sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Conto 3 - Parte Final

Acordei quase no horário do almoço, coisa que eu não fazia há muito tempo e já sai, fui almoçar em um restaurante antes de ir tomar o avião. A viagem de avião foi tranqüila, até mesmo por que foi rápida, além do fato de ainda faltar algum tempo para o natal, ao chegar meu irmão já estava a minha espera com Julia sua esposa e Daniel seu filho que ao me ver veio correndo me abraçar, sempre nos falávamos no telefone e em seus aniversários eu lhe mandava presentes, ele nem percebeu a caixa de seu presente que trazia comigo e ele logo me disse:

- Titio eu estava te esperando para montar a arvore de natal.

Meu irmão sorriu para mim e disse antes de me dar um forte abraço:

- Ele não deixou ninguém montar a arvore esperando por você.

No mesmo momento pensei:

- “Por que ele me esperou? Eu não gosto disso.”

Mas com aquela felicidade toda não podia negar, depois de cumprimentar todos fomos para casa de meu irmão e no caminho ele disse que teríamos algumas visitas para a ceia de natal, mas que eu os conheceria durante a semana. Tinha que focar que estava ali para visitá-los e o resto não importava. Ao chegar na casa Daniel parecia estar ligado na tomada, queria por todos os meios que o ajudasse, mais Paulo lhe disse:

- Deixe seu tio descansar e amanha se ele desejar ele te ajuda.

Ali ele se acalmou um pouco, passamos uma noite agradável conversando e tomando vinho e Daniel passou toda a noite conosco. No outro dia ao acordar ele já estava me esperando.

Não tinha como escapar daquela situação, assim depois que tomei meu café da manha fui ajudá-lo com a arvore, varias caixas com bolinhas, luzes entre outros enfeites que ele tinha. Começamos a arrumar aos poucos até mesmo por que eu não estava muito com vontade de fazer aquilo, até mesmo por que meu irmão havia comprado um grande arvore para aquele ano e teríamos que colocar muito enfeites. Fui ajudando ele aos poucos, mais não estava com muita vontade então lhe disse:

- Daniel, vamos fazer o seguinte, você enfeita em baixo e quando você estiver terminado eu começo a colocar os de cima, para um não atrapalhar o outro.

Ele não entendeu muito aquilo que eu estava pretendendo, mais acabou deixando que isso acontecesse, sentei-me no sofá e fiquei olhando ele colocar bolinha por bolinha, e algo no que ele estava fazendo-me fez ficar encantado, não estava entendendo, mais ele estava com um brilho no olhar, uma felicidade em estar fazendo aquilo que não pude deixar de achar muito lindo a inocência dele, fiquei tão encantado que nem pude perceber que ele havia terminado a sua parte, só percebi quando ele se aproximou e disse:

- Tio é a sua vez agora.

Sorri e fui fazer o que havia prometido para ele, conforme eu arrumava a parte superior da arvore os olhos de Daniel brilhavam como jóias, a felicidade dele me encantava e eu tentava ainda mais deixar a arvores mais e mais bonita, em cada detalhe eu tentava deixá-la mais perfeita, e ele parecia estar hipnotizado pela árvore, eu não conseguia entender aquilo, mais me encantava ver aquilo. Depois de colocar todos os enfeites ele veio com a estrela e me disse:

- Tio me levanta para colocar a estrela no topo da arvore?

Ai peguei no colo ele colocou a estrela e começamos a colocar as lâmpadas, fomos dando a volta na arvore e com a lâmpada íamos brincando como se estivéssemos fazendo um desenho na arvore, e depois a ligamos, ele saiu correndo e foi chamar seus pais para ver a arvore, por que ele tinha proibido qualquer um de entrar na sala enquanto arrumássemos a arvore, quando meu irmão e sua mulher entraram na sala ficaram vidrados na arvore, ai fui até eles e quando me virei e vi a arvore entendi por que eles estavam paralisados, aquela árvore estava muito linda, não imaginei que pudéssemos deixá-la tão linda e Daniel pulava de tanta alegria.

Meu irmão então disse:

- Daniel agora que você terminou vamos ver o papai Noel?

Não acreditava que ele pretendia fazer aquilo, a arvore era aceitável, agora ter que ver aqueles velhos pedófilos não era muito o que eu queria. Mas quem entrou na chuva é para se molhar e íamos sair para almoçar e fazer o passeio. Por um instante parei de pensar ema mim e comecei a olhar para Daniel, novamente fiquei comovido com sua felicidade ela era muito abrangente que estava me cercando, tirando tudo aquilo que eu estava pensando sobre a pessoa que estava ali representando o papai Noel e parei de pensar na criança que iria lá com seus sonhos e olhando para Daniel comecei a esquecer todas aquelas coisas que vinha pensando antes de chegar ali, agora olhando para ele comecei a ver outras coisas.

Uma coisa que eu não esperava acontecer naquela viagem aconteceu e eu se soubesse que tudo aquilo iria acontecer eu não teria demorado tantos anos para me viajar tão pouco e olhar a vida pelo olhar daquela criança linda, perceber que a beleza do natal não estava nas pessoas na rua, mais estava no sonho que ele trás, em acreditarmos que existe uma esperança que nasce, que temos a união das pessoas que se amam, nessas datas temos a desculpa para parar tudo o que estamos fazendo e apenas ficar juntos, conversando, tomando vinho, sorrindo, se alegrando, passamos por tantas coisas no dia-a-dia dentro da sociedade que precisamos de uns dias para nós darmos um descanso e assim podemos fazer o que deveríamos fazer sempre, ser felizes.

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