sábado, 5 de fevereiro de 2011

Conto 12 - Parte 3

Os gritos estavam ainda mais fortes, até que pararam por um momento, primeiro eram gritos de quem estava tentando pedir ajuda como se fosse existir alguém para ajudar, em seguida começaram os gritos de quem está tentando se libertar desta condição.

Nada mais difícil do que analisar uma situação as escuras, imaginando que ele esteja assim como eu preso em uma cruz, pelos gritos de socorro imagino que as correntes não estejam tão soltas quanto a minha, provavelmente ele analisa o alvo para saber como agir e para tentar prever quem será o primeiro e quem será o segundo, já que se os dois se libertarem ao mesmo tempo poderia ser um problema, deduzindo que maneira só um escapasse para não ter problema algum ele não deve gostar quando isso foge ao seu plano, talvez eu pudesse contar com a ajuda da outra pessoa para conseguir escapar, mas isso deve ser previsto, já que ele me pareceu muito metódico, preciso me concentrar, pensando que ele está mais preso do que eu, provavelmente deveria se soltar ou até mesmo despertar depois, uma mudança na entonação dos gritos tira minha atenção de meus pensamentos, gritos de dor, provavelmente está tentando sair, mas não houve barulho de queda só os gritos, pela proximidade do som deve estar perto, já que a meio tantos fatores ambientais posso ouvir mesmo que distante.

Outro grito, provavelmente ainda tentando escapar, deve estar tentando se libertar, depois de um tempo de descanso, desta vez parece que houve algum resultado ele mudou o tom da voz, parece sons de uma pessoa que está malhando e grita para ter mais força, como se estivesse preste a tomar uma atitude, os sons pararam, deve ter parado um pouco, meu corpo começa a ceder mais ainda, movimento minha mão para manter-me mais preso sem demonstrar que quero ficar ali, penso em chamar a atenção de meu companheiro de situação, mais acredito que isso só vai levar a outro método já previsto pelo meu cliente, os sons de esforço continuam por algum tempo, acho que se cansou de mais e seus braços devem estar machucados pelo movimento com a corda, já que meus braços estão amarrados a uma corda e a uma corrente que está larga, ele deve estar sangrando mesmo que pouco, isso fará fraco, ainda mais com o cair da noite, não posso dormir de forma alguma.

Tudo se acalma e o som da noite parece o de uma calmaria se não fosse minha situação, escuto sons de martelo, sons fortes de batida, mais nada de gritos provavelmente não era em meu companheiro de situação, quando algumas horas depois um som muito forte de dor, as marteladas devem ter feito algo, dava para sentir a agonia nos gritos, a dor o desespero, provavelmente foi usado algum tipo de remédio para não deixá-lo acordar durante as marteladas, talvez a mesma coisa que foi usada para nos trazer até aqui, tinha que fingir estar dormindo para conseguir tentar ver algo.

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