sexta-feira, 2 de julho de 2010

Conto 8 - Parte 3

Chegando ao cemitério senti uma sensação de frio muito intensa, mas o dia se encontrava ensolarado, mais aquele leve frio cobria a minha espinha e mesmo sendo tão nova eu podia perceber que minha vida mudava mais rápido do que a dos outros, pensava, sentia e percebia coisas que ninguém estava percebendo e não sabendo se isto era bom ou ruim meu amadurecimento acabou sendo muito rápido, ainda mais por conta de minha viagem ao cemitério Santa Ana.

Meus pais não eram de muitos amigos, mais tinham muitos conhecidos, só que ao chegar no cemitério eu não esperava que houvesse tantas pessoas que faziam questão de estar ali naquele momento o cemitério lotado de pessoas chamou a minha atenção, mas não tanto quanto o fato da maioria das pessoas não estarem indo para o local onde meus pais estavam.

Estranhando a quantidade de pessoas e o pouco que se encontrava velando-os perguntei a minha vó aquele dia era algum dia especial ou se era dia de visitar os parentes mortos, ela me olhou como se minha pergunta não estivesse fazendo sentido algum e respondeu que não e me questionou do por que perguntei aquilo, percebi que o melhor a fazer naquele momento era me calar e dizer que não foi nada.

O velório iria durar mais algum tempo e pedi para minha vó que me deixasse ficar um pouco em baixo de uma arvore que havia ali perto, ela logo aceito por que percebeu meu cansaço de estar ali todo aquele tempo ou por que não me queria ali vendo aquela cena.

Sentei-me e comecei a escutar uma voz que resmungava baixinho, “ele esta mentindo, não pode ser verdade”, como toda criança, curiosamente me aproximei para ver quem estava naquele lugar e encontrei um menino que chorava, quando viu que me aproximava perguntou quem estava vindo e eu respondi que estava naquele lugar por que meus pais haviam falecido e perguntei por que ele estava sentado ali sozinho, com raiva perguntou se eu estava com aquele homem que havia lhe que estava morto, assim como ele, me afastando um pouco assustada com a reação dele lhe respondi que não estava ali com ninguém, com um pouco de medo me afastei e acabei tombando com homem alto que me olhou e resmungou: “mais uma criança chata, o que os pais estão fazendo de errado para morrer tantas crianças”.

Antes que pudesse dizer qualquer coisa ouvi minha vó chamando, pois tinha se preocupado quando me afastei e ao me perguntar o que estava fazendo fui tentar explicar que estava falando com um moço, mais ao falar isto ela me pegou pela mão e não deixou eu sair de seu lado até irmos embora.

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