Parte 10
Entrou na sala e escutou aquelas palavras que não soavam como algo
conhecido, então falou:
- Como assim.
Perguntando na sequencia espantado:
- Quem você acha que eu sou?
Questionou o homem com um olhar de quem estava prestes a lhe retirar as
tripas, mas ele precisava entender o que estava se passando naquele lugar.
O olhou para ele como se não o temesse e principalmente como se soubesse
tudo o que Ko, ou Kunum Zero como ele chamou e falou:
- Sempre soube que esse dia chegaria, mais acreditava
que quando chegasse ao ponto de me encontrar saberia do que estava se tratando.
Ko olhou para ele e perguntou:
O senhor olhou para baixo e sussurrou:
- O que fizeram com minha criação.
Ko não se aguentando levantou a voz e disse:
- Para de agir desta forma e me diga exatamente o que
está acontecendo.
O velho sorriu e disse:
- De certa forma você é meu filho, minha criação, o
mundo estava completamente perdido, como se a raça humana não fosse conseguir
sobreviver, para nos proteger acabamos nos fechando em diversas cidades,
grandes construções individuais separando o povo e gerando diversas disputas e
guerras, até que chegamos a um ponto que precisávamos de soldados
especializados para conseguir proteger o que tínhamos, ai eu criei o projeto
Kunum, um projeto que criaria um ser humano completamente adaptável com
habilidades super-humanas capazes de sobreviver a qualquer situação da vida, superando
até mesmo o tempo, e você é Kunum Zero, o primeiro e único ser criado pelo meu
projeto, mandamos você para missão teste, quando voltou não só não tinha
completado sua missão como estava furioso, eu tinha feito algo grave, lhe dado
humanidade, quando chegou ao campo de batalha acabou vendo crianças, idosos,
mulheres inocentes que nada podiam fazer naquele lugar, mais estavam ali, você
fez o que deveria fazer lá aqui, acabou com a maioria dos lideres deste lugar,
te destruir se tornou impossível, tinha que existir um jeito de fazer, era
parte do projeto, mas eu não poderia colocar um mecanismo de destruição em
você, se era para ser perfeito era para ser perfeito e assim eu o fiz, o máximo
que foi possível eu acabei fazendo, destruímos suas memorias e lhe deixamos
inconsciente o quanto pudemos, quando sua mente se recuperou deixamos em uma
vida normal esperando o dia que acabaríamos aqui.
Ko não sabia como reagir com aquelas informações que havia recebido, ele
não era um humano, era uma arma criada em um laboratório, sua vontade era de
pular no pescoço daquele homem e destroça-lo, mas o que mudaria acabar com a
vida daquele velho, ele olhou para trás, e pensou em sair daquele lugar, quando
escutou:
- Você está cercado não tem para onde ir entregue-se.
Parte 11
Não havia muito o que fazer, poderia lutar e fugir, mas no fundo o que
ele poderia fazer, fugir para onde tudo o que ele tinha ali era um grande
mentira, todas as coisas que via eram montadas e projetadas por alguém como se
sua vida fosse um jogo na mão de pessoas que ele nunca veria, não tinha
sentido, mas se o que o velho havia lhe dito fosse verdade como ele poderia se
livrar, ser destruído ele não seria, pois talvez não fosse possível, o melhor a
fazer era se entregar.
Levantou as mãos e saiu, haviam muitos Tropers o esperando, ele poderia
lutar, se questionou, mas continuou, uma vida que já o incomodava poderia
piorar, ele iria descobrir o que iria ser feito com ele.
Colocaram grandes placas de ferro em seus braços os imobilizando por completo,
prenderam suas pernas e o levaram, passou alguns dias em uma pequena sala sem
luz e sons, ali ele ficou quieto pensando em tudo o que poderia fazer ao sair
dali, naquele momento já sabia como fugir daquele lugar, mais não o fez,
resolveu esperar o que deveria fazer.
Parte 12
Depois que os dias se passaram K.0. foi levado novamente a frente
daqueles que se auto denominavam donos da cidade, olharam para ele e
perguntaram:
- Você está pronto para se entregar as normas da
nossa sociedade e viver como mais um na multidão sem questionar e sem ser
curioso, seguindo o ritmo natural de nossas vidas?
Aquela pergunta tinha uma fácil resposta para K.0. mais ele não queria
que aquela fosse a verdade a ser ouvida naquele instante, passou algum tempo
pensando no que deveria ser melhor a ser feito, não sabia como lidar com aquilo
e como poderia colocar tal coisa em palavras sem que algo pudesse lhe
acontecer, pensou mais um pouco e enquanto pensava disseram:
- Teve tempo de sobra para pensar, agora chegou a
hora de responder o que você pretende.
Não dava para saber o que seria feito dele exatamente, muitas coisas
passaram em sua cabeça, mas só uma coisa ele poderia responder:
- O que eu sou nada pode mudar, já tentaram me fazer
esquecer mais minha natureza não permitiu acontecer, agora não posso voltar a trás
e dizer que serei aquilo que desejam, ou ordenam.
Olharam profundamente para K.0. e lhe disseram:
- Esperávamos que sua decisão fosse outra, mas se é
assim será banido de nosso mundo.
Um grupo de Tropers apareceu e levou K.0. até os portões da cidade, ao
chegar lá soltaram seus braço e fecharam o portão.
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