quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Conto 3 - Parte 1

Tudo começou quando meu irmão Paulo me ligou para ir passar o natal em sua casa, minha reação imediata foi negar o convite, pois eu não era muito chegado às festividades e estas coisas de natal, ainda mais por que a muito tempo eu não via meu irmão por conta do meu trabalho que tomava todo o meu tempo e da distancia, já que ele por causa de uma oferta de emprego havia saído do Estado, além do fato de eu ter muitas coisas para fazer no trabalho. Só que uma angustia havia ficado em meu ser, pois ele havia insistido tanto para que fosse. Estava pensando nele quando meu chefe chegou e disse:

- Pedro será que o ultimo dia de experiente este ano resolvi que vamos todos aproveitar as festividades, voltaremos ao trabalho apenas em janeiro agora, comunique os funcionários.

Sorriu e saiu porta a fora cantarolando, nunca o vi feliz daquele jeito, quando fui pegar o telefone para mandar um subordinado comunicar a todos a decisão de nosso chefe o telefone tocou, era o Paulo, parecia que ele havia escutado meu chefe falando que não trabalhamos, então ele disse:

- Pedro venha nós visitar, não só pelo natal mais para aproveitar esta data para matarmos a saudade, a ultima vez que viu seu sobrinho pessoalmente ele ainda ficava no colo, deixe tudo ai por um tempo e venha até aqui.

Com toda aquela vontade não podia negar o pedido do meu irmão, mesmo porque não tina mais o que fazer então disse:

- Tudo bem Paulo eu vou.

A felicidade transbordou em seu ser que pude sentir pelo telefone o quanto ele realmente queria me ver, disse a ele que iria terminar o experiente e que se conseguisse vôo amanha iria para sua casa assim teríamos mais tempo junto, e eu poderia me acostumar com a idéia de que era natal ou então fingir que não era.

Terminei o experiente e resolvi sair para comprar alguns presentes, foi quando comecei a me arrepender de ter dito sim ao meu irmão, pois comecei a lembrar de nosso passado, quando tínhamos seis anos e nossa mãe nos disse que não existia papai Noel e que não teríamos presentes de natal por que ela não poderia comprar e os presentes que ganharíamos seriam apenas aqueles dados por nossos parentes, se ganhássemos, e falando em parentes, íamos para a ceia de natal na casa de minha avó onde meus tios não gostavam um dos outros, mas todos os anos se reunião por se sentirem na obrigação moral de se encontrar por serem família, ai comiam, desejavam bom natal um para o outro por obrigação e iam para suas casas. Lembrando disso pensei:

-“Será que não estou fazendo o mesmo?”.

Não, não era isto, eu e meu irmão éramos ligados de mais, nós afastamos por conseqüências da vida, mas sempre fomos companheiros um do outro para todas as situações e por mais que estivéssemos fisicamente longe estávamos sempre em contato.

Ainda ia comprar os presentes, estava andando e comecei a olhar as coisas na rua e ver todas aquelas pessoas preocupadas com presentes,com todo aquele consumimos, prestando a atenção apenas nos presentes, esquecendo a importância da data, se ela existe, já que eles são focados na festividade como pensar só no presente e comecei a pensar:

- “Para que todas essas coisas? O natal é só uma data para todos gastarem mais dinheiro, onde os ricos são felizes com todas as coisas e aqueles que não possuem toda a fartura financeira para esbanjá-la ficam olhando, todas aquelas luzes são mais consumo de energia e gasto de energia, tudo envolve gasto, que sentido tem todas estas festas, não só o natal e sim todas as outras, só servem para gasto de dinheiro e nada mais?”.

Voltei para mim, até mesmo por que iria comprar presentes por que a muito não os via e o presente era para simbolizar a minha alegria de revê-los, estava chegando perto de uma loja quando vi um homem na porta vestido de papai Noel e pensei:

-“Outra palhaçada do natal, estes homens com roupa barata que ficam colocando crianças no colo, um bando de pedófilos que aproveitam dos momentos como esse para ficar alisando as crianças sem se preocupar com a policia, isso deveria se proibido”.

Quando parei por um instante o que estava pensando, olhei para o céu e pensei:

-“Minha viagem é para visitar meu irmão e o resto não importa”.

Tive que pensar isto se não eu acabaria não indo para lugar nenhum, até mesmo porque eu odeio essa historia de natal e tudo o que vem acompanhado com ela, comprei os presentes e fui para casa arrumar a mala, minha secretaria já havia me ligado me comunicando do horário do meu vôo, arrumei as malas e me deite para descansar um pouco antes da viagem de amanha.

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