Parte 1
Eu sempre tive muito medo das
coisas, quando eu era um garoto achava que podia ajudar todas as pessoas, mas
acabava sempre me atrapalhando em entrando em confusões ainda maiores das que
eu tinha tentado ajudar a resolver.
Acreditava que poderia resolver
tudo sempre, tinha grandes ilusões que só me trouxeram desgraças, até o dia que
uma dessas desgraças viria mudar a minha vida completamente, estava eu com
quase quinze anos de idade quando um de meus amigos havia se envolvido com um
grupo que cuidava do bairro onde ele morava, minha família não possuía muito dinheiro,
mas como meus ancestrais a muito tempo souberam escolher um bom lugar para
comprar terras e a cidade acabou crescendo em volta vivíamos no meio da cidade,
diferente de meu amigo que vivia nas zonas afastadas da cidade, nos chamados pé
de barro, de onde vinham e onde se escondiam alguns dos maiores problemas para
nossa sociedade.
O líder de um dos grupos que
havia naquele bairro estava interessado em meu amigo, devido a alguns treinos e
condicionamentos que tínhamos, pois meu pai tinha planos para que eu seguisse
uma carreira militar, já que em nossa sociedade uma das poucas garantias para
se conseguir algo na vida para aqueles que não eram ricos era a careira
militar, assim como erramos amigos há muito tempo e meu pai via o valor daquela
amizade ele acabou ajudando os dois, sem saber o problema que aquilo poderia
causar.
Entre todas as coisas que nós aprendíamos
a que mais importavam para gerar problemas para nossas vidas foram as artes de
combate corpo a corpo e principalmente a arte de combate a distancia, devido a
uma divida que um oriental havia feito com meu pai ele em troca nos ensinou
varias espécies de combate, com armas e sem armas poderíamos ser perigosos, mas
claro que todo o intuito de aprender a lutar na arte marcial não envolvia
entrar em combate, esse foi o único problema que não foi previsto por meu pai,
que depois de muito tempo arrumou ainda um especialista em armas para nos
ensinar a utilização de armas de fogo, tínhamos nos tornado soldados perfeitos
aos 15 anos de idade.
Justamente quando o líder do
grupo havia feito um acordo com um chinês que traria opio para nossa cidade, e
para transporte e cuidado do produto ele precisaria de alguém que fosse capaz
de proteger o local e as viagens do produto, mais as pessoa que ele possuía ali
não eram qualificadas, algumas de suas cargas tinham sido levadas, outras que
não foram levadas acabava com baixa em seus homens, eles não eram tão bons com
armas, eram apenas pessoas sem dinheiro que tinham encontrado um meio de
sustentar sua família de forma mais digna, tendo um trabalho indigno, esse era
o meio que justificava os fins, naquela situação, mas não era o melhor nem o
que as pessoas queriam, esse era um dos motivos pelo qual meu pai sabia muito
bem como esconder nosso treinamento, tendo apenas pessoas de confiança os
fazendo em um local no qual ele sabia que ninguém perceberia o que estava
acontecendo.
Só que o grande problema em saber
se defender era que quando necessário seria feito e veio o dia que chamo de “dia
do grande problema”, meu amigo tinha uma bela irmã mais velha que ajudava sua família
a sustentar todos trabalhando, com isso ela não tinha muito tempo para viver
uma vida normal, que no caso queria dizer arrumar um namorado e constituir a
sua própria família, nesse dia tínhamos treinado e estávamos voltando para casa
dele onde sua mãe tinha me prometido meu prato predileto, macarronada a
bolonhesa, quando um dos bandidos que há algum tempo estava provocando a irmã
de meu amigo resolveu que a tomaria a força.
Parte 2
Aquilo poderia atrapalhar a cabeça de qualquer um, mas
depois de tanto tempo treinando não nos tirou do serio, só aguçou o instinto de
proteção, ele a puxava pelo braço e ela gritava socorro pedindo ajuda, ninguém a
sua volta fazia nada, aquele grupo já tinha ganho um certo nome e as pessoas
ali não fariam nada contra eles, mesmo que fosse para socorrer uma pobre moça.
Os olhares foram imediatos, sabíamos o que tínhamos que
fazer, contamos os inimigos e avançamos com calma, algo que ela não teve ao ver
seu irmão mais novo vindo em direção de pessoas que a estavam machucando e que
provavelmente machucariam ainda mais seu irmão, ela não sabia do que erramos
capazes e nem nós mesmos, ela gritou para que saíssemos dali mais já era tarde,
eles começaram a se aproximar dizendo: “o que vocês querem garotos, voltem para
casa no colo da mamãe aqui não é lugar de crianças”, com toda calma do mundo
meu único amigo respondeu: “é melhor para vocês que não se metam com minha
irmã, deixem com que ela se vá e nada irá acontecer com vocês”, era claro que
não ouviriam, sacaram suas armas e as apontaram em nossa direção dizendo: “O
pivete esta muito louco, perdeu o medo da morte ou não sabe com quem ele está
falando”, ele sorriu e pude ver que algo tinha mudado, aquela situação tinha
despertado algo que não devia ser desperto em ninguém, a prepotência, então ele
disse: “A verdadeira morte não anuncia a sua chegada, ela simplesmente aparece
sem aviso levando a vida daqueles que ela deseja”, antes que houvesse tempo
para uma resposta o que estava mais próximo de nós estava caído no chão
desarmado e os outros a volta com um lento tempo de reação foram caindo um a um
com um tiro certeiro na cabeça, ele sabia que não poderia desperdiçar balas,
pois aquele velho revolver não tinha balas o suficiente para todos.
Não podia deixar que ele fizesse tudo sozinho, aproximei de
sua irmã tirando-a da mão daquele imbecil e o joguei em cima do ultimo que
ainda estava vivo e em pé para que não pudesse fazer nada, corremos para casa
dele onde apavorada sua irmã contou o que tinha acontecido apavorando a todos
ali, sabiam que viria algo muito pior, assim como veio, o meu erro foi não ser
tão sangue frio quanto meu amigo e ter matado aqueles dois, pois o tempo de
chegarmos ali foi o tempo de eles contarem ao líder do grupo o que havia
acontecido e virem em muitos mais para nos encontrar, era tudo o que ele queria
alguém capaz de derrubar dez homens de uma vez, a casa estava cercada, talvez
fossemos bons, mas para todos aqueles não, então ouvimos lá de fora:
- Não estou aqui por vingança, quem não pode se defender não
deve viver, estou aqui para oferecer um emprego em troca da vida da sua família,
preciso de alguém bom o suficiente do meu lado para proteger meus negócios, e
você pareceu ser, assim se sair tranquilamente e vier comigo sua família fica
bem.
Ele me olhou nos olhos e saiu, todos estavam tremendo, não
sabia se estavam assustados com o que fizemos ou com o que estava acontecendo,
eu sabia o que fazer, ele também, então ele saiu.
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