quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Conto 1 - Parte 3

Entusiasmado com minha descoberta sai correndo para comprar algumas ferramentas que eu não possuía para reformar o porão, coisas básicas como pinceis de parede e nós tínhamos, a casa estava em bom estado, mais precisávamos deixar com nossa cara, do jeito que queríamos agora marretas para derrubar paredes não achei que iria precisar, assim fui às compras.
Comprei três tamanhos de marretas diferentes e fui para o porão, mais antes de começar, tirei novamente todos meus instrumentos de trabalho que estavam ali e comecei a derrubar aquela parede.
Primeiro comecei a usar a marreta grande, seu cabo era de um tamanho ideal para usar as duas mãos, e lá fui eu, comecei a dar algumas marretadas e a parede não era tão fácil de derrubar quando foi fazer aquele primeiro buraco, então pensei: “Nossa.. o cavalete e o quadro são leves, então eu devo estar um pouco pesado, por que aquele buraco foi tão fácil de fazer”, mais isso era o de menos com todo o exercício que eu iria fazer derrubando aquela parede daria para perder alguns quilos facilmente. Então continuei cada vez com mais força para derrubar a parede, aquilo estava me revigorando, era tão agradável poder melhorar a minha casa.
Abri o primeiro buraco que pudesse ser chamado de abertura na parede quando algo estranho aconteceu, parecia que estava saindo sal da junção da parede, por que a parede era de madeira, com tampão de cada lado e no meio só a estrutura, e estranhamente parecia que a estrutura da parede estava coberta de sal, peguei a marreta pequena para começar a abrir a parede do meio para os lados para entender melhor se aquilo era sal ou não quando escutei um barulho na parte de cima da casa, preocupado subi correndo.
Quando cheguei à parte de cima da casa era a minha amada que se espantou de me ver sujo daquele jeito, gastei tanto tempo trabalhando no porão que nem mesmo vi a hora passar, e nesse tempo ela já tinha chego e disse:
- Nossa meu amor já te vi sujo de tinta, mais assim nunca vi, o que você estava fazendo?
Mais do que depressa respondi:
- É uma surpresa, descobri uma coisa no porão, mais você só vai poder ver depois que tiver tudo pronto.
Ela ficou um pouco curiosa, mais eu não contei, ela tinha que ver tudo pronto, então lhe disse:
- Vou tomar um banho e saímos para jantar.
Ela concordou comigo e fui tomar um banho, saímos para jantar e eu estava cansado, mais não parava de pensar como ficaria o nosso porão, na manha seguinte acordei junto com ela, não estava acostumado com isso, acordava sempre um pouco mais tarde, mas mal tinha dormido a noite com a empolgação de arrumar o porão.
Desci as escadas e com a marreta pequena comecei a abrir a parede em duas. Quanto mais eu abria as paredes mais sal saia, e a luz entrava. Todo aquele sal não estava me incomodando tanto, mas quando a luz entrou ali pude ver que o teto, o chão e as paredes estavam pintadas com uma tinta vermelha e por um instante pensei que poderia ser sangue, mas então pensei: “Que tipo de insano pintaria as paredes com sangue?”.
Achei a idéia do sangue ridícula, era completamente infundada e eu tinha que continuar derrubando a parede, sai daquele ambiente para buscar a marreta media, para continuar trabalhando e me veio uma idéia: “Vou fazer um quadro copiando aquele ambiente, vai ficar interessante”.
Peguei meu cavalete a tinta e levei para dentro do novo quarto, mais não tinha ali no porão uma tela em branco, então eu tive que sair para procurar e um problema aconteceu, não tinha nenhuma tela em branco, há muito anos que eu não pintava um quadro, tinha que sair para comprar.
Voltando para casa, no porão, o cavalete e as tintas tinham sido jogadas para fora do novo quarto, fiquei um pouco assustado pensando que alguém tinha entrado na casa, subi correndo para o sótão, onde guardo os quadros que estão sendo restaurados para que fiquem mais seguros e estavam todos lá.
Voltei para o porão, coloquei tudo dentro do quarto novamente e ia começar a pintar, mais quando me preparei percebi que tava muito escuro e não conseguiria pintar direito, procurei por luz e vi que ali não tinha nenhuma, ao precisar primeiro terminar a parede para depois fazer a fiação, pois percebi que ali também não tinha tomada e provavelmente fiação, tirei tudo de lá novamente e voltei a trabalhar na parede.
Trabalhei por muitas horas quando o telefone tocou, era minha amada dizendo que teria um coquetel do trabalho e que viria me buscar para ir junto, queria muito dizer não, tinha muito trabalho para fazer, tinha que derrubar a parede limpar o porão, pintar as paredes, mas como poderia dizer não a ela, assim decidi ir, até mesmo por que estava quase terminando de derrubar a parede.
Desliguei o telefone e voltei a trabalho, quando minha amada chegou estava começando o banho, pois havia demorado um pouco trabalhando na parede, me arrumei rapidamente enquanto ela se trocava e fomos para o coquetel.

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