segunda-feira, 19 de julho de 2010

Conto 8 - Parte 6

O sonho que eu vi foi o mesmo de antes o sonho da norte de meus avôs, tanto o enterro de minha avó, como o enterro de meu avô, só que as coisas começaram a mudar de foco, eu não estava mais acompanhando o enterro, eu estava acompanhando o cemitério, que era o mesmo que eu tinha ido quando meus pais faleceram e novamente lá estava aquelas pessoas, que não estava se importando para o que estava acontecendo e eram as mesmas pessoas que estavam naquele dia, por que aquelas pessoas não saiam do cemitério, estavam lá sempre, como se vivessem ali, só aquele menino que não estava lá mais.

Meus sonhos me mostravam sempre alguma coisa que ainda não tinha acontecido, o que estava acontecendo naquele momento, por que ele estava querendo me mostrar o que já tinha acontecido, por que me mostrar cenas que eu já tinha visto na realidade, sendo mostradas novamente em meus sonhos, aquilo era não só novo, mas algo que eu não estava entendendo o que eu deveria fazer? Uma coisa nova que eu estava vendo nos sonhos, tentei andar até eles e não conseguia, algo não me deixava se aproximar deles, o que seria melhor, ir ou não ir até lá, deveria voltar ao cemitério e descobrir o que aquele sonho estava querendo me mostrar.

Naquele momento a primeira coisa que comecei a pensar foi o fato de que não havia motivos de desejar ver aquilo novamente, não tinha sentido, já que não teria mais mal algum que poderia ser causado a mim em rever o enterro, vê-los sofrendo seria um problema, mas ver o enterro não mudava nada, passei a questionar se eu criava aquelas coisa ou se elas se mostravam para mim, os sonhos estavam revelando o que acontecia, mas para que revelar se eu não posso evitar? Essas revelações só me servem para sofrer.

Tinha que ir descobrir o que aquele sonho estava me revelando, tinha que ir ao cemitério para descobrir o que aquelas pessoas podiam me dizer, me mostrar, me revelar, já que era isso que meu sonho estava mostrando, talvez eles pudessem explicar todas essas mudanças que estavam acontecendo em minha vida.

No outro dia acordei assim que o primeiro sol raiou no céu, tinha que ir para escola, não poderia deixar que ninguém soubesse o que eu iria fazer naquele dia, tinha que ser tudo no maior segredo, naquela época eu já sabia muito bem que não podia contar para ninguém o que eu sabia o que eu via, se nem mesmo meus pais acreditaram em tudo o que eu dizia quem acreditaria no que eu falava? Só poderia contar com aqueles que meus sonhos me revelaram, achei que seria mais fácil falar com eles. Sabia que a única pessoa a procurar seria aquele homem mal educado que eu havia encontrado daquela outra vez, ele não era alguém muito agradável.

Ao sair da escola eu sempre seguia o caminho com algumas colegas, não eram muitas já que eu não me aproximava muito das pessoas com medo de machucá-las, naquele dia disse a elas que iria encontrar minha avó em outro lugar, e sai correndo para o ponto de ônibus, já tinha estudado como chegar ao cemitério, que ônibus pegar entre outros detalhes para conseguir chegar lá.

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