sábado, 9 de janeiro de 2010

Conto 4 - Parte 3

Já estava com quase setenta anos e não lembrava mais a idade de meus pais, mais sabia que já tinha passado dos cem há algum tempo e ainda continuavam em coma induzido, eu não tinha filhos e a preocupação começava a me dominar, eu daqui a algum tempo poderia estar na mesma situação que eles e eu não queria isso para mim, assim como queria que acabasse para eles.

Resolvi que estava mais do que na hora de partir e procurar em algum lugar uma solução para aquele problema, não sabia muito onde, nem muito menos como, mais sabia que tinha que procurar.

Resolvi viajar pelo mundo procurando entender o que poderia acontecer, visitei todos os cientistas conhecido, fui arrumando cada vez mais contatos e indo cada vez mais a laboratórios, em alguns casos deixei que meu corpo fosse usado com experiência para tentarmos conseguir alguma explicação para toda aquela situação, eu não compreendia e comecei a perceber que no mundo inteiro ninguém estava entendendo. As explicações cientificas não estavam mais sendo o suficiente, fui de ponta a ponta no planeta terra e não consegui encontrar nenhuma explicação cientifica, percebi que estava na hora de mudar tudo o que estava pensando quando me encontrava no estado da Bahia na America do Sul, percebi que talvez fosse o momento de ir para o âmbito religioso.

Religião e ciência estavam igualadas nestas situações, não resolveu nada, não só na America do Sul, por que não foi só ali que eu procurei, voltei por todos os cantos do mundo que eu já havia passado só que agora não procurando pela ciência e sim pelas religiões, passei por diversos rituais nos quais muitos foram bizarros e sofridos, me causaram apenas dor, mais nenhum deles conseguiu deixar a minha vida e poder descansar em paz, o mundo inteiro estava em um colapso, ninguém morria em lugar nenhum do mundo, de nenhum modo, ou melhor, o único modo de acabar com a vida foi um no qual eu vi em uma das regiões na qual eu estava visitando, mas não era para mim, e para mais ninguém que viu a pessoas que conseguiu morrer, ela foi colocada em um triturador de carne, mas enquanto sua carne era triturada sua voz em desespero foi escutada a cada segundo.

Estava desistindo de tudo não tinha mais soluções então voltei para minha casa, eu estava com quase cento e vinte anos de idade e ainda vivo e pior do que tudo tinha passado por uma infância desesperadora com um pai doente, uma fase adulta procurando por soluções para encontrar a morte e a velhice seria o momento de descansar, se soubesse que não haveria solução eu não teria gasto minha vida a procura da morte, a única coisa boa de não ter encontrado forma alguma de achá-la eu poderia passar mais algum tempo vivendo, tudo bem que havia perdido minha força vital, estava agora andando em uma cadeira de rodas elétrica e mal podia fazer muitas coisas, mas tinha que ver tudo o que não havia visto no mundo.

Foi quando depois de tanto procurar sentado em um banco do Central Park que encontrei a solução de todos os meus problemas.

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