domingo, 18 de abril de 2010

Conto 6 - Parte 6

Comecei a tentar sair da cidade para que nada acontecesse, mas meus esforços foram em vão toda vez que eu saia ele voltava, e cada vez que voltava me colocava no meio de um combate, quando eu acordava estava no meio de uma batalha, meu estilo não era bom para lutar, mas minha defesa era impecável, os inimigos não conseguiam penetrá-la de modo algum, parecia que de algum modo ele estava além de tudo me treinando, eu não queria isso, mas era inevitável, quando percebi uma coisa eu estava fazendo o que ele queria, estava servindo para ser só um instrumento da sua vingança e a ultima coisa que eu queria era ajudá-lo, tinha que vencê-lo, só que não sabia o como, quando tive uma idéia, não iria lutar e muito menos sair da cidade, pensei que poderia ser prejudicial por que ele poderia pensar que eu aceitei lutar ao seu lado, a solução era sair da cidade e deixar acontecer.

Passado mais um dia eu estava pronto para mostrar para ele que eu não iria ser um aliado, muito menos uma cobaia para situação que ele estava armando, deixei que ele me deixasse em uma posição de combate novamente, se tínhamos o mesmo corpo tínhamos que dividir pelo menos as mesmas dores físicas. Diante daqueles lutadores bêbados de um bar qualquer que ele havia me deixado eu não fiz nada deixei as espadas no chão e deixei que me batessem até que eu desmaiasse, mas antes eu fiz questão de usar o sangue que saia de minha boca machucada para escrever em meu braço, não lutarei por vingança.

No outro dia acordei e estava em um lugar que nunca havia visto antes, um casebre abandonado que até pensei ser o mesmo que estava da outra vez, mas quando sai para olhar não era e o que mais surpreendeu foi que o casebre era distante do castelo de Ongi.

Achei que tinha conseguido um pouco de paz, mais o que eu consegui foi dor, meu corpo estava muito machucado, além do fato de eu não saber se ele fugiu ou se os venceu, algo serio poderia ter acontecido na cidade depois que eu desisti de lutar, ele pode ter matado todos e quase ter sido preso assim não poderíamos mais voltar de jeito nenhum, ou ele pode ter fugido e aquele grupo era de pessoas perigosas por este motivo ele percebeu que o melhor a fazer era se afastar um pouco, tinham tantas idéias sobre o que poderia ter acontecido, mas uma coisa me tranqüilizava, naquela situação era impossível sair dali, com este alivio eu poderia agüentar a dor que fosse pelo tempo que fosse, ou até me bater um pouco mais para conseguir ficar mais tempo ali, estava tendo algumas idéias sobre o que fazer.

Estava fazendo tantos planos quando eu percebi o quanto realmente felicidade de um só quando se é dois pode durar muito pouco, achei que ele não conseguiria nos curar muito rápido ou que não conseguiríamos sair por algum outro problema, mas inexplicavelmente meu corpo havia se curado em uma velocidade que nunca havia visto antes e lá estávamos nós novamente em Ongi, este era outro mistério que eu queria muito desvendar, como ele conseguia se movimentar tão rápido e eu não, tínhamos o mesmo corpo, as mesmas pernas o que nos tornava diferentes ao ponto de não termos a mesma velocidade? Isso era outro mistério que eu tinha que desvendar, mas que não foi tão complicado criar uma hipótese, pois logo pensei: “Se nosso pai foi capaz de ensinar técnicas diferentes para cada um ele pode ter ensinado alguma técnica de velocidade para ele e o que fez chegarmos tão rápido em Miesak foi está técnica, já que meu pai e ele a possuem conseguiram diminuir o tempo.

Outro problema aparecia em minha vida por não ser apenas um, só que agora uma coisa estava ainda mais estranha, eu estava em Ongi, mas todas as vezes que eu me encontrava em Ongi era no meio de uma confusão de uma briga, agora não era, o que poderia estar acontecendo? O que ele estava planejando fazer? Estava pensando nestas coisas quando senti que possuía algum em minha roupa, era um bilhete dizendo:

Da próxima será lutar ou morrer

Pensei em tentar imaginar o que poderia estar acontecendo. Mas resolvi que não ia mais me preocupar com o que ele estava fazendo era inevitável mesmo eu ia acabar em uma situação difícil, era só arrumar uma maneira de sair dela sem que fosse aquilo que ele espera.

Achei que conseguiria não fazer o que ele planejava, mas no dia seguinte quando acordei estava com as duas espadas em minhas mãos, muito sangue nelas, alguns samurais e outras pessoas caídas no chão mortas e a minha frente o samurai que havia matado meus pais.

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