domingo, 21 de setembro de 2014

Conto 20 - Parte Final

Tinha se decidido que havia sido amaldiçoada por aquele velho, que a única forma de melhorar sua vida era encontra-lo, mas como podemos fazer para encontrar alguém que não fazemos idéia alguma quem seja, onde esteja, e seja apenas um nome!
Ele poderia ser um rico vivendo em uma mansão, uma pessoa com a vida normal vivendo em um bairro comum, um pobre vivendo em um bairro simples, um nomade vivendo pelo mundo, ou seja, poderia ser qualquer coisa, em qualquer hipótese, como fazer para encontra-lo?
Muitas dúvidas, muitas direções, poucas pistas, pistas, era isso, todo bom filme de investigação começo com boas pistas, a única coisa certa sobre ele que ela possui é sua aparência, ela saberia descreve-lo perfeitamente, assim como a polícia fazia para identificar um criminoso ela poderia criar um retrato, esse já seria o começo, decidida foi até a praça da Sé onde tinha um conhecid que desenhava as pessoas que via, pediu se ele poderia lhe ajudar e por algum dinheiro ele o fez, conforme ela descrevia ele desenhava, algumas correções, algumas mudanças e lá estava, ele havia conseguido fazer o retrato do homem que possivelmente tinha estragado sua vida.
Os dias passavam e não adiantava, o retrato estava perfeito, mas ninguém tinha visto aquele homem, ela tinha andado por todos os lados todos os lugares e ninguém sabia onde estava aquela pessoa, ninguém tinha o visto, era como se ele nem existido, um fantasma que apareceu para transformar sua vida em uma desgraça e desapareceu.
Seu nome, seu rosto não eram o suficiente para conseguir encontrar o local onde vive, de tanto andar procurando suas pernas começavam a doer, seu trabalho tinha sido deixado de lado, sua casa acumulando teias e poeira, tudo deixado de lado, menos os problemas que pareciam persegui-la, tinha que resolver aquilo, as contas venciam, água e luz estavam cortadas, mesmo parando na rua era como se não existisse, passou a implorar e nem esmola ganhava.
Decidiu que se não o encontrava outro meio teria, foi um centro de umbanda pedir ajuda, fez as oferendas que lhe foram ditas e não adiantou, foi a um centro espírita, passou por orações, passou pela mesa branca, foi a diversas igrejas cristãs, recebeu mais orações, despachos, fez promessas, sacrifícios, foi a todos os lugares possíveis  imagináveis, e nada resolveu, vendeu a casa para poder pagar alguns auxílio, comprou um barraco para ter onde morar e o resto do dinheiro iria auxiliar por algum tempo que passou como um furação e logo a situação estava igual, vendeu o barraco, comprou um espaço novamente em baixo da ponte em que viva, se você pensa que ela voltou a vida que tinha antes, se enganou, estava pior, pois antes ainda tinha alguns clientes, agora não tinha nada, pegou o seu último dinheiro e se deu o luxo de comer um pão com mortadela no mercado municipal.
Sentada se desfrutando do que em sua cabeça seria seu último pão com mortadela do mercado municipal tinha deixado a imagem do homem que ainda procurava em cima da mesa, quando a garçonete falou:
- Nossa está igual ele mesmo.
Ela mais do que de pressa perguntou:
- Você conhece esse senhor?
- Claro ele está acampado com um grupo do outro lado da avenida ali naquele estacionamento onde era o balança.
Respondeu a garçonete.
Ela meio que em desespero levantou e saiu direto ao encontro daquele homem, correndo avistando ele, atravessou a avenida do estado não percebendo que ele fazia sinal para ela parar, pois vinha um caminhão em sua direção que pela distância não conseguiu parar, dando um fim ao que ela acreditava ser uma maldição, assim como deu um fim a sua existência

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