sábado, 29 de janeiro de 2011

Conto 12 - Parte 2

Ao abrir os olhos um desespero se abateu sobre mim, estava amarrado a uma cruz no meio de um milharal, como aquilo era possível, que lugar era aquele e principalmente como eu havia chego em um lugar como aquele? Muitas perguntas e poucas respostas, pensei que gritar não era a solução para sair dali, já que se alguém tinha me prendido ali provavelmente não estaria muito longe e mais provável que desejasse que eu tentasse fugir ou gritar, coisas que eu estava morrendo de vontade de fazer dês do momento que havia despertado, mas uma mente que produz algo assim provavelmente esta esperando esta reação.

Por fim meu trabalho havia servido para algum fim que não dinheiro, e muito menos para controle de mercado, avaliar perfil poderia salvar a minha vida, e isso tinha se tornado tão automático que eu acordei e já pensei nestas coisas, mas eu precisava de mais informações sobre quem poderia ter me colocado naquela situação, já podia saber que era uma pessoa que gosta de causar desespero, que busca desafios, busca a todo momento adrenalina, não só o desespero mais alguém que gosta de provocar a dor e muito provável assista a dor, pessoa discreta, pois para conseguir fazer o que faz tem que ter cautela e muita precisão, já que qualquer falha pode acabar com sua vida, analista e não deve gostar de ser contrariado, pois acredita que tudo o que faz é correto, não deve se importar com laços afetivos, da mesma forma que não deve tê-los, possui alguma experiência, mas não tem como saber quanta e deve ter algum equipamento de vigilância para ver o que estou fazendo.

Estava ainda tentando analisar o perfil de meu cliente quando fui interrompido por alguns gritos, eu não estava ali sozinho, mais um dado interessante, só tinha um detalhe, a pessoa estava caindo no jogo dele, tinha que manter a calma, mas começava a se tornar complicado pensar, o sol em minha cabeça fazia meus pensamento não funcionarem direito, estava sem me alimentar, sem beber água e pior meu corpo começava a pender para frente, o corpo não estava sendo suportado pelos braços que não estavam tão bem apertados assim e escorregavam pelo braço da cruz, machucando o braço e pendendo o corpo, como se fosse para escapar dali, o primeiro passo para vender o produto é agradar o cliente, já que tinha alguém fazendo isso eu tinha que desagradar o cliente ara ele perder o interesse, agora qual ponto eu deveria sair, porque uma pessoa muito resistente deve ser ainda mais agradável, tenho que mostrar fraqueza em parecer falso, ele deve saber que estou acostumado a treinar, a fraqueza tem que vir com o cansaço e não da vontade de viver, até por que se tem mais algum aqui ele terá tempo para não pensar em mim. O tempo em que ele não tiver interessado será onde eu conservarei energia para esperar o próximo passo.

Minha concentração tinha que se focar agora nas atitudes que a outra vitima esta tendo, pois analisando o que ele fez e o que o cliente vai fazer a partir das reações poderá dar uma idéia do que fazer, o problema é, não vendo será que conseguirei perceber todos os detalhes? Será que com esse calor todo eu conseguirei ficar acordado, sem água, tudo tem que ser pensado muito bem, como uma estratégia que não pode falhar, minha única arma é minha mente para conseguir sair daqui com vida.

Estava na hora de colocar a concentração em pratica, esquecer a dor, pensar apenas em aguçar o que me serve, fechei os olhos para assim escutar melhor o que estava acontecendo e tentar compreender o que esta acontecendo.

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