quinta-feira, 24 de março de 2011

Conto 12 - Parte Final

Analisei tudo o que havia no carinho, provavelmente pudesse usar algo, mas não agora, ele provavelmente estaria analisando tudo antes de agir, deve estar observando para poder conferir e depois saber como agir, eu tinha que ganhar a confiança, comi e esperei, ai ele voltou, mais um show sem graça, resolvi tentar uma alternativa, não rir daquele show, esperar e ver a reação dele.

Um grande erro que não poderei cometer mais, ao passa o show sem rir ele não continuou, se aproximou e como por um reflexo enfiou uma faca em minha perna, enquanto gemia com a dor ele sorria e continuava o show, como pude esquecer que ele se diverte com a dor, pior, ele confunde dor e alegria, rindo ou sofrendo ele vê que faz um bom show, terei que rir e ser convincente, mesmo com aquela dor. Acabou o show, levou o carinho e a faca me deixando ali sozinho novamente.

Tinha que criar uma rotina, do mesmo jeito que eu não vi a faca ele poderia ter outras armas, aquela roupa de palhaço deve ser mais armada que uma base militar, tinha que ter confiança, ainda estava solto, era um bom sinal, depois de seis shows ganhei um colchão, a luz continuava acesa, a perna ainda sangrando e doendo, mais pude deitar por algum tempo, já que dormir era impossível naquela situação, mais dez show e ganhei ataduras, claro estava ficando pálido e sem forças, e mais pipoca e doces, a única comida que eu receberia ali provavelmente seria as vendidas em um circo ou algo do tipo, a rotina estava criada, ele começava o show, depois de jogar água em meu rosto, quando se cansava me trazia comida, e fazia mais ou menos três shows, ai podia me deitar novamente, estava praticamente livre dentro do quarto.

Precisava agora de um jeito de fugir, primeiro precisava me livrar dele, mas como? Sabia que ele era rápido e bem treinado, ele tinha tempo para se manter e costume para a situação, pelo ataque ele faz isso a muito tempo, eu não tenho nada, nenhum preparo, nenhum treino e pior, nenhuma arma.

Arma o que eu precisava agora era uma arma, de onde eu poderia tirar uma? A única coisa que eu tenho acesso é a comida, tudo de comer com a mão, a única coisa é o palito do algodão doce, da maça do amor, havia arrumado uma arma, agora quando usar? Como usar? Tinha que achar o momento certo.

No outro dia tinha que me aproximar, o único jeito era não rir, esperei a comida, esperei o show depois da comida, enquanto ele se apresentava eu comia o algodão doce, não ri, não prestei atenção, com toda calma esperei ele se aproximar como se fingisse não vê-lo, vi a lamina, sabia qual seria o movimento, reclinei o corpo para dar apoio aos pés, e agi como ele, com por um impulso com uma mão fui certeiro em sua mão para evitar o ataque e com a outra enfiei o palito em seu pescoço, peguei sua faca e enfiei em seu peito diversas vezes.

Corri, por corredores subterrâneos até encontrar uma outra escada, uma pequena casa no final dela e uma porteira, nem olhei para trás, segui pela única estrada que vi ali, ninguém escaparia daquele lugar ele era muito confiante nisso, mais eu iria fingir que aquilo nunca existiu.

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