quinta-feira, 6 de maio de 2010

Conto 7 - Parte 2

Acordei e estava em um hospital, não conseguia sentir muito meu corpo ainda, mas conseguia perceber que não tinha muitos machucados em meu corpo, se não estava machucado não precisava me preocupar e muito menos estar ali naquela situação.

Se tudo estava bem o melhor a ser feito era tentar me levantar, mas quando tentei não estava conseguindo, minhas pernas não queriam me obedecer, tentei bater nelas e ainda não estava sentindo-as, era só o que me faltava, sozinho, desempregado e aleijado, as coisas não podiam se tornar melhores.

Apertei o botão para chamar a enfermeira, quando vi pensei: “Nunca vi um serviço tão eficiente”, vieram duas enfermeiras e eu mal havia apertado o botão, mais tudo aquilo era um grande engano meu, elas não vieram por que eu havia chamado elas vieram por que já estavam a caminho, a caminho da minha mudança de quarto, por que quando me encontraram em minhas coisas acharam a carteirinha de meu seguro, só que o que elas não acharam foi a minha carta de demissão, aquela empresa nunca foi tão eficiente como para aquilo, como havia sido recente o seguro iria pagar os custos de minha hospitalização até aquele momento, só que depois de resolvido o problema e de terem percebido que eu não fazia mais parte da empresa e não possuía mais aquele plano eu teria que ser tratado igual aos outros que não possuíam planos especiais.

Foi ai que aconteceu, eles alegaram que como havia sido um acidente e um engano do hospital não seria cobrado nada da minha pessoa, mais que a partir daquele momento com o problema solucionado eu iria para a ala popular, ai meu pesadelo que eu acreditei que havia acabado só começou a piorar, um quarto com varias pessoas e com um péssimo atendimento, era como se eu de rei tivesse me tornado o lixo da população, desejo que ninguém passe por essa mudança que eu estava passando, pois foi descer para o inferno.

Em toda aquela situação tudo o que eu mais queria era sair dali imediatamente, só que minhas pernas ainda não queriam me obedecer, quando por um momento acreditei que minha perna estava funcionando e tentei me levantar e só consegui cair de cara no chão, as pessoas que dividiam o quarto comigo mal podiam me ver caído no chão, meus braços ainda estavam machucados e sem muita força para me levantar passei algum tempo ali até que a enfermeira chegou e gritando me falou que se eu não me comportasse ela seria obrigada a me deixar preso na cama, não que isso fosse algo muito complicado, me jogou na cama e saiu rindo dali.

Depois de mais uns dois dias ali deitado e sem noticia nenhuma um medico apareceu dizendo que iria me dar alta mais que existia um problema que minhas pernas não iriam mais funcionar, como se isso eu já não tivesse percebido e que para sair dali eu iria precisar de uma cadeira, e como o hospital não poderia fornecer ele me perguntou se eu tinha alguém que pudesse vir me buscar, como não tinha me encaminhou para uma assistente social que me acompanhou até uma espécie de abrigo onde disseram que me arrumariam uma cadeira, depois de algumas horas ali eu recebi uma cadeira de rodas, a mais suja de todas, agora eu tinha outro problema para onde ir e como ir, já tinha feito tudo o que podiam fazer por mim, pelo menos foi isso o que me alegaram.

Não tinha casa, não tinha carro e agora não tinha mais o que fazer da minha vida.

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