sábado, 11 de junho de 2011

Conto 13 - Parte 11

Olhei para ele, dei um breve sorriso de canto de boca e lhe disse:

- É tão bom viver sobre uma falsa ideologia onde sendo o controlador acreditamos que estamos criando uma cidade, um mundo perfeito, mas nunca pensamos que talvez aquilo que víamos como caos fosse a ordem da natureza das mentes livres, que como pássaros engaiolados sem força, não conseguem mais cantar com a tristeza que domina seu corpo, fazendo do estado de tristeza um estado normal, ao ponto, de achá-lo normal e correto, livre é aquele que é livre em suas ações e em seus pensamentos, mesmo que contraditório, em si ou com o outro, vocês só criaram um estado de liberdade para si próprios, mais a maioria está presa ao seu sistema de maquinas humanas.

O senhor olhou para Julius, viu sua revolta com aquele sistema, sacudiu levemente a cabeça sorrindo e disse:

- As vezes me esqueço o que foi ser jovem, quando se chega aos noventa anos não mais lembramos do vigor de ter vinte ou trinta, e é desta força que precisamos na nossa sociedade, e desta energia que tiramos o necessário para continuar, exatamente por isso te chamamos aqui hoje. Queremos te oferecer um lugar neste conselho, você tem um dia para pensar e nos dar uma resposta.

Quando Julius olhou em volta não havia mais ninguém, o senhor o acompanhou até a saída sem falar nem mais uma palavra e antes de deixá-lo ir lhe disse:

- Daqui a um dia, depois de amanha te esperamos com a resposta.

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