sábado, 15 de maio de 2010

Conto 7 - Parte 3

Tinha que mais nada tudo o que havia sobrado de pertences pessoais estavam no carro, só que agora não tinha mais nada no carro nem do carro, como eu poderia viver sem te o mínimo de coisas possível, claro que ainda me restava tentar ir até meu antigo trabalho receber o dinheiro pela minha demissão, como eu chegaria lá seria um problema, com aquela cadeira fedida e sem roupas decentes para me apresentar, resolvi que o melhor a ser feito naquela situação era voltar para o albergue e tentar conseguir um banho para mim e para cadeira e alguma roupas mais limpas e apresentáveis para poder chegar ao meu antigo trabalho.

Chegando ao albergue existia uma grande fila com vários mendigos, pareceu-me que eu não poderia mais agir como se não fosse um deles já que minha situação não estava tão diferente daquilo, não tinha muita opção, entrei na fila e esperei que a minha vez chegasse.

Acreditei que eles seriam um pouco mais atenciosos como haviam sido quando cheguei com a assistente social, mas pelo contrario, agiram como se estivessem tratando pessoas que não só mereciam determinada situação, como pessoas que estavam em determinada situação por livre escolha, só que esqueceram de que cada historia é uma historia e eu não era igual a ninguém que eles haviam conhecido, mas fora o descaso não fui tratado mal, arrumaram um lugar para tomar banho deram comida e um lugar para dormir durante aquela noite, pedi para limpar minha cadeira durante o banho, pois depois disso precisaria de ajuda para chegar ao quarto e precisaria de alguém para levar minha cadeira a um local que secasse, disseram que isso seria impossível, já que durante a manha eu teria que sair, e que minha cadeira não estaria seca para que isso acontecesse se eu a lavasse.

Acabei desistindo de pedir qualquer outra coisa naquele lugar, eles estavam acostumados a um tipo de tratamento e nada mais ele fariam por pessoa alguma, durante a noite não conseguia dormir, ficava pensando em minha família e em como eu fui capaz de estragar tudo o que eu tinha construído de belo, ninguém pode estragar as nossas vidas a não ser, nos mesmos, enquanto pensava escutei um barulho em minha cadeira, já a segurei pensando no pior, quando uma moça se assustou e me olhou dizendo, calma eu vou ajudá-lo um pouco com a cadeira, acabei deixando até por que não tinha muitas escolhas era confiar nela ou deixar do jeito que estava, passei mais algum tempo pensando e acabei pegando no sono.

O sol mal havia apontado no céu começaram a acordar todos que estavam acomodados ali, eu não fui uma exceção, já estava começando a me acostumar com a cadeira, sair e voltar, só que antes de voltar para ela olhei e estava mais limpa do que antes, a moça tinha feito um bom trabalho e eu nem havia perguntado seu nome, gostaria de tem podido agradecê-la, seguindo o fluxo fomos tomar um café da manha e depois a porta da rua era a serventia daquela casa, já tinha feito tudo o que achavam que estava aos seus alcances.

Agora começava o meu próximo dilema, pelo menos ele iria começar de cadeira limpa e de banho tomado, claro que alem de roupas limpas que eles haviam fornecido depois do banho, mas tinha ficado com a roupa antiga como em uma troca.

Agora eu precisava pensar um local onde eu poderia conseguir uma roupa mais apresentável para chegar à empresa, só roupas limpas não eram o suficiente para tal coisa precisava pensar em um lugar que eu conseguissem no mínimo um paletó que me servisse e fosse dado, já que tinha dinheiro algum.

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