sexta-feira, 30 de julho de 2010

Conto 8 - Parte 7

Chegando ao cemitério lá estavam todos eles, como todas as outras vezes, estavam ali como se guardassem um local, como se não soubessem o que estavam fazendo ali, perdidos, como alguém que parece estar tão perdido poderia me ajudar? A coisa ruim em se viver e que para tentar encontrar as respostas tem que se enfrentar as perguntas, e eu tinha que fazê-las para eles, pois ali estava a minha ultima esperança.

Cheguei e senti o frio, aquele frio que congela a espinha, trava o corpo como se a presença da morte estivesse se aproximando de meu corpo querendo controlar minha alma, querendo me colocar medo de sua presença anunciando a sua chegada, ali se tornava mais forte aquela energia sinistra, mas eu tinha que entrar tinha que encontrar a minha resposta.

Passo a passo eu não só sentia a frio da morte como eu sentia o cheiro dos mortos de uma forma um pouco desagradável, como se seus corpos em decomposição se encontrassem ali naqueles seres que estavam ali andando.

Fui me aproximando de um senhor que estava logo no começo do cemitério, não queria entrar muito naquele lugar sem saber um pouco do que me esperava eu tinha que ir aos poucos estudando o terreno que me esperava.

Quando me aproximei percebi que ele se espantou ao ver que eu vinha em sua direção, como se isso nunca tivesse acontecido antes, como se ele não pudesse ver aquelas outras pessoas que estavam ali. Assustado ele se virou e me perguntou o que eu fazia ali, sem saber o que responder, e pensando que ele poderia me responder alguma coisa lhe disse, que estava ali para conversar, quando ele sorriu e me respondeu que a muito tempo ele está sozinho ali, que ele assim que sua mulher faleceu ele vivi ali na solidão por muito tempo, ele me deu sua mão e disse eu sou José, quando toquei sua mão vi um luz clara ao fundo e o vi sumindo na luz até desaparecer por completo.

Achei que ali eu conseguiria uma resposta, mas pelo muito contrario, ali eu estava levando as pessoas ao caminho que elas não estavam conseguindo ver, eu estava servindo de ponte para que eles seguissem o caminho, para onde eu não sei, se era bom ou ruim nenhum deles conseguiu me dizer, só percebia que ao me ver estavam felizes de não mais ter que ficar ali.

Passei o dia inteiro falando com as pessoas e as ajudando, e não tinha nem saído do começo do cemitério, a noite já estava caindo e eu não tinha descoberto muitas coisas, mas um grande alivio eu havia conseguido ao descobrir que minha maldição também poderia ser um dom.

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