação que emprego e moradia nunca poderão trazer, a de olhar o nascer do dia e sorrir, e era isto que o mundo dos infelizes precisava, e Julius confiante acreditou que ele poderia ser o primeiro passo para mudança.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Desculpas

Peço desculpas a todos aqueles que acompanham o blog, mas por motivos de doença no mes de abril acabei deixando de publicar durante duas semanas, as duas partes serão publicadas de uma só vez junto com a publicação desta semana.

Atenciosamente

Sr. dos Contos